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Conseguir ser rentável ao mesmo tempo que se cumprem todas as novas exigências regulamentares e se faz face a um ambiente macroeconómico particularmente agressivo para o sector financeiro. Este é, de forma resumida, o grande desafio que se coloca à banca portuguesa em 2016, na opinião dos responsáveis pela área de gestão de risco das seis instituições financeiras nacionais presentes no "think thank" Negócios/SAS.
A rentabilidade é uma preocupação comum aos gestores de grandes e de pequenos bancos, de instituições com décadas de história ou que estão agora a surgir. Mas alcançar este objectivo é tão mais difícil quanto maiores e mais exigentes são os requisitos de capital, as imposições ao nível da gestão de risco e as regras sobre a resolução bancária.
"O maior desafio é a rentabilidade", sustenta um dos responsáveis presentes. "Os reguladores têm que ter isso em conta e não fixar níveis de capital que condenem as instituições", completa outro gestor.
A chave para conseguir superar estes obstáculos é ajustar os modelos de negócio. Não será por acaso, como recorda outro dos presentes, que as condições de rentabilidade do sector e os modelos de negócio das instituições sejam as duas prioridades identificadas pelo Mecanismo Único de Supervisão para 2016.
Mas há também quem alerte para o risco de o Banco Central Europeu, enquanto supervisor único, não ter presente a preocupação da rentabilidade. "Há o risco de o supervisor matar o sector" e de os bancos serem empurrados para "nichos de mercado" e obrigados a terem "uma estrutura de custos muito eficiente".
Problemas portugueses: desconfiança do BCE e NB
Independentemente de o problema de conjugação dos novos requisitos regulamentares com a preocupação de rentabilidade poder ser mais exigente em Portugal, a questão coloca-se para o conjunto da banca europeia, concorda a maioria dos responsáveis pela área de gestão de risco dos seis bancos representados: CGD, BCP, BPI, Banif, Montepio e Banco CTT.
Mas há desafios que se colocam especificamente às instituições portuguesas, como acontece com o problema do Novo Banco e com uma certa desconfiança com que o BCE olha para os bancos nacionais devido à medida de resolução aplicada ao BES. "O Novo Banco é uma nuvem negra sobre os bancos. O problema não está resolvido e não se sabe como será resolvido. Há falta de ideias e soluções", alerta um dos gestores.
Outro dos responsáveis defende que "é necessário ganhar credibilidade no BCE para conseguir bom senso da parte do supervisor" na fiscalização da banca portuguesa, deixando no ar a ideia de que essa sensatez nem sempre terá existido no primeiro ano de experiência da supervisão única europeia. Outros gestores apontaram o nível de exigência particularmente elevado que a supervisão europeia terá imposto à banca portuguesa. Seja porque o problema do BES ocorreu poucos meses antes de o Mecanismo Único de Supervisão entrar em funcionamento, seja porque o BCP foi um dos 25 bancos europeus a chumbar nos testes de stress que antecederam a transferência da supervisão para o BCE.
A rentabilidade é uma preocupação comum aos gestores de grandes e de pequenos bancos, de instituições com décadas de história ou que estão agora a surgir. Mas alcançar este objectivo é tão mais difícil quanto maiores e mais exigentes são os requisitos de capital, as imposições ao nível da gestão de risco e as regras sobre a resolução bancária.
"O maior desafio é a rentabilidade", sustenta um dos responsáveis presentes. "Os reguladores têm que ter isso em conta e não fixar níveis de capital que condenem as instituições", completa outro gestor.
A chave para conseguir superar estes obstáculos é ajustar os modelos de negócio. Não será por acaso, como recorda outro dos presentes, que as condições de rentabilidade do sector e os modelos de negócio das instituições sejam as duas prioridades identificadas pelo Mecanismo Único de Supervisão para 2016.
Mas há também quem alerte para o risco de o Banco Central Europeu, enquanto supervisor único, não ter presente a preocupação da rentabilidade. "Há o risco de o supervisor matar o sector" e de os bancos serem empurrados para "nichos de mercado" e obrigados a terem "uma estrutura de custos muito eficiente".
Problemas portugueses: desconfiança do BCE e NB
Independentemente de o problema de conjugação dos novos requisitos regulamentares com a preocupação de rentabilidade poder ser mais exigente em Portugal, a questão coloca-se para o conjunto da banca europeia, concorda a maioria dos responsáveis pela área de gestão de risco dos seis bancos representados: CGD, BCP, BPI, Banif, Montepio e Banco CTT.
Mas há desafios que se colocam especificamente às instituições portuguesas, como acontece com o problema do Novo Banco e com uma certa desconfiança com que o BCE olha para os bancos nacionais devido à medida de resolução aplicada ao BES. "O Novo Banco é uma nuvem negra sobre os bancos. O problema não está resolvido e não se sabe como será resolvido. Há falta de ideias e soluções", alerta um dos gestores.
Outro dos responsáveis defende que "é necessário ganhar credibilidade no BCE para conseguir bom senso da parte do supervisor" na fiscalização da banca portuguesa, deixando no ar a ideia de que essa sensatez nem sempre terá existido no primeiro ano de experiência da supervisão única europeia. Outros gestores apontaram o nível de exigência particularmente elevado que a supervisão europeia terá imposto à banca portuguesa. Seja porque o problema do BES ocorreu poucos meses antes de o Mecanismo Único de Supervisão entrar em funcionamento, seja porque o BCP foi um dos 25 bancos europeus a chumbar nos testes de stress que antecederam a transferência da supervisão para o BCE.