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Troy Haines: "Testes de stress são essenciais ao bom funcionamento dos banco"

O vice-presidente para as soluções de risco da SAS escreve sobre o desafio para a banca dos testes de stress.

15 de Dezembro de 2015 às 09:50
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Os testes de stress já existem há algum tempo. Não são uma ferramenta nova. No entanto agora fala-se mais deles em parte porque se verificou que as instituições financeiras não estavam preparadas para os défices de capital registados durante a crise económica de 2007-2009. A isto junta-se o facto de, durante muito tempo, estarem como que em silos, sendo apenas focados em riscos específicos. Ou seja, não se aplicavam transversalmente e permitiam uma visão holística.

Por outro lado, e derivado da crise económica, hoje os reguladores estão mais exigentes e incluíram os testes de stress nos requisitos de reporte, requerendo metodologias quantitativas e qualitativas para os processos de planeamento de capital e para cada tipo de risco, de cada banco.

Tudo isto trouxe os testes de stress para a ribalta. Os bancos agora têm de, frequentemente, demostrar a sua exposição ao risco.

Isto implicou uma grande evolução nos testes de stress. Se recuarmos cerca de quatro a cinco anos verificamos que, na altura, a preocupação dos reguladores incidia na margem financeira e no crédito malparado. Hoje só isso não basta. Os bancos foram confrontados com medidas como a liquidez e projecções de receitas.

Por outras palavras, hoje os testes de stress têm, obrigatoriamente, de fazer parte do plano de capital dos bancos. A sua abrangência é vasta e todos os departamentos participam.

Hoje mais do que indicar se uma determinada entidade financeira tem x% de crédito mal parado, o teste de stress tornou-se a ferramenta capaz de examinar e identificar as vulnerabilidades financeiras de uma determinada instituição. Tudo isto num processo que se quer transparente, auditável e documentado. E isto só é possível se, durante todo o processo, o departamento de TI estiver envolvido, permitindo a geração de vários cenários, que possam ser repetidos, a cada ciclo.

Sendo que, a quantidade de informação trabalhada (e gerada) é de tal ordem que torna impossível que o processo seja feito manualmente, as entidades têm vindo a perceber que é necessário investir numa plataforma de gestão de modelos, que possa gerir todos os cenários criados. É com base nessa informação que será feita a gestão do risco, mas mais do que isso: Os gestores têm de perceber que os resultados de cada cenário têm de estar agregados às projecções financeiras dos bancos (o que farão em situação de stress).

De uma forma simplista as entidades financeiras têm de integrar o risco e as medidas financeiras nos cenários de stress. De outra forma terão resultados enviesados.

Mais do que um imperativo desnecessário os testes de stress devem ser encarados como uma ferramenta de gestão, complementar aos modelos de risco. Que ajudam na criação de processos e workflows essenciais ao negócio.