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As exigências do Banco Central Europeu sobre em termos de solidez e de gestão de risco estão a condicionar os modelos de negócio e as estratégias das instituições financeiras, empurrando-as para áreas de negócio menos rentáveis. Um ambiente que, num contexto de excesso de oferta bancária para a procura disponível, vem empurras ainda mais os bancos para um cenário de consolidação.
"A questão dos modelos de negócio é um elemento presente no domínio da supervisão e existe no diálogo com as instituições. Em termos de estratégia, as nossas decisões levam em consideração as perspectivas de Frankfurt. Mesmo que, muitas vezes, isso leve a vendas de activos num ambiente de pressão de mercado", constata o responsável pela gestão de risco de um grande banco português.
Para outro dos membros do painel, um dos problemas resulta do facto de o supervisor olhar para os "modelos de negócio como forma de assegurar a geração interna de capital". Este conceito encerra, em si, uma "contradição". Porque se os bancos são empurrados para modelos de negócio menos lucrativos, é difícil alcançar a auto-geração de capital.
Um dos exemplos abordados durante o debate foi a posição do BCE sobre os investimentos em Angola, que têm trazido rentabilidade à banca, mas que passaram a ser penalizados do ponto de vista dos requisitos de capital e da concentração de riscos. Outro problema resulta do conceito de áreas de negócio não estratégicas.
"Os bancos estão a ser obrigados a sair de negócios não-'core', mas não se pode continuar a considerar tudo não-'core'. Há grande pressão nesta área, o que empurra os bancos para operações que geram menor rentabilidade", avisa outro dos responsáveis.
"Não são os melhores riscos que trazem a melhor rentabilidade", concorda um dos gestores. Daí que a variável mais importante na política comercial seja definir o custo do risco. "Quando esta falha, falha a rentabilidade".
Um dos grandes desafios é, por isso, captar "bons clientes com boas rentabilidades". A dificuldade é ainda maior por haver bancos no mercado mais preocupados com "o crescimento do balanço do que com a defesa da rentabilidade", sendo "demasiado agressivos para os níveis de capital que estão a ser exigidos". Até porque os requisitos de solidez podem ser mais agressivos em função do perfil de risco.
Como, no domínio do risco, "os bancos mais pequenos estão sujeitos à mesma pressão dos supervisores do que as grandes instituições, é preciso mais consolidação", admite um dos gestores. Outro refere a "pressão significativa sobre a rentabilidade dos bancos" resultante da acção dos supervisores como outro elemento a favor da integração de bancos portugueses. "São necessárias maiores economias de escala", concorda outro dos responsáveis.
Há até quem defenda que "as estratégias do supervisor deviam promover a consolidação". E dê um exemplo: "a venda do Novo Banco devia ser aproveitada também para resolver o problema do excesso de oferta".
"A questão dos modelos de negócio é um elemento presente no domínio da supervisão e existe no diálogo com as instituições. Em termos de estratégia, as nossas decisões levam em consideração as perspectivas de Frankfurt. Mesmo que, muitas vezes, isso leve a vendas de activos num ambiente de pressão de mercado", constata o responsável pela gestão de risco de um grande banco português.
Para outro dos membros do painel, um dos problemas resulta do facto de o supervisor olhar para os "modelos de negócio como forma de assegurar a geração interna de capital". Este conceito encerra, em si, uma "contradição". Porque se os bancos são empurrados para modelos de negócio menos lucrativos, é difícil alcançar a auto-geração de capital.
Um dos exemplos abordados durante o debate foi a posição do BCE sobre os investimentos em Angola, que têm trazido rentabilidade à banca, mas que passaram a ser penalizados do ponto de vista dos requisitos de capital e da concentração de riscos. Outro problema resulta do conceito de áreas de negócio não estratégicas.
"Os bancos estão a ser obrigados a sair de negócios não-'core', mas não se pode continuar a considerar tudo não-'core'. Há grande pressão nesta área, o que empurra os bancos para operações que geram menor rentabilidade", avisa outro dos responsáveis.
"Não são os melhores riscos que trazem a melhor rentabilidade", concorda um dos gestores. Daí que a variável mais importante na política comercial seja definir o custo do risco. "Quando esta falha, falha a rentabilidade".
Um dos grandes desafios é, por isso, captar "bons clientes com boas rentabilidades". A dificuldade é ainda maior por haver bancos no mercado mais preocupados com "o crescimento do balanço do que com a defesa da rentabilidade", sendo "demasiado agressivos para os níveis de capital que estão a ser exigidos". Até porque os requisitos de solidez podem ser mais agressivos em função do perfil de risco.
Como, no domínio do risco, "os bancos mais pequenos estão sujeitos à mesma pressão dos supervisores do que as grandes instituições, é preciso mais consolidação", admite um dos gestores. Outro refere a "pressão significativa sobre a rentabilidade dos bancos" resultante da acção dos supervisores como outro elemento a favor da integração de bancos portugueses. "São necessárias maiores economias de escala", concorda outro dos responsáveis.
Há até quem defenda que "as estratégias do supervisor deviam promover a consolidação". E dê um exemplo: "a venda do Novo Banco devia ser aproveitada também para resolver o problema do excesso de oferta".