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Fazer uma transição consciente e informada

O mercado demonstra um interesse crescente em contribuir para um maior desenvolvimento na produção de eletricidade a partir de fontes renováveis. Mas alguns especialistas garantem que ainda há muitos pontos a limar.

28 de Maio de 2021 às 09:34
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A necessidade de descarbonizar a economia e salvaguardar o ambiente, e, com isso, o futuro das gerações vindouras, é algo incontornável. A sociedade está cada vez mais sensível ao facto de as renováveis serem o caminho necessário a percorrer. No entanto, é importante que a transição energética possa ser desenvolvida alinhada com a sustentabilidade do planeta, para que o novo sistema energético não origine novos problemas ambientais.

 

Precisa-se de mais transparência e flexibilidade

 

José Grácio, CEO da TrustEnergy, acredita que é necessário não apenas falar em mais potência instalada em fontes de energia renovável, mas também em formas de garantir a flexibilidade e a resiliência do sistema elétrico nacional, de forma a garantir que a cada momento haja energia disponível para alimentar o consumo. "Enquanto o armazenamento de eletricidade ainda não é viável, em larga escala, a não ser através das albufeiras e bombagem hidroelétrica, este desafio necessita de fontes de energia despacháveis, que se ligam e desligam quando é necessário", alerta o responsável.

 

Problemas existem também ao nível dos licenciamentos e processos administrativos. João Garrido, founder & manager da Caparica Solaris, fala da energia eólica e explica que nos projetos que resultaram dos processos concursais de 2019 e 2020 a situação está a correr bem, no entanto, ao nível do outro contingente, os denominados acordos com os operadores de rede, a situação está "caótica e tem sido extremamente mal gerida". De acordo com este responsável, as regras têm estado sempre a mudar e não existe previsibilidade, ou seja, quem está a desenvolver projetos não consegue ter a noção de quando e quais serão as próximas etapas. "Este caos administrativo assusta os investidores porque induz a uma grande incerteza e aumenta consideravelmente a perceção de risco", alerta João Garrido.

 

É preciso compromisso

 

Para este especialista, as soluções existem e podem ser aplicadas para evitar contratempos à inovação. Uma delas, diz Garrido, é exigir um comprometimento firme por parte dos promotores dos projetos no momento inicial, através da apresentação de avales/garantias. "Podemos usar o processo de Espanha como exemplo, no qual o primeiro momento do processo de licenciamento é a apresentação de uma garantia de 40.000 EUR/MW ao operador do sistema de transmissão", sugere este especialista. A outra solução é ao nível da avaliação ambiental estratégica, a qual deverá ser o Governo a liderar, em que deverão reunir todos os intervenientes nos processos de licenciamento, como por exemplo DGEG, APA, municípios, ICNF, entre outros, e dever-se-á alcançar um alinhamento de interesses. De acordo com João Garrido, todas as entidades são importantes e têm um papel preponderante no processo. "Era fundamental que se fizesse um mapeamento que cobrisse todo o território nacional e no qual se identificasse explicitamente que áreas são adequadas para a implementação de projetos solares e quais as áreas de exclusão. Isto iria poupar muito tempo e recursos aos promotores e entidades licenciadoras, para além disso iria evitar muitos conflitos e problemas", garante.

 

Mais e melhor divulgação

 

Quanto ao consumo, apesar de as energias verdes estarem na moda, existe também um longo caminho a percorrer. João Garrido explica que o debate e a divulgação destes temas terão de ser mais incisivos. "Durante muito tempo os grandes críticos das energias renováveis tiveram um excessivo tempo de antena e difundiram muitas mensagens erradas que ainda hoje persistem, e por isso, convém desmistificar alguns temas como a elevada dependência de subsídios e o não funcionamento técnico das tecnologias."

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