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Powell sinaliza que alívio na inflação ainda não chega para cortar juros nos EUA

O presidente da Reserva Federal norte-americana afirmou que os números conhecidos esta sexta-feira são positivos e em linha com o esperado, mas indicou também que é preciso mais.

O líder da Fed, Jerome Powell, afirmou que os juros podem manter-se elevados “durante mais tempo”.
Elizabeth Frantz/Reuters
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A inflação está a caminhar para o objetivo da Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos, mas ainda não chega. Após os números conhecidos esta sexta-feira, o presidente Jerome Powell afirmou que é preciso ver uma tendência mais prolongada para cortar juros.

"O meu primeiro pensamento foi que o relatório está praticamente em linha com as nossas expectativas", afirmou Powell sobre o índice de preços nas despesas de consumo das famílias (PCE, na sigla em inglês). O norte-americano falava numa conferência sobre políticas macroeconómicas e monetárias da Fed de São Francisco.

Os dados conhecidos esta sexta-feira indicam que o PCE homólogo subiu ligeiramente para 2,5% em fevereiro, em comparação com os 2,4%em janeiro, esteve em linha com as expectativas do mercado. A inflação subjação, que exclui as alterações nos preços da energia e dos alimentos, foi de 2,8%.

O PCE, que permite medir a inflação na ótica da despesa do consumidores, é visto como o indicador favorito da Fed norte-americana. Apesar do recuo, está ainda acima da meta do banco de central de 2%.

"É bom termos uma leitura em linha com o esperado", especialmente após a subida verificada em janeiro, disse Powell. Contudo, os números de fevereiro não chegam para definir uma tendência, enquanto no ano passado se começou a verificar uma série de descidas mensais. É essa sequência que os decisores do Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC) quer ver.

"Não é provável que seja apropriado cortar taxas de juros antes de o FOMC estar confiante de que a inflação está a mover-se de forma sustentada para 2%. Precisamos de ver mais leituras positivas como as que vimos no ano passado", sublinhou.

Na semana passada, a Fed manteve a taxa dos fundos federais inalterada entre os 5,25% e os 5,5%. Na altura apontou também para três cortes de 25 pontos base até final do ano. Os "traders" estão a incoporar uma probabilidade de 55% de que o primeiro aconteça em junho.

Mas Powell não se quer comprometer com nenhuma data. "A decisão é muito importante" porque há riscos associados tanto a fazê-lo demasiado cedo como demasiado tarde, afirmou. Ainda assim, questionado sobre a possibilidade de reverterem o curso caso entendam que a decisão não foi a correta, respondeu: "Não seria terrível. Temos de ter a humildade de saber que as perspectivas são incertas".

No último encontro de política monetária, a Fed atualizou também as projeções, prevendo um crescimento económico de 2,1% este ano e de 2% tanto em 2025 como em 2026. Já o índice de despesas de PCE deverá fechar o ano nos 2,6%.

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