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Powell reafirma que a Fed não corta juros sem ter confiança na inflação

O presidente do banco central norte-americano indicou que mais dados positivos vão ajudar a reforçar a confiança de que a inflação vai no sentido da meta de 2%.

Reuters
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Não haverá cortes nas taxas de juro de referência nos Estados Unidos enquanto não houver garantias de que a inflação está a direcionar-se para a meta de 2% da Reserva Federal dos EUA. O líder do banco central Jerome Powell sublinhou, no Senado norte-americano, que mais dados positivos vão ajudar a reforçar essa confiança.

"As nossas ações de política monetária são orientadas pelo nosso duplo mandato de promover o máximo emprego e estabilidade de preços para o povo americano", começou por dizer Powell no seu testemunho semestral sobre a política monetária esta terça-feira na Comissão Bancária do Senado. Nesse sentido, o Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC) tem mantido o intervalo alvo para a taxa dos fundos federais entre 5,25% e 5,5% desde julho do ano passado, enquanto reduziu a dívida no balanço.


"Na nossa reunião de maio, decidimos abrandar o ritmo de redução do balanço a partir de junho, em conformidade com os planos divulgados anteriormente. A nossa orientação restritiva da política monetária está a ajudar a equilibrar melhor as condições da procura e da oferta e a exercer uma pressão descendente sobre a inflação", defendeu, nas primeiras declarações aos senadores.


A inflação nos Estados Unidos desacelerou em maio, em termos homólogos, para 3,3%, depois de ter alcançado os 3,4% em abril, ultrapassando as expectativas do mercado e dando alento sobre um corte de juros em setembro. Os números de junho serão conhecidos na próxima quinta-feira. O indicador de despesas de consumo pessoal (PCE) - que é conhecido como o preferido da Fed - subiu para 2,6% nos 12 meses que terminaram em maio.

"O Comité declarou não esperar que seja apropriado reduzir o intervalo do objetivo para a taxa dos fundos federais até que tenhamos maior confiança de que a inflação está a evoluir de forma sustentável para 2%. Os dados recebidos no primeiro trimestre deste ano não apoiaram essa maior confiança. As leituras mais recentes da inflação, no entanto, mostraram alguns progressos modestos, e mais dados positivos reforçariam a nossa confiança de que a inflação está a evoluir de forma sustentável para 2%", afirmou.

Powell indicou que há sempre a opção de subir taxas de juro, mas considerou que este movimento não é o esperado, sendo "provável" que a próxima decisão seja de corte de juros, o que vai acontecer "no momento apropriado". "Continuamos a tomar decisões reunião a reunião", frisou.

O presidente da Fed explicou que uma redução demasiado rápida ou excessiva poderia atrasar ou mesmo inverter os progressos da inflação. Ao mesmo tempo, à luz da redução da inflação e do arrefecimento do mercado de trabalho ao longo dos últimos dois anos, "a inflação elevada não é o único risco que enfrentamos", alertou.

"Reduzir a contenção da política demasiado tarde ou demasiado pouco poderia enfraquecer indevidamente a atividade económica e o emprego. Ao considerar ajustamentos ao intervalo da taxa dos fundos federais, o Comité continuará a sua prática de avaliar cuidadosamente os dados recebidos e as suas implicações para a evolução das perspetivas, o equilíbrio dos riscos e a trajetória apropriada da política monetária".

Questionado pelos senadores sobre os dois candidatos presidenciais - o incumbente Joe Biden e o ex-presidente Donald Trump - e os riscos para a economia associados às propostas de cada um deles, o líder da Fed rejeitou comentar, apontando querer manter-se imparcial. Depois desta audição, Jerome Powell vai estar esta quarta-feira no comité de Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes.


(Notícia atualizada às 15:30)
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