Christian Noyer, governador do Banco de França, afirmou que não está convencido da eficácia de nova redução dos juros pagos nos depósitos que os bancos comerciais constituem junto do Banco Central Europeu (BCE). A medida pode ser contraproducente e encarecer ainda mais o acesso ao crédito, disse.

“Estamos preparados para implementar [a descida na taxa dos depósitos], no caso de ser necessário”, disse Christian Noyer, que pertence ao Conselho do BCE, onde se decide a política monetária da Zona Euro. “Do ponto de vista técnico é muito delicado. Não estou pessoalmente convencido de que haja interesse em fazer isso”, acrescentou.

O Banco Central Europeu tem em vigor uma taxa de juro nos depósitos de 0,00%, o que significa que, se o conselho de governadores decidir implementar outra descida, os bancos terão de pagar para depositar fundos junto do BCE.

“Existiram experiências no passado. Não foram todas convincentes. Em alguns casos até tendeu a provocar uma subida das taxas porque os bancos procuraram compensar a perda que estavam a ter nos depósitos com o banco central.”

 

As reservas de Noyer em relação à descida de juros vêm juntar-se às já expressas por Jörg Asmussen, que afirmou que a instituição deve evitar essa opção, embora ressalvando que os responsáveis pela política monetária estão divididos, nessa matéria. Mario Draghi, presidente do BCE, afirmou no início do mês que a instituição poderá voltar a descer os juros.