Joerg Asmussen, membro da direcção do BCE, confirmou que os membros da autoridade monetária estão "em discussão aberta" sobre a descida das taxas de juro dos depósitos para níveis negativos. "Alguns vêem a discussão muito aberta, eu vejo-a menos aberta".

Asmussen afirmou que o BCE deve ser cauteloso sobre a ideia de baixar a taxa de juro dos seus depósitos abaixo de zero, o que significaria que o banco iria começar a cobrar uma taxa para permitir que os bancos depositem dinheiro no banco central. Mario Draghi confirmou que o banco está “tecnicamente pronto para fazê-lo”, segundo noticiou a Reuters.

Uma movimentação destas poderia encorajar os bancos a ceder dinheiro à economia real em vez de o manter no BCE, embora possa também ter implicações nas próprias operações dos bancos e no financiamento do mercado das obrigações.

Depois da Dinamarca, que não é membro da Zona Euro, ter seguido esta política, o BCE poderá ser o primeiro grande banco central a usar esta medida. No mês passado a autoridade monetária cortou a taxa de juro de referência paa 0,5%, colocando o juro dos depósitos em zero.

Asmussen acrescentou também que o BCE vai manter a sua política monetária expansionista durante o tempo necessário, embora seja cauteloso com a descida da taxa de juro dos depósitos para níveis abaixo de zero.

“A nossa política monetária é expansiva e vai manter-se durante o tempo que for preciso. Mas manter as taxas de juro dos depósitos baixas por muito tempo vai criar novos riscos”, afirmou Asmussen esta segunda-feira, em Berlim.

O presidente da Reserva Federal norte-americana, Ben Bernanke, desencorajou os mercados na última quarta-feira, ao dizer que o Banco Central norte-americano está próximo de começar a reduzir o seu programa de estímulos, através da compra de obrigações soberanas.