A economia alemã contraiu em 2024, pelo segundo ano consecutivo. De acordo com os primeiros cálculos do Departamento Federal de Estatística (Destatis) da Alemanha, o Produto Interno Bruto (PIB) do país - ajustado aos preços e a efeitos de calendário - registou uma queda de 0,2% no ano passado, por comparação com 2023.

"As pressões cíclicas e estruturais impediram um melhor desenvolvimento económico em 2024. Isso inclui um aumento da concorrência para a indústria exportadora alemã nos seus principais mercados, custos elevados na energia,  níveis altos nas taxas de juro e perspetivas económicas incertas. Neste contexto, a economia alemã contraiu-se novamente em 2024", disse a economista alemã Ruth Brand, presidente do Destatis, na conferência de imprensa realizada em Berlim sobre a evolução do PIB na Alemanha em 2024.

Esta é apenas a segunda vez, desde 1950, que o PIB alemão cai dois anos seguidos: -0,3% em 2023 e -0,2% em 2024. Entre 2013 e 2023, o PIB do país cresceu, em média, 1,1% ao ano, mostram as estatísticas. 2020 foi o ano com a maior queda: -4,1%.  

Para estes ano, e com eleições antecipadas marcadas para 23 de fevereiro, as perspetivas também não são as melhores. O Bundesbank prevê um crescimento económico de apenas 0,2% na Alemanha e não descarta um novo cenário de contração em 2025, caso o Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, mantenha as suas ameaças de imposição de tarifas aos produtos importados da UE e do resto do mundo.

O declínio económico da Alemanha foi um dos grandes fatores que ditou a  queda da coligação tripartidária em novembro. Nas eleições antecipadas de fevereiro, o atual chanceler Olaf Scholz poderá vir a ser derrotado por Friedrich Merz, que lidera o bloco conservador CDU/CSU e promete menos regulamentação e impostos mais baixos.