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Moreira Rato admite emissão do IGCP em dólares
O presidente da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) admitiu esta quarta-feira que o plano de financiamento do Estado pode incluir uma emissão sindicada em dólares.
"Portugal está a ponderar a realização de emissões sindicadas em euros e em dólares" no segundo semestre de 2014, como parte do plano de financiamento de 2015, disse João Moreira Rato, presidente do IGCP, em entrevista à agência Bloomberg.
A 18 de Junho passado, o Negócios avançou que o Tesouro português tem em marcha planos para fazer uma emissão sindicada em dólares, potenciando o interesse manifestado pelos investidores norte-americanos. O objectivo é garantir, no fim do ano, dois terços dos recursos necessários em 2015.
A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) desenvolveu um conjunto de contactos junto de investidores norte-americanos num ‘road show’ de duas semanas identificando interesse em aplicações em euros. Neste momento, sabe o Negócios, a equipa liderada por João Moreira Rato, está à espera de uma oportunidade para avançar com uma emissão sindicada em dólares.
A emissão sindicada em dólares permite, na óptica do IGCP, diversificar as fontes de financiamento e a base de investidores e ainda realizar um encaixe adicional importante depois de o governo ter rejeitado a última tranche do empréstimo da troika.
A emissão de títulos denominados em dólares deverá atrair investidores norte-americanos que preferem ou estão limitados a investimentos em dólares. Com o "rating" ainda em "grau especulativo" ("lixo") nas três maiores agências, esta será também uma forma de contactar com investidores especializados em mercados emergentes, um segmente que é dominado por emissões em dólares.
Na entrevista à agência Bloomberg, João Moreira Rato refere que as necessidades de financiamento de 2014 ascendem a 12 mil milhões de euros. Deste montante, 8,5 mil milhões de euros já foram obtidos durante o primeiro semestre. Os restantes 3,5 mil milhões serão alcançados através de leilões de dívida.