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Juros da dívida portuguesa voltam a agravar-se

“Yields” da dívida pública portuguesa são as únicas que sobem na periferia do euro. Na maioria dos prazos, os acréscimos superam 20 pontos base. Ainda assim, os “juros” permanecem em mínimos de dois anos.

08 de Janeiro de 2013 às 18:04
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Pelo segundo dia consecutivo, as taxas de juro (“yields”) associadas aos títulos de dívida pública portuguesa voltaram hoje a subir – e de forma mais expressiva e simultaneamente singular no contexto dos países da chamada periferia da Zona Euro.

 

Na maioria dos prazos, as taxas de rendibilidade subiram face à sessão de ontem mais de 20 pontos base, superando os 30 pontos no caso dos títulos a três anos. A três e cinco anos, as “yields” respectivas estão agora de novo acima dos patamares de 4% (4,35%) e de 5% (5,24%). A dez anos, a subida é menos expressiva: 8,6 pontos para 6,460%, o que, ainda assim, traduz a rendibilidade mais baixa desde finais de Dezembro de 2010.

 

A evolução destes indicadores, que fornecem uma aproximação ao custo que o Estado português se financiaria hoje nos mercados financeiros, sugere que Portugal não terá beneficiado da operação bem sucedida de colocação de dívida hoje realizada pela Irlanda, na que foi a primeira emissão de mais longo prazo desde que, em Novembro de 2010, o país pediu assistência financeira à União Europeia e FMI.

 

O Tesouro irlandês colocou 2,5 mil milhões de euros em títulos de dívida com maturidade em Outubro de 2017 (quase cinco anos), com a procura quase triplicar a oferta e uma taxa de rendibilidade implícita de 3,35%. Esta taxa é inferior à média subjacente à dívida contratada antes do resgate (4,7%), e fica próxima, mas ainda acima, do juro pedido pela parte europeia nos empréstimos da troika (3,1% e 2,5%, consoante os fundos de resgate, MEEF e FEEF).

 

A operação, que traduz um passo decisivo para um pleno regresso aos mercados, foi qualificada de “sucesso” pelo Governo irlandês e pelos analistas. Em declarações à Reuters, Owen Callan do Danske Bank (um dos bancos envolvidos na operação) considerou que estes resultados revelam que os “investidores acreditam na história da recuperação irlandesa”.

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