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Juro dos certificados toca novo mínimo em Junho
Com as Euribor a manterem a tendência de queda, o retorno dos certificados de aforro vai voltar a baixar no próximo mês. A taxa oferecida aos novos aforradores será a mais baixa em quase quatro anos.
Os certificados de aforro estão a dar um juro baixo, mas ainda vão render menos a partir do próximo mês. É que as Euribor continuam em queda, levando a uma redução da rendibilidade destes títulos, tanto os da Série D, em comercialização, como os da anterior, a C. A taxa em Junho será a mais baixa deste produto do Estado desde meados de 2012.
Quem for subscrever certificados de aforro a partir de Junho irá contar com uma taxa bruta anual de 0,742% nos três meses seguintes. Esta taxa fica aquém dos 0,75% praticados em Maio, isto porque desde então os juros da taxa interbancária a três meses, a Euribor, tocaram mínimos negativos. A Euribor a três meses está em -0,261%.
Os certificados da Série D têm um prémio de 1%, mas com as taxas em "terreno" negativo acaba por haver um desconto nessa bonificação. Assim, o juro final é inferior ao prémio, sendo que a taxa que será oferecida aos aforradores a partir de Junho representará a mais baixa desde Agosto de 2012, antes da introdução do prémio de 275 pontos base na Série C.
Retornos elevados
Apesar de baixa, a taxa dos certificados continua a ser superior à média praticada pelos bancos nos depósitos a prazo: 0,41%. Contudo, na comparação com certificados mais antigos a diferença de retorno é enorme. Mesmo contando com o efeito dos juros negativos, quem tem títulos da Série C, vendida até Janeiro de 2015, consegue um juro quase quatro vezes superior.
Enquanto em Maio a taxa em vigor é de 2,788%, no mês de Junho o juro será de 2,781%, de acordo com os cálculos realizados pelo Negócios. Basicamente, os aforradores que mantenham estes títulos estão a receber o prémio de 275 pontos que vigora até ao final deste ano e dos 50 pontos que são adicionados à média da Euribor.
Já quem tem títulos há bastante mais tempo, os da Série B, aquela que conta ainda com o maior número de aforradores de acordo com os dados mais recentes do IGCP, está a conseguir uma taxa bruta anual de 3%. É que nestes títulos mais antigos não é aplicada a taxa negativa das Euribor.
Alternativa do Estado
Quem procura uma aplicação com este perfil mais conservador para depositar as poupanças poderá sempre tentar encontrar juros mais atractivos em depósitos de bancos de menor dimensão, mas são poucos os que dão mais de 1%. Ou então, poderá manter as poupanças confiadas ao Estado nos Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM).
Apesar de também terem visto a sua rendibilidade revista em Fevereiro de 2015, a taxa média anual destes títulos é bastante superior à dos certificados de aforro em comercialização. O Estado garante um juro de 2,25%, mantendo o investimento durante cinco anos. E ainda pode ganhar com o crescimento do PIB. Esta taxa é até superior à das Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV) recentemente emitidas.