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Governador do Banco de Espanha também aponta para corte de juros em junho

São cada vez mais as vozes que sinalizam para um ciclo de alívio da política monetária no arranque do verão. Agora é o governador do Banco de Espanha que está prestes a terminar o mandato, mas ainda pode participar na reunião da viragem.

Paulo Ribeiro Pinto paulopinto@negocios.pt | Bloomberg 17 de Março de 2024 às 15:40

O governador do Banco de Espanha e membro do conselho de governadores do Banco Central Europeu, Pablo Hernandez de Cos, espera que as taxas de juro sejam reduzidas em junho se a inflação continuar a moderar-se como previsto.

"O anúncio, na semana passada, de que cumprimos o nosso objetivo de colocar a inflação nos 2% é compatível com uma descida das taxas de juro em breve, o que poderá provavelmente acontecer em junho", disse de Cos ao jornal espanhol El Periodico, numa entrevista publicada este domingo.

O início do ciclo de redução das taxas de juro poderá acontecer nessa altura, iniciando assim uma viragem na política monetária do BCE. Pablo Hernandez de Cos é governador do Banco de Espanha desde 11 de junho de 2018 e está prestes a terminar o mandato, mas a concretizar-se um corte, seria decidido na reunião de dia 6 de junho, permitindo ainda participar no primeiro corte de juros. O BCE iniciou o ciclo de subidas em julho de 2022, passando em 14 de meses de uma taxa de 0% para 4,5%.

"A primeira redução das taxas de juro poderá ocorrer nessa altura [junho], se as principais previsões continuarem a cumprir os objectivos nos próximos meses", afirmou de Cos ao El Periodico.

Até agora, a presidente do BCE, Christine Lagarde, tem insistido que é preciso esperar pelos dados do primeiro trimestre deste ano, nomeadamente dos salários para perceber se há ou não o risco de um efeito de segunda ordem que volte a causar uma aceleração da inflação.

O objetivo é ter a certeza de que a inflação está a regressar de forma sustentável ao objetivo de 2%. Lagarde, afirmou no início deste mês que se registava uma desaceleração definitiva dos preços no consumidor, mas que não estava suficientemente confiante para iniciar um alívio monetário.

Já na semana passada, o governador do Banco da Grécia, Yannis Stournaras, disse à Bloomberg que gostaria de ver dois cortes nas taxas antes da pausa estival de agosto, e Olli Rehn, governador do Banco da Finlândia, disse esperar várias reduções este ano.

Também o governador do Banco de França e membro do Conselho do BCE, François Villeroy de Galhau, aponta para o primeiro corte antes do início do verão.

"Vamos provavelmente cortar juros na primavera e a primavera na Europa é de abril a 21 de junho", disse. "É talvez mais provável em junho - somos muito pragmáticos e vamos ver dependendo dos dados", afirmou em entrevista à Rádio France Info, na semana passada.

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