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Banco de Portugal antecipa recuo na procura por casas. Mas não vê excesso de oferta

O supervisor assinala que a percentagem de transações financiadas com crédito bancário doméstico - cerca de 50% em 2022 - é "bastante inferior" à registada durante a anterior crise da dívida soberana: cerca de 75% em 2010.

O agravamento das taxas de juro tem-se feito sentir nas prestações mensais      da casa que as famílias pagam aos bancos.
Sérgio Lemos
23 de Novembro de 2022 às 12:00
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A procura por casas para comprar deverá ser penalizada pelo impacto da inflação nos rendimentos das famílias, bem como pela subida das taxas de juro sobre os empréstimos bancários, segundo antecipa o Banco de Portugal no relatório de estabilidade financeira divulgado esta quarta-feira. O supervisor liderado por Mário Centeno antecipa, contudo, que a diminuição na procura seja absorvida pelo mercado.

"A incerteza corrente, a potencial perda de rendimento real das famílias e aumentos adicionais das taxas de juro poderão reduzir a procura por ativos imobiliários", aponta o relatório. "Todavia, com as restrições na oferta de habitação, não é de esperar um excesso de oferta que requeira um período prolongado até que seja absorvida pelo mercado".

Esta capacidade de absorção deve-se, em parte a compradores internacionais. O Banco de Portugal assinala que a percentagem de transações financiadas com crédito bancário doméstico - cerca de 50% em 2022 - é "bastante inferior" à registada durante a anterior crise da dívida soberana: cerca de 75% em 2010.

A estes dados acrescem os das transações. Nos quatro trimestres terminados em junho, os compradores não residentes representaram 11,7% do valor das transações de habitação em Portugal, acima dos 8,9% realizadas no ano anterior.

 

"O crescimento dos preços da habitação tem sido mais acentuado nas regiões onde o peso dos não residentes é mais elevado e a percentagem de transações de habitação financiadas por crédito interno é menor", sublinha o supervisor.

 

Adicionalmente à diminuição do crédito bancário doméstico, também a recomendação macroprudencial relativa aos novos créditos às famílias "promove a resiliência de mutuantes e mutuários nas transações financiadas por crédito", acrescenta o Banco de Portugal.


(Notícia atualizada)
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