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Juros mínimos na emissão a cinco anos e abaixo de 3% nos títulos a dez anos

O Tesouro financiou-se em 1.250 milhões de euros a cinco e a dez anos. Na maturidade mais curta foi a taxa mais baixa desde pelo menos 2006. No prazo a dez anos os juros ficaram em mínimos de Novembro de 2015.

Bruno Simão
14 de Junho de 2017 às 10:49
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Foi o leilão de dívida com menores custos dos últimos anos. O Tesouro foi ao mercado e colocou o montante máximo pretendido: 1.250 milhões de euros em títulos a cinco e a dez anos. Na maturidade mais curta, a taxa da operação foi de 1,198%, a mais baixa desde, pelo menos 2006, data dos últimos dados disponibilizados pelo IGCP. Já nas Obrigações do Tesouro (OT) a dez anos, o juro foi de 2,851%, o mais baixo desde Novembro de 2015. Isto dias antes da Fitch se manifestar sobre o "rating".

 

Os juros pedidos pelos investidores tiveram quedas significativas face a operações anteriores. No prazo a cinco anos, Portugal tinha pago, no passado mês de Maio, 1,828%. Nessa altura a agência que gere o crédito público também emitiu a dez anos, com a taxa a ficar em 3,386%. Neste prazo, num mês, Portugal poupa quase meio ponto percentual para se financiar.


Nas OT a cinco anos, além dos juros mais baixos a procura também aumentou. Triplicou o montante em oferta. No mês passado, esse indicador tinha sido do dobro do montante a emitir. Já no prazo a dez anos, a procura ficou em linha com a emissão de Maio.

"Atribuo esta descida dos juros a toda uma série de factores, incluindo as compras do BCE, mas acho que uma boa parte se deve ao reconhecimento, por parte dos investidores, dos bons dados económicos divulgados recentemente sobre Portugal. Claramente emitimos abaixo do custo médio da dívida portuguesa e por se tratar de dívida de longo prazo esse facto beneficia os encargos do país", referiu Filipe Silva director da gestão de activos do Banco Carregosa, numa nota enviada às redacções. 

 

Com esta operação o Estado aumenta para 9.550 milhões de euros o montante colocado em Obrigações do Tesouro (OT), quase 65% do valor pretendido para o total do ano. O valor angariado no duplo leilão deverá servir já para assegurar necessidades de financiamento de 2018.

 

Numa nota feita a investidores, em Maio, a agência liderada por Cristina Casalinho referia que "as próximas emissões servirão para sustentar a confortável posição de liquidez e para pré-financiar as necessidade de financiamento de 2018", referia o documento. O IGCP pretende chegar ao final de 2017 com uma almofada de liquidez de 7.100 milhões de euros.


(Notícia actualizada às 12:02)

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