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Portugal lidera descida dos juros da dívida

A Comissão Europeia mostrou confiança na execução orçamental de Portugal. O Banco de Portugal garantiu margem para a compra de dívida nacional pelo BCE. Factores que ajudam o país a liderar o alívio no mercado de dívida na Europa.

Bloomberg
20 de Setembro de 2016 às 09:12
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Portugal está a liderar o alívio no mercado de dívida europeu. Em semana de reuniões de política monetária nos Estados Unidos e no Japão, há uma queda das rendibilidades pedidas pelos investidores na negociação de títulos de dívida da Zona Euro. Itália, França e Alemanha também marcam recuos.

 

No mercado de dívida nacional, há uma desvalorização das "yields" pedidas em praticamente todos os prazos. Na maturidade a dez anos, a queda é de 4,4 pontos base para 3,325%, segundo as taxas genéricas da Bloomberg. É o terceiro dia consecutivo de recuos nos juros pedidos no mercado secundário, permitindo controlar as "yields" que subiam desde o mínimo de Agosto e chegaram a atingir máximos desde o referendo no Reino Unido.

 

A evolução negativa dos juros mostra que o preço das obrigações nacionais está a avançar (a rendibilidade associada a um título de dívida segue em sentido contrário ao do seu preço). Ou seja, as obrigações estão a valorizar-se neste momento.

 

O mercado secundário, com a troca de títulos entre investidores, é um termómetro dos custos de financiamento que o Estado pode enfrentar no mercado primário. Esta quarta-feira, o Tesouro vai voltar ao mercado primário (onde vende dívida directamente a investidores), para obter até 1.750 milhões de euros em títulos de dívida de curto prazo.

 

Ontem, a Comissão Europeia pronunciou-se sobre a evolução portuguesa no pós-programa de ajustamento. "A Comissão reconhece que, até Maio, a execução do Orçamento decorreu conforme o previsto". Bruxelas também indicou que os dados mais recentes mostram que a "tendência se mantém".

 

A desvalorização dos juros acontece, também, depois de o Banco de Portugal ter assegurado, em respostas à Reuters, que o Banco Central Europeu está "longe de atingir o seu limite" no que diz respeito à compra de dívida portuguesa no âmbito do seu programa de aquisição de activos e obrigações. Além disso, a autoridade presidida por Carlos Costa assinalou que poderão existir compras até ao final do programa, em Março do próximo ano. 

 

No panorama internacional, esta semana é de reunião de política monetária na Reserva Federal norte-americana e no Banco do Japão, cujas mexidas nos estímulos às economias poderão ditar a evolução dos mercados bolsistas. Aliás, tem havido uma volatilidade nas últimas semanas precisamente devido à incerteza sobre as decisões que vão ser tomadas.

 

Daí que Portugal não esteja sozinho nas quedas. Em Espanha e Itália, as descidas nos prazos de referência são de menor dimensão do que a queda portuguesa. Em Espanha, a "yield" a dez anos recua 3,1 pontos base para 1,003%. A queda é de 3 pontos base para 1,282% em Itália. Na Alemanha, os juros associados às obrigações perdem 1,7 pontos base para -0,001%.

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