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Portugal emite 1.784 milhões de euros em dívida a longo prazo e supera montante indicativo

Portugal regressou esta quarta-feira ao mercado de dívida, tendo colocado um total de 1.784 milhões de euros em obrigações do Tesouro a cinco, 10 e 28 anos.

A agência liderada por Miguel Martín emitiu quatro mil milhões de euros em obrigações do Tesouro através de uma venda sindicada.
D.R.
Fábio Carvalho da Silva fabiosilva@negocios.pt 14 de Fevereiro de 2024 às 10:52

Portugal regressou esta quarta-feira ao mercado de divida, tendo colocado um total de 1.784 milhões de euros em obrigações do Tesouro (OT), acima do montante indicativo – apresentado durante o anúncio da operação, na semana passada – que se situava num intervalo entre entre 1.500 e 1.750 milhões de euros. O leilão foi composto por três linhas: a cinco, 10 e 28 anos.

A "yield" a 10 anos cifrou-se em 3,149%, acima dos 2,754% pagos no último leilão comparável em setembro de 2022. A procura superou 1,29 vezes a oferta, abaixo do "bid-to-cover ratio" da última emissão comparável (1,72 vezes).

Na colocação com maturidade mais curta, que vence em junho de 2029, o juro pago foi de 2,656%, bastante acima da taxa do último leilão comparável (0,217%). A procura superou 1,53 vezes a oferta, abaixo da última emissão a cinco anos, que ocorreu em março de 2022, em que este rácio foi de 2,04 vezes.

Na maturidade mais longa, que vence em abril de 2052, o juro cifrou-se em 3,568%, tendo a procura ficado 2,13 vezes acima da oferta. A última vez que a A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) emitiu dívida a 28 anos foi em julho de 2017. Na altura, o organismo, atualmente liderado por Miguel Martín, pagou um juro de quase 4% (3,977%) tendo o "bid-to-cover ratio" sido de 2,15 vezes.

"Em janeiro Portugal tinha realizado um leilão triplo com maturidades diferentes das atuais, no entanto, o prémio de risco de Portugal subiu no último mês, o que acaba por se traduzir em taxas mais elevadas em todas as maturidades e superiores às do leilão anterior", observa o diretor de investimentos do Banco Carregosa, Filipe Silva.

Filipe Silva explica ainda que "o movimento da curva de taxas de juro nacional está associada às expetativas de cortes de taxas de juros do Banco Central Europeu". Assim, "depois de um grande otimismo no final de 2023, o mercado tenta agora encontrar a taxa neutral à medida que os dados económicos vão sendo divulgados", acrescenta o diretor de investimentos do Banco Carregosa. 

No mercado secundário, a "yield" das obrigações a 10 anos alivia 3,1 pontos base para 3,139%, enquanto os juros da dívida a cinco anos subtrai 2 pontos base para 2,629%. A taxa de rendibilidade dos títulos a 30 anos (mais próximos da maturidade mais longa desta emissão) recua 1,7 pontos base para 3,561%.

Os juros da dívida nacional têm se destacado pelo seu desempennho, sendo Portugal "o país da periferia com o spread mais baixo face à Alemanha", observa Filipe Silva, à medida que o país "Portugal tem vindo a conseguir reduzir o seu nível de endividamento face ao PIB".

O objetivo para este ano, segundo o Programa de Financiamento da República Portuguesa, é emitir 13,9 mil milhões em obrigações do Tesouro. De acordo com a instituição, a estratégia para 2024 será centrada "na emissão de títulos de dívida pública em euros nos mercados financeiros, com a realização regular de emissões de obrigações do Tesouro (OT) para promover a liquidez e o eficiente funcionamento dos mercados primário e secundário".


(Notícia atualizada às 11:30)

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