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Portugal emite 1.784 milhões de euros em dívida a longo prazo e supera montante indicativo
Portugal regressou esta quarta-feira ao mercado de dívida, tendo colocado um total de 1.784 milhões de euros em obrigações do Tesouro a cinco, 10 e 28 anos.
Portugal regressou esta quarta-feira ao mercado de divida, tendo colocado um total de 1.784 milhões de euros em obrigações do Tesouro (OT), acima do montante indicativo – apresentado durante o anúncio da operação, na semana passada – que se situava num intervalo entre entre 1.500 e 1.750 milhões de euros. O leilão foi composto por três linhas: a cinco, 10 e 28 anos.
A "yield" a 10 anos cifrou-se em 3,149%, acima dos 2,754% pagos no último leilão comparável em setembro de 2022. A procura superou 1,29 vezes a oferta, abaixo do "bid-to-cover ratio" da última emissão comparável (1,72 vezes).
Na colocação com maturidade mais curta, que vence em junho de 2029, o juro pago foi de 2,656%, bastante acima da taxa do último leilão comparável (0,217%). A procura superou 1,53 vezes a oferta, abaixo da última emissão a cinco anos, que ocorreu em março de 2022, em que este rácio foi de 2,04 vezes.
Na maturidade mais longa, que vence em abril de 2052, o juro cifrou-se em 3,568%, tendo a procura ficado 2,13 vezes acima da oferta. A última vez que a A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) emitiu dívida a 28 anos foi em julho de 2017. Na altura, o organismo, atualmente liderado por Miguel Martín, pagou um juro de quase 4% (3,977%) tendo o "bid-to-cover ratio" sido de 2,15 vezes.
"Em janeiro Portugal tinha realizado um leilão triplo com maturidades diferentes das atuais, no entanto, o prémio de risco de Portugal subiu no último mês, o que acaba por se traduzir em taxas mais elevadas em todas as maturidades e superiores às do leilão anterior", observa o diretor de investimentos do Banco Carregosa, Filipe Silva.
No mercado secundário, a "yield" das obrigações a 10 anos alivia 3,1 pontos base para 3,139%, enquanto os juros da dívida a cinco anos subtrai 2 pontos base para 2,629%. A taxa de rendibilidade dos títulos a 30 anos (mais próximos da maturidade mais longa desta emissão) recua 1,7 pontos base para 3,561%.
Os juros da dívida nacional têm se destacado pelo seu desempennho, sendo Portugal "o país da periferia com o spread mais baixo face à Alemanha", observa Filipe Silva, à medida que o país "Portugal tem vindo a conseguir reduzir o seu nível de endividamento face ao PIB".
O objetivo para este ano, segundo o Programa de Financiamento da República Portuguesa, é emitir 13,9 mil milhões em obrigações do Tesouro. De acordo com a instituição, a estratégia para 2024 será centrada "na emissão de títulos de dívida pública em euros nos mercados financeiros, com a realização regular de emissões de obrigações do Tesouro (OT) para promover a liquidez e o eficiente funcionamento dos mercados primário e secundário".
(Notícia atualizada às 11:30)