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Portugal emite 1.699 milhões de euros em dívida até 21 anos. Juro alivia a longo prazo
A Agência de Gestão de Tesouraria e Dívida Pública - IGCP foi ao mercado para colocar 1.699 milhões em três linhas de obrigações do Tesouro, que vencem em 2028, 2042 e 2045. Na linha a mais longo prazo, a "yield" superou os 3%.
"Os prémios de risco da dívida soberana europeia, têm vindo a baixar, por força de expectativas de que o Banco Central Europeu (BCE) comece a cortar as taxas de juro no segundo semestre de 2024", explica Filipe Silva, diretor de investimento do banco Carregosa.
"No último leilão de obrigações de longo prazo, em setembro de 2023, Portugal depois de um movimento acentuado no ano passado, onde assistimos a uma subida dos prémios de risco, para o prazo de 12 anos pagou uma taxa de 3,587%, superior ao conseguido hoje para os leilões de 18 e 21 anos", refere Filipe Silva.
A tendência de alívio nos juros acompanhou o forte apetite por dívida portuguesa. A procura dos investidores foi superior à oferta em todas as linhas: 1,4 vezes mais na mais longa, 1,42 vezes mais na que finda em 2042 e 2,76 vezes acima na mais curta.
É a segunda vez este ano que Portugal emite obrigações, tendo a 4 de janeiro colocado 4 mil milhões em nova dívida por via de uma venda sindicada.
O objetivo para este ano, segundo o Programa de Financiamento da República Portuguesa, é emitir 13,9 mil milhões em obrigações do Tesouro. De acordo com a instituição, a estratégia para 2024 será centrada "na emissão de títulos de dívida pública em euros nos mercados financeiros, com a realização regular de emissões de obrigações do Tesouro (OT) para promover a liquidez e o eficiente funcionamento dos mercados primário e secundário".