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Obrigações portuguesas eram lixo. Agora são ouro para os investidores

Os analistas esperam que as principais agências de rating - Moody's, Fitch e S&P - elevem o rating da dívida portuguesa nos próximos tempos.

17 de Janeiro de 2020 às 14:20
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As obrigações portuguesas ainda podem ter mais a dar aos investidores depois de entregarem retornos maiores que praticamente quaisquer outras desde a crise de dívida na Europa.

Na semana passada o país aprovou o primeiro orçamento com excedente orçamental na história recente, tornando a perspetiva de uma revisão em alta do rating de crédito da Moody’s Investor Service provável, já esta sexta-feira, de acordo com o Citigroup. O banco está a recomendar que os investidores comprem obrigações a quatro anos em oposição às da vizinha mediterrânica Espanha, descrevendo-as como o seu "trade favorito".

Uma revisão em alta do rating da Moody’s irá cimentar a recuperação desde que a dívida nacional era classificada como lixo, há menos de 18 meses. Durante esse período, as obrigações portuguesas remuneraram os investidores em mais de 10%, de acordo com os índices Bloomberg Barclays, e 161% recuando a 2012, o pico da crise da Zona Euro. Apenas as obrigações gregas remuneraram mais, mas são notoriamente ilíquidas, enquanto as portuguesas provaram ser menos voláteis.

"Continuamos a preferir Portugal a Espanha - é uma economia mais pequena e mais estável", afirmou Mauro Vittorangeli, da Allianz Global Investors, que gere 608 mil milhões de dólares em ativos.

As yield das obrigações portuguesas a 10 anos caíram dois pontos base para os 0,49% na sexta-feira, depois de quase terem tocado os 0% em agosto do ano passado. O prémio da dívida portuguesa em relação à alemã, um barómetro do risco, estão nos 71 pontos base, ligeiramente acima de um mínimo de sempre atingido em novembro. O Citigroup acredita que a S&P Global Ratings e a Fitch Ratings também irão elevar o rating de Portugal nos próximos meses.

O primeiro-ministro António Costa, que está a servir no seu segundo mandato depois de ter ganho as eleições em outubro, afirma que quer continuar a aumentar as rendimentos disponíveis dos portugueses ao mesmo tempo que mantém a disciplina orçamental e que reduz o fardo do país com a dívida, a terceira mais alta da Zona Euro, atrás da da Grécia e da de Itália.

Moody’s pode subir hoje "rating" de Portugal

Se a Moody’s, tal como se espera, elevar esta sexta-feira a notação da República Portuguesa, as três principais agências passarão a ter todas a dívida soberana do país com a mesma classificação, neste caso no penúltimo grau da categoria de investimento de qualidade. A última vez em que tinham estado todas de acordo quanto à classificação a dar a Portugal (neste caso, primeiro nível de "lixo") tinha sido em setembro de 2015 - e essa opinião manteve-se durante dois anos. Em outubro passado, a canadiana DBRS colocou Portugal três níveis acima de "lixo", sendo pois, atualmente, a que dá melhor nota à qualidade da dívida do país.

 

 

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