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Novo Banco propõe recompra de obrigações até 500 milhões de euros

O Novo Banco prevê investir até 500 milhões de euros na recompra de títulos de dívida, com maturidade em 2019 e 2022. A operação permitirá à instituição baixar os seus custos de financiamento.

Miguel Baltazar
23 de Junho de 2016 às 08:49
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O Novo Banco anunciou uma proposta de recompra de obrigações do banco com maturidade em 2019 e 2022. A instituição prevê investir até 500 milhões de euros na compra de títulos, numa operação que visa baixar os custos de financiamento do banco, no âmbito do seu plano de reestruturação.


A oferta do Novo Banco é dirigida a detentores de títulos de dívida de oito linhas de obrigações, todas elas com maturidades entre 2019 e 2022,segundo um comunicado divulgado pelo Novo Banco na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). O Novo Banco adianta ainda que aceitará ofertas, desde que estas não excedam 500 milhões de euros.


"O Novo Banco S.A ("Novo Banco") anuncia hoje o seu convite aos detentores das Obrigações (os "Obrigacionistas"), cujos detalhes se encontram definidos abaixo, para proporem a venda das suas Obrigações (embora o Novo Banco se reserve o direito de, com total discricionariedade, aceitar ou não as Obrigações que lhe forem propostas) para compra pelo Novo Banco em numerário a preços a serem determinados de acordo com um procedimento de leilão holandês não modificado", refere o documento.

O banco adianta ainda que "o plano de negócios (do Novo Banco) contempla também a implementação de um conjunto de outras medidas que visam a recuperação da rentabilidade do Novo Banco" e estas ofertas "são uma das medidas contempladas no plano de negócios e que tem por objectivo reforçar a posição de capital do Novo Banco, bem como melhorar a sua margem financeira futura".

Prémio até 2,5%

As obrigações serão compradas ao preço do mercado, ao qual será acrescentado um prémio pago pelo Novo Banco. "Os preços mínimos de compra reflectem um prémio de aproximadamente 1,50% a 2,50% acima dos preços de mercado", explica o comunicado.

"Devido à iliquidez das obrigações, os vários participantes de mercado podem observar diferentes preços de venda que podem variar, entre outros, em função dos cinco montantes e plataformas de transacção", acrescenta o Novo Banco.

Risco de perdas

No mesmo documento em que propõe aos obrigacionistas a recompra dos títulos, o Novo Banco realça a oportunidade desta oferta para os investidores que queiram desfazer-se dos títulos, dada a baixa liquidez deste mercado. E lembra ainda os riscos, realçando que desde a Resolução no BES, os "preços das obrigações têm estado sob pressão devido a um número de factores que tiveram e poderão continuar a ter um efeito negativo".

E são vários os factores sublinhados pelo Novo Banco que podem continuar a pressionar os preços das obrigações. "Receios acerca das perspectivas futuras da economia portuguesa e o estado do sector financeiro português, o estatuto do Novo Banco enquanto banco de transição, a incerteza acerca da definição do perímetro dos activos e passivos do Novo Banco e do seu processo de venda por parte do Fundo de Resolução, vários litígios relativos à Medida de Resolução e quanto à transmissão (ou retransmissão) de certos passivos e o rating das obrigações" são alguns focos de pressão que permanecem sobre os preços dos títulos.

Mais que isso, o Novo Banco alerta que o instrumento de resgate "possibilita a recapitalização de um banco que esteja em dificuldades através da imposição de perdas a certos credores seus através da amortização dos seus créditos ou da conversão dos mesmos em capital do banco".

De acordo com o mesmo documento, a data de liquidação ocorrerá no dia 4 de Julho. Actualmente estas obrigações negoceiam com taxas implícitas no mercado secundário que variam entre 11,885% e 18,627%. 

(Notícia actualizada com mais informação às 09:10)

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