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Moody’s corta "rating" do Brasil para "lixo"
A agência de notação financeira cortou o "rating" do Brasil para "Ba2", juntando-se à Fitch e S&P na atribuição da categoria de "lixo" à dívida soberana do país. A perspectiva é "negativa".
A Moody’s cortou a notação financeira da dívida soberana do Brasil em dois níveis para "Ba2", considerado "investimento especulativo", com perspectiva "negativa", o que significa que pode voltar a cortar o "rating".
"A perspectiva de maior deterioração dos indicadores da dívida do Brasil, num contexto de menor crescimento da economia" e as "dinâmicas políticas desafiantes que complicam a consolidação fiscal e a atrasam as reformas estruturais" são os dois motivos que justificam o corte do "rating" de "Baa3" para "Ba2", indica a Moody’s, em comunicado.
A Moody’s antecipa que a dívida pública irá ultrapassar 80% do produto interno bruto (PIB) dentro de três anos. Além disso, o aumento da contestação à presidente Dilma Rousseff está a ameaçar a concretização das reformas que a agência considera necessárias, bem como a consolidação das contas do país.
A agência poderá voltar a cortar o "rating" em breve. "A perspectiva ‘negativa’ reflecte a percepção do aumento dos riscos de uma consolidação e recuperação ainda mais lenta ou do surgimento de novos choques" que aumentem a deterioração do perfil do Brasil, acrescenta o comunicado.
A Moody’s junta-se assim às duas outras grandes agências de notação financeira, que atribuem o nível de "lixo" ao Brasil. A Standard&Poor’s (S&P) colocou o rating soberano brasileiro no segundo nível da categoria especulativa, "BB", na semana passada, dia 17 de Fevereiro. Em Setembro, a S&P tinha já colocado o "rating" no primeiro nível de lixo, tendo sido seguida pela Fitch três meses depois.