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Moody's avisa que "impasse político" põe em "risco" metas de Portugal para receber PRR
Agência considera que a proposta orçamental "não era particularmente austera" e faz avisos sobre as eleições antecipadas. Considera, ainda assim, que o atraso num novo orçamento não põe o défice em risco.
"A Moody's considera que a incerteza relacionada [com o chumbo do OE 2022] é negativa para o rating porque o impasse político ameaça impedir o Governo de cumprir os objetivos definidos que tem de cumprir para receber futuras tranches do financiamento de recuperação do Next Generation EU (NGEU)", avisa a agência, numa nota enviada na sexta-feira aos clientes e agora divulgada publicamente.
No âmbito do NGEU, o português Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) conta, até 2026, com cerca de 14 mil milhões de euros de subvenções (a que se poderão juntar empréstimos que Portugal para já dispensa, divididos por resiliência, transição digital e transição climática).
Orçamento "não é particularmente austero"
Os orçamentos nacionais do Governo de António Costa têm sido viabilizados, desde 2015, pelos partidos à esquerda. Não aconteceu este ano devido a um desentendimento entre o PS e os parceiros da geringonça PCP e Bloco de Esquerda.
"Na ausência de um novo orçamento, o orçamento de 2021 mantém-se em vigor. As medidas de apoio relacionadas com a pandemia estão amplamente a ser reduzidas pelo que este impasse orçamental não representa um risco paricularmente elevado para as metas orçamentais", diz a Moody's.
No orçamento chumbado, o Governo estimava um défice orçamental de 3,2% no próximo ano. Desde que o Parlamento reprovou a proposta que os juros da dívida pública portuguesa têm estado sob pressão. Esta segunda-feira, a tendência mantém-se, com a yield a 10 anos a agravar 6,7 pontos base para 0,582%, próxima do marco dos 0,6% tocada pela última vez em maio.