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Meta estreia-se no mercado obrigacionista com financiamento de 10 mil milhões de dólares
A Meta conseguiu financiar-se com 10 mil milhões de dólares na sua estreia no mercado obrigacionista, esta quinta-feira. A colocação foi dividida em quatro linhas com maturidades entre os 5 e os 40 anos.
A Meta conseguiu financiar-se com 10 mil milhões de dólares, na sua estreia no mercado obrigacionista, esta quinta-feira, de acordo fontes próximas do processo citadas pela Bloomberg.
A colocação foi dividida em quatro linhas. A com a maturidade mais curta vence em cinco anos e conta com um cupão de 3,5% - que corresponde a uma "yield" de 3,544%, tendo sido angariado através da mesma um montante total de 2,75 mil milhões de euros.
Além disso, foram ainda lançadas uma linha com maturidade a dez anos e um cupão de 3,85% - que corresponde a uma "yield" de 3,853% e que conseguiu arrecadar três mil milhões de dólares – e outra que vence em agosto de 2052 e que oferece um cupão de 4,45%, que equivale a uma "yield" de 4,46%, tendo sido angariados através da mesma 2,74 mil milhões de dólares.
Por fim, a Meta colocou no mercado uma linha – com a maturidade mais longa entre as quatro – a 40 anos, com um montante total de 1,5 mil milhões de dólares, sendo oferecido um cupão de 4,65%, o qual encontra correspondência com uma "yield" de 4,66%.
Durante a operação, a procura chegou a superar no pico da tarde desta quinta-feira, com os investidores a manifestarem intenção de aplicar no total 30 mil milhões de dólares, de acordo com as mesmas fontes.
A operação contou com a colaboração do Barclays, JPMorgan, Morgan Stanley e Bank of America.
A emissão surge poucos dias depois de a dona do Facebook ter reportado receitas de 28,82 mil milhões de dólares (menos 1% face ao trimestre homólogo do ano passado), quando a estimativa dos analistas inquiridos pela Bloomberg apontava para 28,93 mil milhões.
Já o resultado líquido caiu 36%, para 6,68 mil milhões de dólares (contra 10,3 mil milhões entre abril e junho de 2021).
Mais investimento na bolsa que no Metaverso
Os analistas da Bloomberg Intelligence acreditam que este financiamento servirá acima de tudo para reter talento e alimentar os programas de "buyback" (recompra de ações) que têm sido levados a cabo pela empresa liderada por Mark Zurckerberg, e também para reter talento - mais do que propriamente para investir no Metaverso.
O analista Robert Schifman sublinha que as ações da Meta já só valem metade do seu pico em setembro (tendo por base a cotação de fecho esta quinta-feira, 170,57 euros).
No segundo trimestre deste ano, a Meta gastou 5,1 mil milhões de dólares com a recompra de ações e a 30 de junho tinha disponível uma artilharia de 24,3 mil milhões de dólares para este efeito.
A Meta junta-se assim ao grupo de tecnológicas que já recorreu ao mercado obrigacionista. Apple e Amazon financiaram-se pela primeira vez este ano e Alphabet e Microsoft também, tendo a empresa-mãe do Google financiado-se no mercado de dívida em 2020, depois de a empresa cofundada por Bill Gates se ter estreado no mercado obrigacionista três anos antes.
A Meta é uma das 18 empresas do S&P 500 que não tem dívidas, segundo o apuramento da Bloomberg. Este facto reflete-se no seu rating, tendo a S&P Global Ratings atribuído a classificação AA- e a Moody's um grau abaixo deste (A1), ambos inseridos na categoria de investimento de qualidade.