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Limpeza na banca e queda da dívida são condições para a S&P tirar Portugal de "lixo"

A agência manteve a notação e a perspectiva para Portugal. Mas sinalizou os factores que poderão levar a alterações da notação.

17 de Março de 2017 às 17:58
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A S&P manteve o "rating" de Portugal em BB+, um nível abaixo de grau de investimento e uma notação considerada como "lixo" pelos investidores. A perspectiva continua em "estável", o que indica que a agência prevê manter esta classificação nos próximos tempos. Mas há condições que a S&P enumera que poderiam levar a uma subida do "rating".

Para melhorar a notação de Portugal, a S&P enumera um conjunto de indicadores que precisa de ver. O primeiro está relacionado com "a implementação de medidas que levem a uma descida substancial nos activos problemáticos nos sistema bancário e que melhore a eficácia do mecanismo de transmissão monetária". O sector financeiro foi considerado como uma das fraquezas para o "rating" de Portugal pela agência esta sexta-feira.

Além das medidas para melhorar a saúde do sector bancário, a S&P refere que "uma melhoria significativa das perspectivas económicas, que excedesse as nossas actuais expectativas" também poderiam levar a agência a melhorar o "rating". A S&P estima um crescimento real do PIB de 1,6% este ano e de 1,5% até 2020. Também a aceleração na redução da dívida externa ou das necessidades brutas de financiamento da economia poderiam resultar numa saída de "lixo".

Mas há mais um factor, que está relacionado com um dos principais indicadores seguidos pelas agências, a do rácio da dívida pública em relação ao PIB e do saldo orçamental. "A continuação da consolidação orçamental de forma a trazer a posição orçamental para um excedente ou a dívida pública líquida sobre o PIB para menos de 100%" são outros indicadores apontados pela S&P para melhorar o "rating".

A agência estima que a dívida líquida sobre o PIB volte a aumentar este ano, de 117,6% em 2016 para 118,3%. E prevê que a queda seja lenta até 2020, altura em que prevê que este rácio se situe em 115,9%.

Os riscos que podem levar a descidas do "rating"

Mas há três cenários que a S&P avisa que são motivo para piorar o "rating". A começar por "um enfraquecimento pronunciado do crescimento económico devido, por exemplo, a um desvio significativo da política económica ou à ausência de reformas estruturais adicionais", diz a agência.

Também "políticas adoptadas pelo governo que prejudicassem o acesso de Portugal aos mercados internacionais" arriscariam a ser motivo para cortes de "rating". O último factor de risco seria que a "posição orçamental e desvie consideravelmente das nossas expectativas ou exista uma reversão no ajustamento externo com o balanço de conta corrente a regressar a um défice".

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