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Juros da dívida grega disparam após demissão de Tsipras

Os juros da dívida da Grécia a dois anos estão a disparar quase 200 pontos base para negociarem acima de 14,5%, depois de o primeiro-ministro Alexis Tsipras ter apresentado a sua demissão e apelado à realização de eleições antecipadas.

21 de Agosto de 2015 às 10:23
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Os juros da dívida pública da Grécia estão a subir esta sexta-feira, 21 de Agosto, depois de o primeiro-ministro Alexis Tsipras ter apresentado a sua demissão ao presidente da República, abrindo a porta à realização de eleições antecipadas.

A ‘yield’ associada à dívida grega a dois anos está a disparar 189,3 pontos base para 14,689%, enquanto os juros associados às obrigações a dez anos sobem 46,6 pontos para 10,023%.

Já a bolsa de Atenas negoceia em queda pela segunda sessão consecutiva, perdendo 0,46%. No entanto, o sector financeiro negoceia em alta, com o índice que reúne os maiores bancos do país a valorizar 1,90%. Entre as maiores subidas estão o Piraeus Bank, que soma 5,21% e o Alpha Bank, que ganha 3,03%.

Esta evolução acontece depois de o chefe do Governo grego ter confirmado, na quinta-feira, que submeteu o pedido de demissão ao Presidente da República, e defendeu uma nova chamada às urnas o mais rapidamente possível, em alternativa uma possível solução de governo dentro do actual quadro parlamentar.

No mesmo dia, Atenas recebeu a primeira parcela, no valor de 13 mil milhões de euros, da tranche inicial do terceiro resgate acordado com os parceiros internacionais, e deu ordem para o pagamento de 3,2 mil milhões de euros ao Banco Central Europeu (BCE). 

Numa comunicação ao país, Tsipras reconheceu ontem que as medidas acordadas no âmbito do terceiro resgate não são as queria, mas disse serem menos gravosas do que as pretendidas pelos credores e prometeu melhorá-las, designadamente no que respeita às regras de contratação e alívio futuro da dívida pública. "Sei que não conseguimos tudo o que prometemos ao povo grego, mas salvámos o país, dizendo à Europa que a austeridade deve terminar".

 

Numa crítica explícita à ala mais à esquerda do Syriza, disse que teve de resistir à "exigência de que voltássemos ao dracma de pessoas que estão no seio do nosso próprio partido" e, posicionando-se ao centro, disse que teve também de resistir aos que queriam manter o "velho sistema".

Alexis Tsipras venceu as eleições de Janeiro com a promessa de manter a Grécia no euro, acabar com a austeridade, travar e desfazer algumas privatizações, aumentar o salário mínimo, convencer os credores a perdoar "a maior parte" da dívida e livrar o país da troika – de novos empréstimos externos e respectivas condições (memorandos).

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