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IGCP recompra 1,1 mil milhões de obrigações em dólares com maturidade em 2024

Com esta recompra, o instituto consegue reduzir os esforços de reembolsos agendados para 2024, assim como reduzir os custos de financiamento.

O IGCP, liderado por Cristina Casalinho, colocou mais 625 milhões em títulos de dívida a 10 anos.
Miguel Baltazar
13 de Julho de 2021 às 14:42
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A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) conseguiu recomprar 1,12 mil milhões de dólares das obrigações emitidas em dólares, que venciam em outubro de 2024 e que tinham uma taxa superior a 5%. Com esta operação, o instituto consegue reduzir os reembolsos de dívida a realizar nos próximos três anos, assim como baixar os custos da dívida.

 

O leilão reverso tinha sido anunciado pelo IGCP esta segunda-feira e esteve a decorrer durante a manhã. Segundo a informação avançada pela Bloomberg, que cita o IGCP, Portugal conseguiu concluir a recompra de 1.124 milhões de dólares de uma linha de títulos, emitidos em dólares, com maturidade em outubro de 2024.

 

Segundo o site do IGCP, a entidade liderada por Cristina Casalinho pretendia comprar parte dessas obrigações emitidas com um juro de 5,125%, explicando que o volume alvo a ser readquirido não foi pré-determinado, mas o objetivo é que não cubra a totalidade da emissão.

 

Esta foi uma emissão de 4,5 mil milhões de dólares, naquela que tinha sido, então, a primeira transação em dólares desde 2010, e depois de completado o plano da troika. 

 

Com a recompra destes títulos, o IGCP consegue reduzir o esforço de reembolsos para os próximos três anos, retirando pressão ao instituto numa altura em que se prevê que os juros das obrigações estejam em níveis mais elevados que os atuais, face à expectativa de um início da normalização das taxas de juro na Europa.

 

Já no início deste ano, o IGCP esteve no mercado em abril a realizar uma troca de dívida, que permitiu empurrar o pagamento de mil milhões de euros para depois de 2028 e reduzir os pagamentos de dívida nos próximos três anos. Os maiores esforços ao nível dos reembolsos situam-se, precisamente, a partir de 2024, sendo 2027 o ano em que estão previstos os maiores pagamentos a credores.

 

De acordo com os dados disponíveis no site do IGCP, antes desta recompra de obrigações em dólares, Portugal teria de devolver 17,91 mil milhões de euros em 2024 aos seus credores nos mercados.

"Portugal veio ao mercado comprar 1.124 milhões de dólares da obrigação com cupão de 5,125%, com maturidade em 2024 e que fica agora com um montante disponível de 3.376 milhões de dólares", escreve Filipe Silva, num primeiro comentário à operação. Para o diretor de investimentos do Banco Carregosa, "esta obrigação na altura da sua emissão tinha por objetivo diversificar os investidores na divida pública nacional", mas atualmente "o prémio de risco de Portugal em euros e para prazos mais longos é bastante inferior, a título de exemplo a 10 anos Portugal paga 0,29%". 

 

Portugal regressa aos mercados já amanhã. O IGCP vai realizar um duplo leilão de Obrigações do Tesouro com maturidade em outubro de 2030 e em abril de 2037, com um montante indicativo global entre 750 e 1.000 milhões de euros.

"Amanhã, o IGCP irá fazer um leilão de dívida de longo prazo para as maturidades de 9 e 16 anos e em ambos temos taxas mais baixas que a emissão em USD e sem respetivo risco cambial associado. A troca irá permitir reduzir os custos que temos com a dívida e depois de realizado o leilão de amanhã, estender a maturidade da mesma", remata o mesmo especialista.

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