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Fitch sobe "rating" das obrigações cobertas do BCP para o segundo melhor nível da tabela

A Fitch reviu em alta o "rating" das obrigações cobertas do BCP, de A para AA+. O "outlook" mantém-se estável. Esta atualização é justificada pelo novo regime de obrigações cobertas, que leva a uma redução do risco de liquidez da instituição financeira liderada por Miguel Maya.

José Sena Goulão/Lusa
17 de Janeiro de 2024 às 16:29
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A Fitch reviu em alta o "rating" das obrigações cobertas do BCP, de A para AA+, o segundo maior nível na tabela de classificações da agência de notação financeira, sendo por isso considerado investimento de qualidade elevada. O "outlook" mantém-se "estável", de acordo com a nota a que o Negócios teve acesso.

Esta avaliação surge após a implementação do novo regime europeu de obrigações cobertas, que foi transposto para Portugal por decreto-lei do governo.

"A revisão surge na sequência da conversão do programa obrigações hipotecárias para o regime das obrigações cobertas [garantidas]", explica a agência de notação financeira, acrescentando que esta mudança melhora o ‘payment continuity uplift" (PCU), que passa de zero para quatro", refere a agência de notação financeira.

O PCU é um indicador que mede o risco de liquidez, avaliando a probabilidade de interrupção dos fluxos de tesouraria após uma situação de incumprimento de um emitente de obrigações.

Quanto mais elevado for o PCU, mais baixa é a probabilidade, na ótica da Fitch, de que este risco ocorra. Ora, com o novo regime passa a existir "um ‘buffer de liquidez obrigatória que cobre 180 dias", ou seja reduz o risco de liquidez da instituição financeira.

Esta atualização tem ainda conta o facto de a dívida a longo prazo do BCP deter um "rating" de BBB-. Recorde-se que em dezembro, a agência de notação financeira reviu em alta o "rating" da dívida a longo prazo do BCP. Antes desta revisão, a Fitch atribuía um "rating" de "BB+", o primeiro nível de investimento especulativo, ou de "lixo".

Além disso, "o ‘breakeven’ sobre a colaterização para o ‘rating’ AA+ foi revisto de 2,5% para 12,5%, suportando o pagamento antecipado num cenário de stress AA- (o nível de classificação de pagamento de antecipado) e dois níveis de aumento da recuperação para AA+", frisa a agência de notação financeira.

Ao estabelecer este "breakeven", a Fitch tem em conta um cenário de ausência de correspondência entre ativo e passivo de 9,2%, e uma perda do crédito de 3,3%.

(Notícia atualizada às 16:56 horas).
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