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Fitch corta "rating" dos Estados Unidos para AA+
A agência de notação financeira desceu a avaliação da dívida soberana da maior economia mundial, que está agora no segundo nível da escala de qualidade.
A Fitch baixou esta terça-feira o "rating" dos Estados Unidos de "AAA", o nível máximo, para "AA+". A agência de notação financeira classifica agora a dívida da maior economia mundial no segundo patamar de qualidade com perspetiva estável.
A decisão é justificada com a esperada deterioração orçamental nos próximos três anos, um elevado e crescente endividamento público e com uma "erosão da 'governance' face aos pares classificados com AAA ou AA nas últimas duas décadas que se tem manifestado em repetidos impasses sobre o tecto da dívida e soluções de última hora", refere a Fitch.
Os constantes impasses e soluções à "25.ª hora" tem minado a confiança na gestão orçamental. Acresce, sublinha a Fitch, que o governo federal não tem um quadro orçamental de médio prazo, ao contrário de muitos dos pares na mesma classificação de qualidade de dívida, e tem um processo orçamental complexo.
A agência nota ainda que além destes fatores, vários choques económicos e reduções de impostos e nova despesa contribuíram para aumentos sucessivos da dívida na última década. E, por fim, a Fitch nota que houve progressos limitados em enfrentar os desafios de médio prazo, como o aumento dos gastos em Segurança Social e Medicare devido ao envelhecimento da população.
A Fitch estima que o défice orçamental atinja os 6,3% do PIB este ano, muito acima dos 3,7% de 2022. Para 2024, a agência de notação financeira aponta para um défice de 6,6% e em 2025 esse valor deverá subir para 6,9%.
Quanto à dívida, a Fitch aponta para que esta represente 112,9% do PIB este ano e que atinja os 118,4% em 2025. Estes números são mais do que 2,5 vezes superiores à mediana dos países classificados com AAA (39,3%) e AA (44,7%).
Notícia atualizada às 23:24