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DBRS admite “rating” de incumprimento para o Novo Banco após compra de dívida

A agência considera que os termos da operação de compra forçam os investidores a aceitarem a oferta com perdas, o que poderá ser considerado um incumprimento.

Sara Matos
28 de Julho de 2017 às 17:51
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A DBRS estendeu o período de vigilância negativa ao "rating" do Novo Banco. A agência canadiana admite que mesmo que a oferta de troca cumpra com as metas pretendidas pelo banco, isso venha a resultar num incumprimento de dívida. O "rating" mantém-se em CCC (alto), mas a probabilidade de descida para valores que sinalizam incumprimento é elevada.

"A DBRS antecipa que na sua conclusão, a operação de gestão de passivos [do Novo Banco] será vista como uma oferta forçada", referiu a agência num comunicado divulgado esta sexta-feira, 28 de Julho. A analista Maria Rivas considera que os detentores de obrigações estão a ser "forçados a consentir" os termos da oferta porque o insucesso dessa operação "levaria provavelmente à retirada da aquisição pela Lone Star" e "isso poderia potencialmente ter implicações negativas para o banco e obrigacionistas seniores, já que poderia levar à aplicação de medidas de resolução ao Novo Banco".

Assim, em resultado da operação de recompra, a DBRS admite que o "rating" de longo prazo da dívida sénior baixe para D (em incumprimento) aquando da conclusão da transacção. Já o "rating" de longo prazo do emitente será provavelmente considerado em SD, ou seja, em incumprimento selectivo ou parcial. Um "rating" de SD é utilizado quando um emitente "falhou em satisfazer as obrigações da dívida mas de forma selectiva, já que é esperado que o emitente continue a cumprir com as obrigações de forma atempadas noutros instrumentos financeiros", explica a DBRS.

Caso a oferta não seja bem-sucedida, a DBRS "antecipa que os ‘ratings’ poderão também ser revistos em baixa para reflectir o maior risco de perdas para os detentores de obrigações seniores como uma das formas para apoiar a posição de capital do banco".

O Novo Banco propõe recomprar 36 emissões de obrigações de dívida sénior a preços abaixo do valor nominal. O objectivo é gerar 500 milhões de euros de solidez financeira, uma das condições impostas para que a venda à Lone Star se concretize. As perdas, dependendo das séries de obrigações, podem ir de 10% a 90% do valor nominal das obrigações. E a instituição financeira avisou que caso a operação não tenha sucesso o banco pode correr o risco de ser liquidado.

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