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BPI paga juro de 0,34% para emitir obrigações hipotecárias a 5 anos
O banco liderado por Pablo Forero colocou 500 milhões de euros em obrigações hipotecárias a cinco anos. Foi a primeira emissão em mercado em nove anos e com uma taxa de juro historicamente baixa.
Não é só o Estado português que está a conseguir os custos de financiamento mais baixos de sempre. O BPI conclui hoje uma emissão de obrigações hipotecárias a cinco anos que mostra que o setor privado também está a beneficiar de condições bastante favoráveis no acesso a financiamento.
O banco liderado por Pablo Forero colocou 500 milhões de euros em obrigações hipotecárias a cinco anos, tendo conseguido um "spread" de apenas 0,25 pontos percentuais acima da taxa mid swap do euro (que está esta sexta-feira em 0,09%).
Desta forma, a taxa final ficou em 0,343%, o que representa um custo de financiamento bastante favorável para emitir dívida a cinco anos, mesmo que se trate de obrigações hipotecárias (têm crédito à habitação como colateral e por isso o risco é inferior a outro tipo de obrigações).
Em 2017, os bancos portugueses recorreram de forma bastante frequente ao mercado de obrigações hipotecárias, tirando partido deste tipo de títulos de menor risco para obter financiamento mais baixo. Nesse ano o BCP colocou mil milhões de euros em títulos a cinco anos e pagou menos de 1%, ainda assim bem mais do que agora o BPI.
Na passada quarta-feira o IGCP colocou 862 milhões de euros em obrigações a 10 anos e conseguiu uma taxa de juro de 1,298%, o que corresponde ao valor mais baixo de sempre.
Forte procura
Em comunicado, o BPI salienta que "a forte procura registada assinala com grande sucesso o regresso do BPI ao mercado institucional, após nove anos de ausência".
O banco já realizou 11 emissões de obrigações hipotecárias desde 2010, mas esta foi a primeira realizada em mercado nos últimos nove anos. A procura atingiu 3.127 milhões de euros, cerca de 6 vezes o montante da emissão, tendo sido subscrita por 140 investidores institucionais.
"O BPI aproveitou as condições favoráveis de mercado para ser o primeiro emitente português a recorrer ao mercado de dívida "Covered" no ano de 2019", sendo que "esta operação destina-se a financiar o crescimento previsto para a atividade do BPI, de acordo com o plano estratégico 2019-21", refere o BPI no comunicado.