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BCE já gastou quase 15 mil milhões em dívida portuguesa

A instituição monetária da Zona Euro voltou a cumprir em Março o seu objectivo de compras, gastando 61.299 milhões de euros em activos. Já a maturidade média da dívida nacional adquirida deixou de ser a maior entre os países-alvo.

Reuters
04 de Abril de 2016 às 16:19
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O Banco Central Europeu (BCE) arrancou com o programa de compra de activos em Março de 2015. Desde então, 13 meses passaram e vários milhares de milhões de euros saíram dos cofres da instituição monetária. Só em dívida portuguesa, foram quase 15 mil milhões de euros, ainda assim muito distante dos 153 mil milhões da líder Alemanha. Para Portugal ia o destaque no que toca à maturidade dos títulos (a maturidade média de investimento em obrigações era a mais longa entre os países-alvo), mas agora foi ultrapassado nesse indicador por Malta.

Mais uma vez, o objectivo do BCE (liderado por Mario Draghi, na foto) foi cumprido. A instituição monetária da Zona Euro comprou em Março 61.299 milhões de euros em activos, segundo os dados revelados esta segunda-feira, 4 de Abril, ficando acima da meta mensal de 60 mil milhões. No que toca à dívida soberana e de instituições supranacionais, o montante recuou de 53.358 milhões para 53.059 milhões de euros face a Fevereiro, com a maturidade média destes títulos a passar de 8,03 anos para 8,05 anos.

Visto as compras de activos estarem dependentes da participação de cada país na instituição, a dívida alemã voltou a ser a principal visada. O banco central investiu 12.411 milhões de euros nestes títulos, elevando o total para 153 mil milhões. Por outro lado, a dívida portuguesa adquirida pelo BCE, no âmbito das compras de activos, ascende agora a 14.844 milhões.

Estas recuaram um milhão de euros em Março para 1.213 milhões, com Portugal a perder a liderança nas maturidades. Apesar de o prazo médio da dívida nacional na posse do BCE ter passado de 10,12 anos para 10,18 anos, as obrigações de Malta têm agora uma maturidade de 10,40 anos.

Também menores foram as compras de instrumentos de dívida titularizados. Estas ascenderam a 421 milhões de euros, um montante que fica aquém dos 985 milhões despendidos em Fevereiro pelo BCE. O valor é tão reduzido que apresenta-se como o segundo mais baixo, desde que a instituição monetária arrancou com as compras de activos do sector público, em Março de 2015.

Em sentido contrário evoluiu a injecção de liquidez através de "covered bonds". Segundo os dados revelados pelo BCE esta segunda-feira, as compras destes títulos ascenderam a 7.819 milhões de euros no mês passado. Um montante superior aos 7.784 milhões registados em Fevereiro e que marca, assim, o terceiro mês consecutivo de subidas.

Estes dados colocam um ponto final na injecção de 60 mil milhões de euros por mês através das compras de activos. Isto porque, na reunião de política monetária realizada a 10 de Março, os responsáveis do BCE decidiram rever em alta a meta mensal para 80 mil milhões de euros. Neste mesmo encontro, aprovaram um corte na taxa de depósitos de -0,3% para -0,4%, bem como a segunda ronda de empréstimos de longo prazo à banca condicionados à concessão de crédito à economia (TLTRO).

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