Retalhistas pintam Europa de verde. Stoxx 600 acumula terceira semana de perdas

Os principais índices europeus encerraram a sessão em alta, sustentados por ganhos das retalhistas que subiram mais de 2%. Os investidores minimizaram os dados do emprego nos Estados Unidos, que foram superiores ao esperado.

O índice de referência do Velho Continente, o Stoxx 600, subiu 0,82% para 444,93 pontos. A registar os maiores ganhos estiveram também os setores da banca, tecnologia, serviços financeiros e mineiro, que ganharam acima de 1%.

Apesar dos ganhos, o "benchmark" europeu acumulou perdas pela terceira semana consecutiva, numa altura em que a subida das "yields" das obrigações soberanas e o cenário de juros elevados durante mais tempo tem penalizado o sentimento dos investidores. Desde o início do ano o Stoxx 600 ganha pouco menos do que 4%.

Entre os principais movimentos de mercado, a Philips caiu quase 7%, após a Food and Drug Administration, ou FDA, ter pedido testes adicionais aos dispositivos de apneia do sono da marca.

Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax somou 1,06%, o francês CAC-40 valorizou 0,88%, o italiano FTSEMIB ganhou 1,16%, o britânico FTSE 100 subiu 0,58% e o espanhol IBEX 35 pulou 0,85%. Em Amesterdão, o AEX registou um acréscimo de 0,69%.

Juros agravam-se na Zona Euro

Os juros das dívidas soberanas agravaram-se na Zona Euro, num dia em que os investidores mostraram um maior apetite pelo risco, privilegiando as ações. 

Isto apesar de dados do emprego robustos na maior economia do mundo. As empresas norte-americanas criaram 336 mil empregos em setembro, acima dos 227 mil criados em agosto, de acordo com  o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos. Já a taxa de desemprego manteve-se inalterada nos 3,8%.

A "yield" da dívida portuguesa com maturidade a dez anos subiu 0,7 pontos base para 3,595%, enquanto os juros das Bunds alemãs com o mesmo prazo, referência para a região, agravaram-se 0,6 pontos base para 2,881%.

A rendibilidade da dívida espanhola aumentou 0,6 pontos base para 4,001%, os juros da dívida francesa cresceram 1,4 pontos base para 3,469% e os juros da dívida italiana somaram 2,1 pontos base para 4,902%.

Os juros da dívida britânica, por sua vez, agravaram-se 3,3 pontos base para 4,571%.

Petróleo desvaloriza e caminha para primeira semana negativa em seis meses

O petróleo está a desvalorizar ligeiramente e a caminho da primeira semana de quedas desde março, numa altura em que as preocupações com as economias globais vão ofuscando um maior aperto no mercado de crude.

O West Texas Intermediate (WTI) – negociado em Nova Iorque – recua 0,12% para 82,21 dólares por barril, depois de ter, na quinta-feira, encerrado o dia em mínimos de finais de agosto.

Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, cede 0,15% para 83,94 dólares.

As perdas do crude foram acentuadas após a divulgação dos números do emprego nos Estados Unidos, que foram acima do esperado pelo mercado e que renovam receios de que as taxas de juro de referência da Fed se possam manter em terreno elevado mais tempo do que o esperado.

"A recente correção dos preços do petróleo tem sido demasiado rápida e largamente injustificada na nossa opinião", escreveram analistas do Barclays numa nota a que a Bloomberg teve acesso.

"A narrativa da destruição da procura impulsionada pelos preços não resiste ao facto de que muito pouco da recente subida dos preços se tem repercutido nos consumidores", concluíram.

Números do emprego robustos dão força ao dólar

O dólar está a valorizar, com o índice da Bloomberg – que compara a força da nota verde contra outras divisas – a avançar 0,08% para 106,42 pontos, tocando da sessão.

A divisa norte-americana está a capitalizar o facto de os números do emprego terem sido superiores ao esperado, o que poderá levar a Reserva Federal a manter os juros diretores em terreno restritivo durante mais tempo.

"Os fortes números do emprego de hoje e a revisão em alta dos dados de agosto realçam uma vez mais a dificuldade em 'shortar' o dólar neste ambiente macroeconómico", explicou à Reuters Simon Harvey da Monex Europe.

Ouro sobe mesmo com robustez do mercado laboral

O ouro está a valorizar, mesmo depois de terem sido conhecidos os números do emprego nos Estados Unidos que mostraram uma subida superior ao esperado, colocando renovada pressão na Reserva Federal para manter as taxas de juro em terreno restritivo.

O metal amarelo sobe 0,41% para 1.827,74 dólares por onça.

Ainda assim, o ouro caminha para a segunda semana no vermelho, penalizado por uma forte subida das "yields" da dívida norte-americana.

Dados do emprego empurram Wall Street para o vermelho

Os principais índices em Wall Street abriram a negociar no vermelho, após terem sido conhecidos os números do emprego nos Estados Unidos. Em setembro foram criados 336 mil empregos, um número acima do esperado pelo mercado e a taxa de desemprego manteve-se inalterada nos 3,8%.

A elevada robustez do mercado laboral tem renovado receios de que as taxas de referência da Reserva Federal se possam manter em terreno restritivo mais tempo do que era esperado.

O índice de referência S&P 500 perde 0,71% para 4.227,95 pontos, o industrial Dow Jones desvaloriza 0,51% para 32.951,16 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite cai 0,84% para 13.108,43 pontos.

"A criação de emprego bateu as estimativas por uma margem significativa, a economia parece resiliente e a narrativa de 'taxas de juro elevadas durante mais tempo' deve mudar para simplesmente "taxas de juro elevadas'", disse à Bloomberg o diretor de investimentos da Premier Miton Diversified Growth Funds, Neil Birrell.

"Isto vai dar à Fed uma dor de cabeça e ao resto de nós muito que pensar, a economia norte-americana está mais uma vez a mostrar a sua robustez", concluiu.

Entre os principais movimentos de mercado, a Tesla perde 2,74%, depois de ter anunciado que ia baixar os preços do modelo 3 e Y nos Estados Unidos.

Já a Exxon Mobil cai 2,78%, após ter sido noticiado que a gigante petrolífera está em vias de adquirir a Pioneer Natural Resources, naquela que seria a sua maior aquisição desde o início do século.

Euribor sobe a três meses, mas desce a seis e a 12 meses

A taxa Euribor subiu hoje a três meses para um novo máximo desde novembro de 2008, e desceu a seis e a 12 meses face a quinta-feira.

A taxa Euribor a 12 meses, atualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, recuou hoje 0,018 pontos, para 4,194%, depois de ter subido em 30 de setembro para 4,228%, um novo máximo desde novembro de 2008.

Segundo dados do Banco de Portugal referentes a agosto de 2023, a Euribor a 12 meses representava 38,7% do 'stock' de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representavam 35,4% e 23,2%, respetivamente.

No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 06 de junho de 2022, desceu hoje para 4,113%, menos 0,012 pontos, depois de ter subido para 4,138% em 02 de outubro, um novo máximo desde novembro de 2008.

No caso da Euribor a três meses, subiu hoje face à sessão anterior, ao ser fixada em 3,983%, mais 0,009 pontos, e atingindo um novo máximo também desde novembro de 2008.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 04 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na mais recente reunião de política monetária, em 14 de setembro, o BCE voltou a subir, pela décima sessão consecutiva, as suas taxas diretoras, desta vez em 25 pontos base - tal como em 27 de julho, em 15 de junho e 4 de maio -, acréscimo inferior ao de 50 pontos base efetuado em 16 de março, em 2 de fevereiro e em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas.

Antes, em 27 de outubro e em 8 de setembro, as taxas diretoras subiram em 75 pontos base. Em 21 de julho de 2022, o BCE tinha aumentado, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 26 de outubro, em Atenas.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Lusa

Europa começa dia no verde e Lisboa inverte tendência. Philips afunda 9%

A Europa arrancou a sessão em terreno positivo, aliviando uma terceira semana de perdas, numa altura em que os investidores se preparam para centrar as atenções nos dados sobre o mercado norte-americano de trabalho.

O índice de referência europeu Stoxx 600 valoriza 0,41% para 443,13 pontos. Entre os 20 setores que compõem o "benchmark" do bloco, seguros e mineração lideram os ganhos.

Entre as principais principais praças europeias, Madrid avança 0,2%, Frankfurt sobe 0,48% e Paris valoriza 0,41%.

Londres ganha 0,26%, Amesterdão arrecada 0,22% e Milão sobe 0,76%. Por cá, a bolsa de Lisboa segue a tendência do resto da Europa, invertendo a tendência do arranque da sessão e valorizando 0,08%.

O Departamento do Trabalho norte-americano divulga hoje os dados da criação de emprego, taxa de desemprego e evolução dos salários relativos a setembro.

Uma sondagem levada a cabo pela Bloomberg junto de uma amostra de economista antecipa que as empresas tenham criado mais 170 mil postos de trabalho, arrefecendo face aos 187 mil criados em agosto.

"Hoje tudo gira em torno dos ‘payrolls’ dos EUA, pois estes serão dados-chave que poderão novamente movimentar as ‘yields", considera Diego Fernandez, "chief investment officer" do A&G Banco, citado pela Bloomberg.

Esta semana os juros agravaram-se à boleia dos dados sobre o mercado de trabalho, tendo mesmo a "yield" da dívida norte-americana a 30 anos alcançado os 5% pela primeira vez desde 2007%.

"Não espero grandes surpresas, mas qualquer valor acima de 180 mil [postos de trabalho] pode trazer novamente nervosismo ao mercado", acrescenta Diego Fernandez.

Os investidores acompanham as ações da Philips, as quais afundam 9,03%, após a empresa ter concordado com as recomendações da autoridade norte-americana para o medicamento (na sigla inglesa FDA), para implementar mais testes - face aos que já são levados a cabo pela companhia - relativamente a determinados dispositvos respiratórios e de sono. 

Juros agravam-se na Zona Euro

Os juros agravam-se na Zona Euro, numa altura marcada pelo compasso de espera que antecede a divulgação dos dados sobre o mercado de trabalho nos EUA.

A "yield" das Bunds alemãs a 10 anos – "benchmark" para o mercado europeu – agrava-se 2,7 pontos base para 2,896%.

Os juros da dívida portuguesa com vencimento em 2033 somam 2,1 pontos base para 3,609%.

A rendibilidade dos títulos espanhóis com a mesma maturidade crescem 21, pontos base para 4,016%.

Os juros da dívida italiana a 10 anos sobe 2,7 pontos base para 4,908%.

Iene recua face ao dólar pressionado por dados sobre crescimento salarial

O euro negoceia na linha de água (0,01%) para 1,0546 dólares.

O índice do dólar da Bloomberg – que compara a força da nota verde contra outras divisas – avança ligeiramente (0,06%) para 106,39 pontos.

O movimento do indicador de força da nota verde ocorre depois da presidente da Reserva Federal (Fed) norte-americana de São Francisco, Mary Daly, ter declarado que os juros diretores poderão manter-se estáveis, mesmo que o mercado de trabalho e a inflação arrefeçam.

O iene recua 0,3%, estando a moeda japonesa a valer 148,88 ienes por dólar, depois o crescimento salarial em agosto no arquipélago ter subido 1.1%, abaixo dos 1,5% esperados pelos economistas citados pela Bloomberg.

Ouro em mínimos de março

O ouro negoceia em mínimos de sete meses, numa altura em que já "rufam os tambores" para que sejam divulgados os dados sobre o mercado de trabalho, nos EUA, os quais poderiam fornecer pistas sobre o futuro dos juros diretores nos EUA.

O metal amarelo negoceia na linha de água (-0,04%) para 1,819.21 dólares por onça.

O Departamento do Trabalho norte-americano divulga hoje os dados da criação de emprego, taxa de desemprego e evolução dos salários relativos a setembro.

Os investidores esperam que o mercado laboral arrefeça, sob pena de que o banco central liderado por Jerome Powell tenha argumentos mais fortes para voltar a subir as taxas diretoras, que já se encontram em máximos de 22 anos.

Petróleo caminha para pior semana desde março. Brent já perdeu mais de 11%

O petróleo está prestes a registar a maior queda semanal desde março, pressionado pelas perspetivas pessimistas sobre a procura, provocadas pela preocupação em torno do crescimento da economia a nível global.

O agravamento das "yields" e o crescimento do dólar também ajuda a pressionar os preços do crude.

O Brent do Mar do Norte – referência para as importações europeias – soma 0,34% para 84,36 dólares por barril. No acumulado da semana já perdeu 11,64%, como não era visto desde meados de março.

O West Texas Intermediate (WTI) – negociado em Nova Iorque – sobe 0,41% para 82,65 dólares por barril soma 0,41% para 82,65%, corrigindo depois de esta quinta-feira ter chegado a tocar em mínimos de agosto.

Verde domina futuros na Europa e sessão na Ásia antes dos dados nos EUA

A Europa aponta para o um arranque de sessão em terreno positivo e a Ásia fechou no verde, numa altura em que os investidores aguardam a divulgação de mais um indicador sobre o mercado de trabalho nos EUA, que possa dar pistas sobre o futuro da política monetária levada a cabo pela Reserva Federal (Fed) norte-americana.

Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 crescem 0,2%.

Na Ásia, pela China, Hong Kong somou 1,5% e Xangai valorizou 0,1%. No Japão, o Topix arrecadou 0,3% enquanto o Nikkei perdeu 0,26%.

Na Coreia do Sul, o Kospi avançou 0,28%.

O Departamento do Trabalho norte-americano divulga hoje os dados da criação de emprego, taxa de desemprego e evolução dos salários relativos a setembro.

Os investidores esperam que o mercado laboral arrefeça, sob pena de que o banco central liderado por Jerome Powell tenha argumentos mais fortes para voltar a subir as taxas diretoras, que já se encontram em máximos de 22 anos.