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Alemanha deve votar contra tarifas sobre veículos elétricos da China

Depois de ter sido pressionado pelas gigantes automóveis alemãs, governo de Olaf Scholz deve chumbar a medida proposta pela Comissão Europeia. Contudo, as taxas devem mesmo ser aprovadas, com o voto favorável dos pesos pesados do setor França e Itália.       

O governo alemão, liderado por Olaf Scholz, receia que a paragem de 10 dias do Nord Stream se torne permanente.
Leonhard Simon /EPA
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A Alemanha deverá votar contra a implementação pela UE de tarifas sobre os veículos elétricos fabricados na China, avançou a Reuters esta quinta-feira, citando fontes com conhecimento do assunto, ao contrário de França e Itália, os outros dois gigantes da produção automóvel europeia.      

A Alemanha absteve-se numa primeira votação não vinculativa sobre a proposta da Comissão Europeia de impor tarifas, e os sinais anteriores eram de que manteria a posição na votação, que decorrerá esta sexta-feira. Contudo, as maiores fabricantes automóveis alemãs pressionaram o governo liderado por Olaf Scholz a votar contra a medida.

A proposta apenas será chumbada se uma maioria qualificada de 15 Estados-membros, representando 65% da população votar contra a medida, o que torna bastante difícil que não seja aprovada. Além dos franceses e italianos, também Polónia e Grécia estarão a favor, de acordo com a agência, o que seria suficiente para avançar com as medidas comerciais.

A Comissão alega que as tarifas são necessárias para compensar o acesso facilitado que as fabricantes chinesas têm a crédito, terrenos e matérias-primas e outras condições favoráveis, e que têm como objetivo "equilibrar o terreno de jogo".

A proposta, que pretende impor uma tarifa de até 45% sobre os veículos elétricos fabricados na China, é menos restritiva do que as tarifas de 100% dos EUA decididas pela Casa Branca em maio. A Comissão refere que não quer afastar totalmente as fabricantes chinesas do mercado europeu. 

A China é um dos principais mercados para as fabricantes automóveis alemãs e representa um terço das vendas. As empresas receiam que o governo chinês imponha medidas de retaliação e temem entrar em conflito com o segundo maior parceiro comercial da Alemanha.  

Os sindicatos alemães do setor também se opõem às tarifas e pediram ao governo alemão que vote contra as medidas, num momento em que o setor atravessa dificuldades, com a Volkswagen – a maior produtora automóvel germânica - a anunciar despedimentos e a ponderar encerrar fábricas.

"Dizemos inequivocamente: as tarifas são a abordagem errada porque não melhoram a competitividade da indústria automóvel alemã", referiu em comunicado o poderoso sindicato IG Metal.

Contudo, Bruxelas e Pequim vão continuar as conversações para encontrar uma alternativa à imposição de tarifas sobre os veículos elétricos "made in China" mesmo que os Estados-membros venham a aprovar a aplicação das taxas, de acordo com a Bloomberg.

 

      

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