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Ao minuto02.04.2025

Europa fecha com maioria dos índices em baixa a horas de tarifas recíprocas

Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta quarta-feira.

Richard Drew/AP
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02.04.2025

Europa fecha com maioria dos índices em baixa a horas de tarifas recíprocas

Os principais índices europeus fecharam em terreno dividido, mas com uma maioria de perdas, com os investidores a espelharem a incerteza vivida em torno de como se materializarão as tarifas recíprocas, que deverão ser anunciadas dentro de poucas horas pelo Presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump.

O índice Stoxx 600 - de referência para a Europa – caiu 0,50%, para os 536,92 pontos.

Entre os principais índices da Europa Ocidental, o francês CAC-40 perdeu 0,22%, o italiano FTSEMIB cedeu 0,27%, o holandês AEX deslizou 0,41%, o alemão DAX desvalorizou 0,66% e o britânico FTSE 100 recuou 0,30%. O espanhol IBEX 35 destoou deste cenário e valorizou 0,40%, tal como o índice nacional PSI, que ganhou 0,11%.

Os mercados europeus mostram-se cautelosos, depois de uma recuperação vivida no primeiro trimestre, enquanto os investidores aguardam as consequências do que Trump está a chamar de "Dia da Libertação" da América.

As tarifas deverão entrar em vigor imediatamente após serem anunciadas esta quarta-feira e poderão mesmo aplicar-se a países que não têm um excedente comercial com os EUA.

A União Europeia estará a preparar um pacote de potenciais medidas de emergência para apoiar partes da sua economia que poderão sofrer um maior impacto por causa das tarifas.

"Continua a haver uma enorme incerteza quanto ao resultado e isso está a pesar no sentimento europeu", disse à Bloomberg Daniel Murray, diretor executivo da EFG Asset Management. Os índices europeus estão em risco porque a região é considerada pelos EUA como um dos piores infratores do ponto de vista comercial, acrescentou o especialista.

Entre os setores, o da saúde foi o mais impactado pela negativa durante o dia, e fechou com uma desvalorização de 1,67%, seguido das telecomunicações que cederam 1,10%. Já o retalho e o turismo seguiram a tendência inversa e acabaram o dia a ganhar mais de 0,80%.

Quanto aos movimentos de mercado, a Novo Nordisk caiu mais de 2,50%, dias depois de a maior farmacêutica da Europa ter visto as suas ações caírem 27% em março, o que representa o pior desempenho mensal de uma das mais valiosas empresas do Velho Continente desde julho de 2002. Já produtoras de automóveis como a Stellantis, a Mercedes-Benz e a BMW fecharam o dia a cair mais de 0,80%, num dia em que entram em vigor as tarifas dos EUA sobre as importações de automóveis.

02.04.2025

Juros das dívidas soberanas europeias registaram agravamentos em toda a linha

Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro agravaram-se em toda a linha esta quarta-feira, num dia em que a maioria dos principais índices europeus fecharam em terreno negativo.

Os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, agravaram-se em 3 pontos base, para 3,224%. Em Espanha a "yield" da dívida com o mesmo vencimento subiu também 3 pontos, para 3,342%.

Por sua vez, a rendibilidade da dívida francesa cresceu 2,8 pontos base para 3,425%. Já os juros das "bunds" alemãs, referência para a região, agravaram-se em 3,5 pontos, para 2,718% .

Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, seguiram a mesma tendência e aumentaram em 0,3 pontos base para 4,639%.

02.04.2025

Dólar cede em "Dia da Libertação" dos EUA

O dólar segue a registar perdas em relação às suas principais rivais, como o euro, o iene e a libra, enquanto os "traders" aguardam por detalhes mais claros sobre os planos do Presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, quanto às tarifas recíprocas que serão hoje anunciadas e que arriscam impactar o sistema comercial global e abalar os mercados financeiros.

O índice de dólar da Bloomberg – que mede a força da "nota verde" face às principais rivais – perde 0,48% para os 103,764 pontos.

"O dólar está a começar o 'Dia da Libertação' com o pé atrás, e é provável que os mercados estejam a antecipar mais um retrocesso de tarifas de último segundo", disse à Reuters Helen Given, diretora de negociação da Monex USA em Washington.

Dado a crescente atenção em torno do anúncio das tarifas, a "nota verde" reagiu pouco aos dados que mostraram que o emprego no setor privado dos EUA aumentou mais do que o esperado em março. As folhas de pagamento privadas subiram em 155 mil no mês passado, de acordo com o Relatório Nacional de Emprego da ADP.

Por cá, o euro avança 0,56% para os 1,085 dólares. Já a libra salta 0,33% para os 1,297 dólares.

02.04.2025

Ouro valoriza com aumento da procura enquanto ativo refúgio

Os preços do ouro voltaram a subir esta tarde para valores perto de máximos históricos, apoiados pela procura enquanto ativo refúgio, com os mercados a prepararem-se para o anúncio de tarifas recíprocas por parte do Presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, ao final do dia.

O ouro valoriza a esta hora 0,38%, para os 3.125,090 dólares por onça.

Trump, que tem vindo a promover o dia 2 de abril como o "Dia da Libertação" para a América, deverá introduzir novas tarifas sobre vários dos seus parceiros comerciais durante um evento na Casa Branca.

O presidente dos EUA disse que os seus planos tarifários recíprocos visam igualar as taxas ao comércio que outros países impõem aos EUA.

O ouro, usado como uma reserva segura de valor em tempos de incerteza política e financeira, já subiu mais de 500 dólares este ano, e atingiu um pico recorde nos 3.148,88 dólares por onça esta terça-feira.

02.04.2025

Petróleo regista ligeiros ganhos com tarifas em foco

Os preços do petróleo negoceiam com avanços, recuperando de ligeiras perdas por receios de que as tarifas recíprocas dos Estados Unidos (EUA), que deverão ser anunciadas pelas 21h de Portugal Continental, possam exacerbar uma guerra comercial global e diminuir a procura por crude.

O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os Estados Unidos (EUA) – ganha 0,37% para os 71,46 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a valorizar 0,13% para os 74,59 dólares por barril.

As políticas comerciais da administração Trump têm vindo a preocupar os "traders", no sentido que poderão alimentar a inflação, abrandar o crescimento económico e aumentar as disputas comerciais entre países ou blocos.

Trump também ameaçou impor tarifas secundárias sobre o petróleo russo e, na segunda-feira, reforçou as sanções contra o Irão, no âmbito da campanha de "pressão máxima" da sua Administração para reduzir as exportações de "ouro negro" iranianas.

"Os preços do petróleo interromperam a recuperação do mês passado, com o Brent a encontrar alguma resistência acima dos 75 dólares, com o foco, por agora, a passar de uma redução da oferta liderada por sanções para o anúncio das tarifas de Trump e o seu potencial impacto negativo no crescimento e na procura", disse à Reuters Ole Hansen, do Saxo Bank.

Os inventários de petróleo nos Estados Unidos (EUA) aumentaram 6,165 milhões de barris na semana terminada a 28 de março, mostraram os dados do Relatório da Situação do Petróleo da Administração de Informação de Energia dos EUA.

Os "traders" estarão agora atentos à possível entrada em vigor, com o anúncio das tarifas recíprocas, sobre as importações de petróleo bruto dos EUA, o que poderá aumentar os preços dos produtos refinados.

02.04.2025

Wall Street negoceia no vermelho com atenções viradas para tarifas

Os principais índices norte-americanos negoceiam com perdas esta quarta-feira, a poucas horas de o Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciar tarifas "recíprocas" aos seus parceiros comerciais, enquanto os investidores continuam a especular sobre como se materializarão estas barreiras ao comércio.

O S&P 500 perde 0,31% para os 5.615,82 pontos, enquanto o Nasdaq Composite cede 0,26% para 17.403,84 pontos. Já o Dow Jones desvaloriza 0,28% para 41.875,33 pontos.

Os investidores estão em alerta máximo para os planos tarifários de Trump, que irão ser revelados no Jardim das Rosas da Casa Branca, perto da hora de fecho das bolsas dos Estados Unidos (EUA).

Várias propostas estarão a ser consideradas, antecipa a Bloomberg, incluindo um sistema tarifário por escalas com um conjunto de taxas fixas para os países, bem como um plano recíproco mais personalizado e avaliado de "país a país". A Casa Branca disse que as tarifas entrariam em vigor imediatamente após o anúncio desta noite, mas que Trump estava aberto a negociações com parceiros comerciais.

"Não há onde se esconder, devido à enorme incerteza que reina no mercado neste momento", disse à Bloomberg Helen Jewell, diretora de investimentos na BlackRock. Jewell não espera que a incerteza se dissipe após o anúncio de Trump. "É exatamente o oposto", disse ela. "Mantém-se o risco no mercado".

No panorama económico, dados preliminares mostraram que as contratações nas empresas americanas aumentaram mais do que o previsto no mês passado, chegando às 155 mil, de acordo com a ADP Research. Os valores oficiais serão conhecidos na sexta-feira.

Entre os movimentos de mercado, a Tesla, que apresentou esta quarta-feira o número de veículos vendidos no primeiro trimestre do ano, segue a ceder mais de 4%. A empresa liderada por Elon Musk entregou 336.681 veículos no primeiro trimestre deste ano, uma quebra de pouco mais de 50 mil unidades face aos valores de um ano antes.

Quanto às "big tech", a Alphabet cede 0,26%, a Nvidia perde 1,57%, a Amazon cai 1,05%, a Microsoft desce 0,12%, a Meta ém-se praticamente inalterada e desliza 0,016% e a Apple desvaloriza 0,27%.

02.04.2025

Euribor sobe a três, a seis e a 12 meses

A Euribor subiu hoje a três, a seis e a 12 meses depois de ter descido na terça-feira para novos mínimos desde, respetivamente, janeiro de 2023, novembro e setembro de 2022.

Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que avançou para 2,356%, ficou acima da taxa a seis meses (2,320%) e da taxa a 12 meses (2,326%).

A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu hoje, ao ser fixada em 2,320%, mais 0,011 pontos e contra 2,309% na terça-feira, um novo mínimo desde 17 de novembro de 2022.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a janeiro indicam que a Euribor a seis meses representava 37,75% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,52% e 25,57%, respetivamente.

No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também avançou, para 2,326%, mais 0,049 pontos, depois de ter sido fixada em 2,277% na terça-feira, um novo mínimo desde 16 de setembro de 2022.

No mesmo sentido, a Euribor a três meses, que está abaixo de 2,5% desde 14 de março, subiu hoje, ao ser fixada em 2,356%, mais 0,032 pontos, contra um novo mínimo desde 12 de janeiro de 2023 na terça-feira.

Em termos mensais, a média da Euribor em março voltou a descer a três, a seis e a 12 meses, mas menos intensamente que nos meses anteriores.

A média da Euribor a três, seis e a 12 meses em março desceu 0,083 pontos para 2,442% a três meses, 0,075 pontos para 2,385% a seis meses e 0,009 pontos para 2,398% a 12 meses.

Como antecipado pelos mercados, o BCE decidiu em março reduzir, pela quinta vez consecutiva em seis meses, as taxas de juro diretoras em um quarto de ponto, para 2,5%.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, deu a entender que a instituição está preparada para interromper os cortes das taxas de juro em abril.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 16 e 17 de abril em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

02.04.2025

Ouro continua a valorizar à espera das tarifas "recíprocas" dos EUA

Após ter batido um recorde nesta terça-feira, seguido de alguma correção, a cotação do ouro segue novamente a valorizar a horas do anúncio de uma nova ronda de tarifas "recíprocas" pela Administração dos EUA, factor que tem mantido elevada a volatilidade dos mercados.

No mercado "spot", a cotação do ouro segue a valorizar-se em 0,62%, para 3.133 dólares a onça, um pouco abaixo do máximo histórico de 3.149 dólares alcançado na última sessão

Perante as novas barreiras comerciais pela Administração de Donald Trump, ainda de dimensão desconhecida mas que deverão ter desta feita uma dimensão global e transversal às importações norte-americanas, é esperado que a incerteza continue a empurrar os investidores em direção ao metal precioso, e que este continue a tendência de valorização

Além da procura por um ativo de refúgio, as compras realizadas por parte dos bancos centrais também estão a contribuir para a valorização do "metal amarelo" nos mercados.

02.04.2025

Juros praticamente inalterados na Zona Euro à espera de Trump

Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro estão a negociar entre ganhos e perdas, embora sem grandes movimentações, esta manhã, numa altura em que a incerteza reina com o aproximar do anúncio das tarifas recíprocas que os EUA vão impor aos seus parceiros comerciais. 

Apesar de os detalhes ainda serem escassos, já se fazem contas ao impacto que estas novas barreiras alfandegárias podem ter na economia europeia. Espera-se que as tarifas entrem em vigor assim que forem anunciadas e o jornal Washington Post indica que a equipa de Donald Trump está a ponderar taxas de 20% sobre todos os países - em vez de se focar em certos produtos ou indústrias.

Os juros das "Bunds" alemãs a dez anos, que servem de referência para a região, recuam 0,7 pontos base para 2,676%. Por sua vez, as "yields" francesas com a mesma maturidade perdem 0,2 pontos para 3,395%, enquanto os juros italianos avançam 0,4 pontos para 3,792%. 

Na Península Ibérica, as "yields" portuguesas e espanholas agravam-se em 0,2 pontos para 3,196% e 3,315%, respetivamente.

Já fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica a dez anos registam um crescimento de 0,7 pontos para 4,643%.

02.04.2025

Incerteza volta a ensombrar Europa em "dia de libertação" norte-americana

Depois de terem conseguido "respirar" na terça-feira, as bolsas europeias estão de volta ao vermelho, num dia marcado pelo anúncio de uma nova leva de tarifas por parte dos EUA, que prometem impor maiores barreiras ao comércio internacional. O "Dia da Libertação", como Donald Trump o apelida, ainda está envolto em grande incerteza, desconhecendo-se o escopo e a magnitude das taxas alfandegárias, mas é já certo que as tarifas vão entrar logo em vigor.

Em antecipação a este anúncio, o "benchmark" para a negociação europeia, o Stoxx 600, cai 0,80% para 535,31 pontos, com o setor da saúde a registar o pior desempenho. As ações farmacêuticas estão a ser bastante pressionadas pela queda da Novo Nordisk, que cai 2,91%, depois de a empresa norte-americana Hims & Hers Health ter anunciado que ia expandir a sua oferta de medicamentos de perda de peso.

Os investidores estão bastante mais cautelosos em relação aos mercados europeus, depois de um aumento de gastos com a defesa ter impulsionado as principais praças da região no primeiro trimestre do ano. As tarifas de Trump devem ter ramificações negativas na economia europeia, mas também têm afastado os investidores dos mercados dos EUA, lesando a narrativa do "excecionalismo" norte-americano.

"Há ainda uma grande incerteza em torno do que vai ser anunciado e os seus impactos, o que está a pesar sob o sentimento de negociação que se sente esta manhã na Europa", explica Daniel Murray, CEO da EFG Asset Management, à Bloomberg. O Stoxx 600 está, agora, quase 5% abaixo dos máximos históricos que atingiu em março do ano passado.

Entre as principais movimentações de mercado, a Mercedes-Benz perde 1,29% para 53,53 euros, depois de a Bloomberg ter noticiado que a fabricante de automóveis alemã está a considerar retirar a linha mais barata da sua frota de carros do mercado norte-americano. As tarifas de Trump justificam a decisão.

Entre os principais índices da Europa Ocidental, o francês CAC-40 recua 0,50%, o italiano FTSEMIB perde 1,02%, o holandês AEX cai 0,21%, enquanto o alemão DAX desliza 1,15% e o britânico FTSE 100 desvaloriza 0,52%. Em contraciclo, o espanhol IBEX 35 avança 0,08%.

02.04.2025

Dólar estável à espera do futuro da política comercial dos EUA

Em dia de anúncio de uma nova leva de tarifas, o dólar está a negociar praticamente inalterado face aos seus principais concorrentes, com os investidores a aguardarem ansiosamente por novos desenvolvimentos na política comercial norte-americana.

A União Europeia (UE) já prometeu retaliar contra as tarifas recíprocas dos EUA, que devem rondar os 20% para todos os países, de acordo com o que o Washington Post. As taxas alfandegárias vão entrar em vigor logo que forem anunciadas, com Donald Trump a fechar a porta a negociações prévia, embora Bruxelas tenha mostrado disponibilidade para discutir a sua política comercial com Washington.

A esta hora, o euro negoceia inalterado face ao dólar em 1,0793 dólares, enquanto a libra recua 0,15% para 1,2904 dólares. "Os mercados vão continuar bastante ansiosos à espera do anúncio", declara Carol Kong, estratega da Commonwealth Bank of Australia, à Reuters. "O sentimento vai continuar a acompanhar os desenvolvimentos na política comercial norte-americana e é provável que o dólar ganhe algum terreno à medida que o anúncio se aproxima", antecipa ainda.

Estas tarifas vão ser reveladas numa altura em que a economia dos EUA dá sinais de contração. Novos dados económicos apontam para uma redução na atividade industrial do país, enquanto um indicador da inflação no produtor saltou para o valor mais elevado em três anos.

Apesar de um aumento das taxas alfandegárias ser, tradicionalmente, visto como benéfico para o dólar, "o mercado está mais focado no impacto que as tarifas podem ter sobre a economia e se aumentam o risco de estagflação na economia dos EUA", comenta Chris Weston, analista da Pepperstone, à agência de notícias.

02.04.2025

"Dia da libertação" afasta petróleo do "rally" de março. Reservas nos EUA em alta

O barril de petróleo está a negociar em baixa, interrompendo o "rally" nos preços registado no mês passado, numa altura em que todas as atenções se viram para os novos desenvolvimentos na política comercial norte-americana. Uma nova leva de tarifas vai ser anunciada esta quarta-feira e vai ter efeito imediato, com Donald Trump a fechar a porta a uma negociação prévia com os seus parceiros comerciais.

O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os Estados Unidos (EUA) – recua 0,21% para os 71,05 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a desvalorizar 0,23% para os 74,32 dólares por barril.

Depois de um "rally" robusto em março, "o travão de mão foi puxado" e os preços do petróleo estão a registar mais uma vez perdas – uma tendência que não é desconhecida do crude este ano, como explica à Bloomberg, Chris Weston, analista da Pepperstone Group. "Os investidores estão a reduzir a sua exposição ao risco em antecipação ao ‘dia da libertação’, com a incerteza a reinar em torno do anúncio destas tarifas", conclui.

Os preços do petróleo estão ainda a ser pressionados por um aumento dos "stocks" da matéria-prima nos EUA. De acordo com as estimativas da American Petroleum Institute, as reservas de crude no país cresceram em 6 milhões de barris na semana passada, com os níveis em Cushing, Oklahoma – onde o petróleo WTI é entregue – a avançarem em 2,2 milhões de barris – o maior crescimento desde janeiro de 2023. Esta quarta-feira, a Administração de Informação em Energia (EIA) vai revelar os dados oficiais.

02.04.2025

Tarifas arrastam Ásia para a incerteza e Europa para o vermelho

Com o aproximar do anúncio das tarifas recíprocas de Donald Trump, que prometem colocar novos entraves indiscriminados à economia global, as bolsas asiáticas encerraram a sessão desta quarta-feira divididas entre ganhos e perdas. A Europa aponta para uma abertura em baixa, depois de ontem ter conseguido "respirar" após várias sessões em queda.

O Presidente dos EUA deve anunciar esta quarta-feira, pelas 20h de Lisboa (15h locais), uma nova leva de tarifas, desta vez recíprocas, numa altura em que a sua equipa continua a discutir o escopo e a magnitude destas taxas aduaneiras, de acordo com a Bloomberg. A incerteza em relação à direção comercial que o país vai adotar tem recheado os mercados de incerteza e tem levado economistas e bancos centrais a rever em baixa as suas expectativas de crescimento económico.

"Os mercados asiáticos registaram uma sessão bastante calma. Há alguns nervos no ar, causados pela incerteza em torno do ‘Dia da Libertação' e as tarifas que vão ser anunciadas, bem como as potenciais retaliações que podem ter", explica Wee Khoon Chong, analista de mercados da Bank of New York. As taxas aduaneiras anunciadas vão ter efeito imediato.

Na China, o Hang Seng e o Shanghai Composite encerraram no vermelho, com perdas de 0,34% e 0,12%, respetivamente. Já pelo Japão, o Nikkei 225 conseguiu terminar em alta, ao crescer 0,10%, mas o Topix caiu 0,6% e atingiu mínimos de cinco meses.

Nas restantes praças asiáticas, o sul-coreano Kospi deslizou 0,3%, o australiano conseguiu encerrar à tona e valorizou 0,26%, enquanto o Nifty 50 arrancou a sessão com ganhos de 0,45%.

Os analistas antecipam que as tarifas de Trump, e respetivas retaliações, vigorem até ao final da primeira metade do ano, com "alguns acordos a serem alcançados eventualmente", como afirma Hartmut Issel, analista da UBS Wealth Management, à Bloomberg. "As negociações devem começar logo de imediato e devem-se conseguir algumas soluções, já na segunda metade do ano", conclui.

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