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Bolsas europeias recuperam de maior queda desde dezembro, paládio atinge máximo histórico
Acompanhe aqui o dia nos mercados.
Resultados e vacinação garantem recuperação das bolsas europeias
As principais praças bolsistas do velho continente transacionaram em alta na sessão desta quarta-feira, recuperando assim de dois dias seguidos a acumularem perdas e da maior queda diária desde dezembro verificada na terça-feira.
O índice de referência europeu Stoxx600, que agrega as 600 maiores cotadas europeias, somou 0,65% para 436,64 pontos, apoiado em especial nas valorizações dos setores do retalho e da tecnologia, enquanto a queda do imobiliário foi a que mais contribuiu para travar maiores ganhos na Europa.
O índice lisboeta PSI-20 não fugiu à tendência e fechou com uma subida de 0,115 para 4.953,18 pontos, recuperando assim do mínimo de 31 março que chegou a ser atingido durante a negociação desta quarta-feira. Com uma subida superior a 1%, a bolsa de Amesterdão liderou os ganhos no continente, enquanto a praça de Atenas protagonizou a exceção ao fechar em queda ligeira.
Os avanços alcançados ao nível da vacinação na Europa animaram os investidores, agora mais confiantes quanto a uma retoma mais célere e mais robusta das economias europeias.
Por outro lado, os investidores demonstraram particular atenção à divulgação de resultados positivos no primeiro trimestre por parte de várias cotadas europeias, o que também ajudou ao sentimento positivo prevalecente nesta sessão.
Petróleo recua com aumento de covid na Índia e mais stocks nos EUA
O "ouro negro" segue a negociar em terreno negativo, pressionado sobretudo pelo aumento dos casos de covid-19 na Índiae também pelo incremento das reservas norte-americanas de crude.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em junho perde 1,04% para 62,02 dólares por barril.
Já o contrato de junho do Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, recua 0,95% para 65,94 dólares.
Este é o segundo dia de queda do preço do petróleo, que está a caminho da sua maior queda diária em mais de duas semanas, penalizado pelos receios de que o aumento recorde nas infeções por covid-19 na Índia leve a uma redução do consumo de combustível no país – que é o terceiro maior importador mundial.
A Índia já conta com mais de 15 milhões de casos de covid, sendo assim o segundo país mais afectado – a seguir aos EUA, que reportou mais de 31 milhões de infeções.
Por esta razão, foram impostas novas restrições na Índia, com Deli a impor um "lockdown" de seis dias – à semelhança de outros estados que já impuseram confinamentos ou recolher obrigatório.
Ontem, a Índia, que é a segunda nação mais populosa do mundo, reportou 295.041 novos casos de covid – o maior aumento diário reportado a nível global.
A pressionar o sentimento do mercado está também o facto de as reservas norte-americanas de crude terem aumentado em 594.000 barris na semana passada, para 493 milhões de barris, quando os analistas inquiridos pela Reuters esperavam uma diminuição na ordem dos três milhões de barris.
Juros a 10 anos de Portugal acima de Espanha
Os juros das dívidas públicas seguem em queda no espaço da moeda única europeia e Itália regista a descida mais acentuada. A deterioração da pandemia em alguns países, como é o caso do Japão, está a refletir-se no reforço do apetite dos investidores por ativos considerados mais seguros, o que está a contribuir para as descidas das "yields".
As taxas de juro associadas às obrigações soberanas de Portugal e da Espanha com prazo a 10 anos estão a cair respetivamente 0,7 e 1,1 pontos base para 0,394% e para 0,389%. A contrapartida exigida pelos investidores para adquirirem dívida portuguesa no mercado secundário está assim acima do valor exigido para comprarem obrigações espanholas a 10 anos. Após várias semanas em que a "yield" correspondente à dívida a 10 anos de Portugal estava abaixo da de Espanha, nos últimos dias tem-se assistido a uma alternância de posições.
A "yield" referente à dívida italiana a 10 anos é a que mais desce ao aliviar 2,3 pontos base para 0,754%. A maior confiança relativamente à dívida transalpina surge depois de as estimativas macroeconómicas do governo liderado por Mario Draghi mostrarem uma crescimento 20% superior ao que era projetado pelo executivo chefiado pelo antecessor Giuseppe Conte.
Em sentido inverso seguem os juros da dívida alemã que na maturidade a 10 anos regista uma subida ligeira de 0,1 pontos base para -0,263%. Sendo a dívida germânica aquela que oferece menores rentabilidades, é normal negociar em sentido oposto às "yields" das economias periféricas, sendo certo que quanto maior é a incerteza ou quanto mais negativos são os dados económicos na Zona Euro, maior costuma ser o alívio dos juros alemães.
Procura do setor automóvel leva paládio a máximo histórico
O paládio atingiu um novo máximo histórico esta quarta-feira, superando o anterior pico atingido em fevereiro, devido às perspetivas de forte procura por parte do setor automóvel numa altura em que a oferta é escassa.
O metal está a disparar 4,84% para 2.895,96 dólares a onça no mercado à vista em Londres, o que eleva para 17% o ganho acumulado em 2021. Este é já o sexto ano seguido de subidas nesta matéria-prioma que é usada nos conversores catalíticos dos carros para limitar as emissões de gases.
Há vários anos que há um défice de produção de paládio, um problema que se tem acentuado mais recentemente devido às metas ambientais mais ambiciosas de diversos países.
Acresce que há nesta altura problemas de produção em minas russas detidas pela líder mundial na extração de paládio. "É uma confluência de fatores que está a impulsionar as cotações", explicou à Bloomberg Tai Wong, da BMO Capital Markets. "Este ano voltará a existir um défice no mercado e as fabricantes de automóveis têm de completar os stocks", acrescentou.
Walll Street no vermelho com Netflix a estragar o filme
No arranque da sessão desta quarta-feira, as principais praças norte-americanas deram continuidade às perdas registadas na terça-feira e continua a ser a Netflix a cotada mais penalizadora para a negociação em Wall Street.
O índice Dow Jones iniciou o dia a ceder 0,04% para 3.3807,44 pontos, seguido pelo tecnológico Nasdaq Composite a recuar 0,29% para 13.750,137 pontos e pelo Standard & Poor’s 500 a perder 0,09% para 4.131,33 pontos.
De nacordo com dados ontem divulgados pela Netflix, a plataforma digital viu cair em 8,5% o número de novos contratos realizados nos primeiros três meses do ano, com a cotada a registar, entre janeiro e março, o pior trimestre em oito anos. A Netflix afunda 7,29% para 509,52 dólares por ação na segunda queda consecutiva, o que a coloca na cotação mais baixa desde 26 de março.
Estes números sinalizam uma degradação do ambiente favorável a cotadas que beneficiaram dos confinamentos aplicados um pouco por todo o globo, isto numa altura em que os processos de vacinação permitem reforçar a imunização das sociedades das economias mais desenvolvidas.
Por outro lado, o agravamento da situação pandémica em países como os Estados Unidos e o Japão também se reflete na queda de Wall Street pois os investidores mostram menor apetência pela transação de títulos acionistas num contexto de maior incerteza quanto à evolução da pandemia no curto prazo.
Bolsas recuperam de pior sessão do ano
Depois de terem vivido a pior sessão desde dezembro, as ações europeias estão a conseguir contornar os receios relacionados com o aumento de casos de covid-19 no mundo e a manter o sinal positivo, ajudadas pelos resultados das empresas relativos ao primeiro trimestre.
O índice de referência para a Europa, o Stoxx600, sobe 0,69% para 436,76 pontos, impulsionado sobretudo pelo setor de petróleo e gás, banca e retalho.
Ao mesmo tempo, a ASML Holding ajudou a impulsionar as tecnológicas depois de ter antecipado um aumento das vendas este ano, enquanto a Roche animou o setor dos cuidados de saúde após ter revelado receitas em linhas com as estimativas.
Depois de ter atingido novos máximos na semana passada, o Stoxx600 caiu devido aos receios de que um novo aumento das infeções por coronavírus penalize a esperada recuperação económica global. Embora os estrategistas não antecipem grandes subidas para as ações da região no resto do ano, a época de resultados que está em curso pode ser um catalisador de curto prazo para mais movimentos.
"Esperamos uma melhora limitada nos próximos meses, maior volatilidade", disse Ulrich Urbahn, responsável de research de múltiplos ativos do Berenberg Bank.
O PSI-20 acompanha os ganhos das congéneres europeias com uma subida de 0,26% para 4.960,81 pontos, animada sobretudo pela EDP Renováveis e BCP.
Juros portugueses em alta ligeira em dia de leilão
Os juros da dívida soberana portuguesa estão em alta ligeira esta quarta-feira, dia em que o IGCP vai avançar com um duplo leilão de bilhetes do Tesouro, com o objetivo de angariar entre 1.000 e 1.250 milhões de euros.
O instituto liderado por Cristina Casalinho vai emitir títulos com maturidade em 16 de julho de 2021 (três meses) e 18 de março de 2022 (11 meses). No último leilão de títulos de dívida de curto prazo, a 17 de março, o IGCP conseguiu financiar-se com uma taxa negativa recorde de -0,527% na maturidade a 12 meses.
Nesta altura, os juros a dez anos sobem 0,5 pontos base para 0,406%, enquanto em Espanha, no mesmo prazo, o aumento é de 0,2 pontos para 0,402%. Na Alemanha, a referência para a região, a yield a dez anos avança 1,5 pontos para -0,249%.
Descida das yields nos EUA ajuda à subida do ouro
O ouro está a valorizar pelo segundo dia, com as yields estáveis, depois das recentes descidas, numa altura em que os investidores estão a avaliar os riscos relacionados com a subida dos novos casos de covid-19 no mundo.
Com as yields da dívida soberana dos Estados Unidos a dez anos em mínimos de cerca de cinco semanas, cresce o apetite por ativos como o ouro, que não paga juros.
Ao mesmo tempo, os ativos de refúgio ganham peso nas preferências dos investidores num cenário de incerteza sobre a evolução da pandemia, o que está a ajudar à subida do ouro de 0,15% para 1.781,51 dólares.
Euro cai pelo segundo dia
A moeda única europeia está a desvalorizar face ao dólar pela segunda sessão consecutiva, numa altura em que os investidores estão a refugiar-se em moedas como o japonês iene – consideradas ativos mais seguros – para se protegerem do impacto da subida de novos casos de covid-19 nos mercados.
Nesta altura, o euro cai 0,06% para 1,2029 dólares, enquanto o índice da Bloomberg que mede o desempenho da divisa dos Estados Unidos face às principais congéneres recua igualmente 0,06%.
Receios sobre a recuperação da procura penalizam petróleo
O petróleo segue em queda nos mercados internacionais, pressionado igualmente pelo aumento de casos de covid-19 na maior parte das regiões do globo, que está a gerar receios sobre a recuperação da procura por esta matéria-prima.
Em Nova Iorque, o West Texas Intermediate (WTI) desliza 0,67% para 62,26 dólares, enquanto em Londres o Brent cai 0,57% para 66,18 dólares.
O petróleo subiu cerca de 20% este ano com o otimismo em torno da distribuição das vacinas em todo o mundo, levando mesmo a OPEP e seus aliados a planearem um alívio dos cortes na produção a partir de maio. Contudo, o aumento dos contágios, especialmente na Índia, começa a pôr em causa a narrativa de que haverá uma recuperação ininterrupta do consumo de petróleo a nível mundial.
"Esta recuperação não será uniforme e teremos adversidades a surgir de tempos a tempos", disse Daniel Hynes, estrategista sénior de commodities do Australia and New Zealand Banking Group Ltd. "Mas, no geral, ainda vemos uma forte recuperação da procura nas principais regiões".
Futuros mistos com investidores preocupados com a pandemia
Os futuros das ações da Europa e dos Estados Unidos mostram um comportamento divergente esta quarta-feira, 21 de abril, numa altura em que regressam as preocupações relacionadas com o aumento de novos casos de covid-19 em todo o mundo, que põe em causa as estimativas mais animadoras sobre a recuperação económica global.
Os futuros do europeu Euro Stoxx 50 sobem 0,2%, depois de as ações europeias terem vivido ontem a sua pior sessão desde dezembro. Já os futuros do S&P500 caem 0,2%, prolongando o pessimismo que marcou a sessão de ontem em Wall Street.
Na Ásia, a tónica foi negativa, com o sul-coreano Kospi a perder 1,7%, o Hang Seng de Hong Kong a deslizar 1,8% e o japonês Topix a descer 2%, depois de as cidades de Tóquio e Osaka terem anunciado que vão pedir ao governo central que declare o estado de emergência. O chinês Shanghai Composite Index somou ligeiros 0,1%.
Depois de terem subido para novos recordes, as ações encontram-se sob pressão por causa de um novo aumento dos casos de covid-19 em todo o mundo, elevando a perspetiva de novos confinamentos e de mais obstáculos à recuperação económica. Por outro lado, os problemas da distribuição de vacinas também estão a levantar preocupações sobre o ritmo das reaberturas em algumas geografias.
"Os dados são mistos: do lado positivo, temos distribuições de vacinas bem-sucedidas em curso, depois, do lado negativo, temos a J&J a ser suspensa", disse Julie Biel, gestora de portefólio da Kayne Anderson Rudnick, à Bloomberg TV. "Isso vai criar mais hesitação em relação à vacina? Qual será o impacto a longo prazo na capacidade de reabertura?", questionou.
A Organização Mundial de Saúde disse que os casos de coronavírus estão a aumentar em todas as regiões, exceto na Europa, com a Índia a impulsionar uma subida na Ásia.