Notícia
Petróleo dispara com retoma da procura e optimismo na frente EUA-China. Bolsas sobem com exportações chinesas
Acompanhe aqui o dia nos mercados, minuto a minuto.
- Futuros da Europa pouco alterados
- Europa volta unida ao verde
- Petróleo em queda com pressão da oferta
- Libra recupera em dia de BOE
- Juros sobem há quatro sessões
- Dados económicos desanimadores deixam ouro brilhar
- Lira turca desce a mínimos históricos
- Bolsas dos EUA em alta com regresso às negociações comerciais
- Força da libra desaparece após BoE abrir a porta a novos estímulos
- Ouro beneficia com novos dados de emprego dos EUA
- Petróleo dispara com retoma da procura e optimismo na frente EUA-China
- Juros descem após três sessões em alta
- Bolsas europeias impulsionadas por aumento das exportações chinesas
Os futuros das ações americanas estão a subir, enquanto os da Europa negoceiam pouco alterados, depois de vários sinais contraditórios tanto nos mais recentes dados económicos como no que respeita aos resultados das empresas.
Por um lado, foi revelado ontem que as empresas dos Estados Unidos cortaram cerca de 20 milhões de postos de trabalho em abril, espelhando o severo impacto do coronavírus na maior economia do mundo; por outro, foi hoje conhecido que as exportações chinesas aumentaram 8,2% (em yuans) em abril, quando se esperava uma quebra de 14,1%. Ainda assim, os economistas dizem que esta subida é temporária, não se devendo manter esta tendência nos próximos meses.
Do lado das empresas, os sinais das retalhistas online e das farmacêuticas têm sido encorajadores, no que respeita aos resultados do trimestre, enquanto os dos bancos, seguradoras e fabricantes automóveis têm gerado preocupações.
Na Ásia, a maioria das bolsas negociou em queda e o iene desvalorizou. Já a libra registou uma queda ligeira depois de o Banco de Inglaterra ter deixado os juros e o seu programa de compra de ativos inalterados.
As principais praças europeias mostram ganhos esta quinta-feira. O índice que reúne as 600 maiores cotadas do Velho Continente, o Stoxx600, segue desta forma a somar 0,44% para os 335,82 pontos. O setor do retalho destaca-se no verde com a maior subida.
A animar os investidores estão os dados das exportações chinesas, que aumentaram mais de 8% em abril, quando se esperava uma quebra de 14%, dada a situação global de pandemia. Os anúncios de reabertura das economias dão mais força ao otimismo.
A Europa deixa assim de lado outros dados económicos mais preocupantes: as empresas do outro lado do Atlântico cortaram mais de 20 milhões de empregos no mês de abril, de acordo com um relatório que foi divulgado esta quarta-feira pelo instituto ADP.
Por cá, o PSI-20 alinha na tendência europeia, com a Jerónimo Martins a liderar os ganhos e a somar cerca de 2%.
O preço do barril de Brent, negociado em Londres e referência para a Europa, desce 0,47% para os 29,58 dólares, uma quebra semelhante à verificada no valor do crude em Nova Iorque, que interrompe assim um ciclo de cinco sessões de subidas. Esta é a segunda sessão consecutiva para o barril londrino no vermelho, numa semana que começou com fortes ganhos.
Os investidores estão a pesar o excesso de oferta e a limitada capacidade de armazenamento contra os sinais de recuperação na procura. O consumo de gasolina nos Estados Unidos viu uma recuperação recorde na última semana, mas manteve-se abaixo da média sazonal. Paralelamente, as reservas de crude aumentaram pela 15.ª semana consecutiva, apesar de o fazerem a um ritmo mais lento.
A libra esterlina está a recuperar, com uma valorização de 0,15% para os 1,2368 dólares, depois de quatro sessões consecutivas de quebras.
A moeda britânica segue em alta depois de o Banco de Inglaterra (BOE, na sigla em inglês) ter anunciado que vai manter as taxas de juro em 0,1% e o programa de compra de obrigações em 645 mil milhões de libras, embora dois dos nove responsáveis de política monetária tenham votado a favor do aumento do programa em 100 mil milhões. A decisão era esperada, mas os analistas apontavam para o risco de o programa de compra de obrigações sair reforçado como forma de contra-atacar os efeitos da pandemia de covid-19, tendo a libra chegado a tocar um mínimo de duas semanas nesta sessão.
Os juros da dívida portuguesa a dez anos seguem a agravar 3,2 pontos base, o que faz com que voltem à fasquia de 1%, a qual não atingiam desde 27 de abril. Há quatro sessões que os juros de Portugal não param de subir.
Em Espanha, o cenário é equivalente: quatro sessões no verde, a de hoje a apreciar 1,7 pontos base para os 0,866%.
Além dos países do sul, também a referência europeia, a Alemanha, alinha nas subidas, ao somar 0,7 pontos base para os -0,502%, na segunda sessão sucessiva no verde.
Os investidores pedem uma maior remuneração na compra de dívida europeia depois de, esta quarta-feira, a Comissão Europeia ter revelado que espera que em 2020 se verifique a maior contração do bloco desde os anos 1930.
O metal amarelo segue a subir 0,49% para os 1.693,91 dólares por onça, depois de na última sessão ter deslizado mais de 1% e abandonado a fasquia dos 1.700 dólares.
O ouro brilha no meio do cenário negro que se desenha para a economia norte-americana. Esta quarta-feira foi revelado um relatório, considerado uma boa aproximação aos dados oficiais que serão publicados já amanhã, que aponta para que durante o mês de abril tenha existido um corte de 20,2 milhões de empregos nos Estados Unidos. Desta feita, é esperado que a taxa de desemprego na maior economia do mundo suba para 16%.
A lira turca tocou um mínimo de sempre nesta sessão, numa altura em que as respostas do Governo parecem insuficientes e a pandemia de covid-19 lança sérias preocupações sobre a saúde da economia deste país.
A moeda turca recuou 0,7% para os 7,2496 dólares nesta quinta-feira, cotando desta forma a um preço mais baixo do que aquele que atingiu na crise que a divisa enfrentou em 2018. A lira já perdeu quase 18% este ano, a quarta maior perda entre os mercados emergentes.
Os investidores estão preocupados com a quebra nas reservas dos bancos, que caíram cerca de 20 mil milhões de dólares desde o início de 2020, estando agora no nível mais baixo desde 2018. O ministro das Finanças e do Tesouro, esta quarta-feira, considerou as reservas suficientes e afastou a hipótese de pedir um empréstimo ao fundo Monetário Internacional.
O sell-off da lira reflete "as preocupações sobre quanto tempo os legisladores vão tentar usar intervenções complicadas e não eficientes" ou "enriquecer as reservas com contratos swap ou semelhantes", observa o Commerzbank, em declarações à Bloomberg. Para esta casa de investimento, um pedido de ajuda ao FMI poderia relançar os ativos turcos numa onda de ganhos.
A bolsa em Nova Iorque abriu a subir, apesar de os pedidos de subsídio de desemprego nos Estados Unidos terem disparado outros cerca de 3 milhões - um número que, além de já ser esperado, fica em segundo plano na mente dos investidores após notícias de que China e Estados Unidos vão retomar as conversações comerciais.
O generalista S&P500 sobe 1,31% para os 2.885,76 pontos, o tecnológico Nasdaq avança 1,32% para os 8.971,26 pontos e o industrial Dow Jones soma 1,02% para os 23.906,21 pontos.
A suportar o sentimento estão as notícias de que negociadores de topo dos Estados Unidos e da China deverão reunir-se já na próxima semana para discutirem o comércio entre os dois países, numa altura em que a tensão entre as duas maiores economias do mundo tem crescido. A abalar as relações estão as acusações que o líder da Casa Branca, Donald Trump, tem feito à China, a qual responsabiliza pela criação do vírus que resultou na pandemia mundial da covid-19.
Os investidores passam assim ao lado dos pesados números do desempego, que dão um mau sinal sobre a economia norte-americana, mas que já eram esperados. O total de pedidos de subsídio de desemprego ascendem agora aos 33,5 milhões, somando o total das últimas sete semanas. Na semana passada, contudo, os 3,17 milhões registados são o número mais baixo desde que a epidemia de covid-19 foi "promovida" a pandemia.
No mundo empresarial, os holofotes voltam-se de novo para a Telefonica e a Liberty Global, que confirmaram hoje que pretendem fechar um acordo de milhões de euros, do qual nasce a maior operadora de telecomunicações do Reino Unido.
A Telefonica abriu, contudo, a desvalorizar 1,14% para os 4,23 dólares, ao contrário da Liberty Global, que dispara 6,70% para os 22,46 dólares. Fundo no vermelho cai o rival BT Group, que perde 8,49% para os 104,55 dólares depois de ter ainda anunciado que iria cancelar os dividendos previstos sobre o exercício de 2019.
Numa primeira fase, depois do Banco de Inglaterra ter anunciado que não iria acrescentar novos estímulos à economia da região, mantendo as taxas de juro em mínimos históricos nos 0,1% e o programa de compra de ativos adicional de 200 mil milhões de libras, a libra beneficiou.
Contudo, depois de Andrew Bailey ter aberto a porta a novos estímulos na próxima reunião marcada para junho, voltou a perder força. Assim, a libra deprecia 0,5% para os 1,2288 dólares.
Quem também perdeu fôlego frente à moeda norte-americana foi o euro, que deprecia 0,12% para os 1,0781 dólares. É a quarta sessão consecutiva em que a moeda única da União Europeia perde força para o par dos Estados Unidos.
Hoje, o ministério do Trabalho norte-americano divulgou um aumento de pedidos de 3,17 milhões relativos à semana passada, fazendo com que nas últimas sete semanas o número total ascenda aos 33,5 milhões.
Amanhã, espera-se que os dados relativos à taxa de desemprego no país sejam divulgados e espera-se uma subida para os 16% em abril, de 4,4% em março.
A juntar aos dados preocupantes do emprego está também o nível da produtividade no país que caiu no primeiro trimestre deste ano para mínimos de 2015.
Com estes dados alarmantes sobre a saúde da maior economia do mundo, os investidores tendem a refugiar-se em ativos considerados mais seguros como é o caso do ouro, mas também do dólar que hoje volta a subir.
O "ouro negro" segue em alta, pela quinta sessão consecutiva, sustentado sobretudo pela retoma da procura e pela perspetiva de uma diminuição das tensões entre Washington e Pequim.
O contrato de junho do West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue a subir 7,54% para 25,80 dólares por barril, depois de já ter estado a escalar mais de 11%.
Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, negociado em Londres e referência para as importações europeias, avança 3,50% para 30,76% dólares por barril.
O aumento da procura de combustível, decorrente da reabertura gradual da atividade económica em muitos países, está a contribuir para o movimento positivo do crude nos mercados internacionais.
A ajudar está também a notícia de que na próxima semana haverá uma reunião entre altos responsáveis norte-americanos e chineses. As tensões entre os EUA e a China foram reavivadas no início desta semana, depois de o presidente Donald Trump alegar que Pequim tinha disseminado intencionalmente o novo coronavírus.
Outro factor impulsionador foi o anúncio da Arábia Saudita de um aumento dos preços de venda aos clientes. A estatal Saudi Aramco elevou os preços de quase todos os tipos de crude para entrega em junho – depois de em abril ter oferecido grandes descontos, iniciando uma guerra de preços.
Os juros da dívida púbica portuguesa desceram pela primeira vez em quatro sessões, a acompanhar o movimento seguido pelas obrigações europeias. A "yield" dos títulos portugueses a 10 anos cede 2,9 pontos base para 0,934%, numa sessão em que a taxa das bunds com a mesma maturidade desce de forma mais acentuada: -4 pontos base para -0,55%.
Os principais mercados accionistas da Europa Ocidental ganharam terreno esta quinta-feira, com o aumento surpresa das exportações chinesas a ofuscarem alguns resultados dececionantes e a advertência da Air France-KLM de que a procura na aviação poderá demorar "vários anos" a recuperar.
Também a IAG [detentora da British Airways] alertou que a procura por parte dos passageiros só deverá regressar em 2023 aos níveis anteriores à pandemia.
Por outro lado, o grupo de telecomunicações britânico BT afundou 7% - tendo protagonizado a maior queda do índice FTSE 100 – depois de anunciar a suspensão do pagamento de dividendos até 2021-22.
Apesar deste cenário sombrio, as boas notícias vindas da China – e a perspetiva de uma diminuição das tensões entre Washington e Pequim [sobre a propagação da covid-19] , dado que está prevista uma reunião entre responsáveis de topo das duas partes na próxima semana – tiveram mais peso no sentimento dos investidores.
O índice de referência europeu Stoxx600, que agrega as 600 maiores cotadas da região, fechou a somar 1,09% para 337,98 pontos.
Também o alemão DAX-30, o britânico FTSE 100, o francês CAC-40 encerraram a ganhar mais de 1%. O espanhol IBEX-35 avançou 0,89%.
Em contraciclo esteve a bolsa de Atenas, com o índice de referência a ceder 0,41% para 1.454,03 pontos.