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Europa remata semana em queda com China e política monetária em foco
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta sexta-feira.
Europa remata semana em queda com China e política monetária em foco
O dia foi de perdas para as principais praças europeias. A penalizar os índices estão a hipótese de as taxas de juro continuarem a aumentar e a situação económica na China.
A expectativa de mais aumentos adensou-se após a divulgação das atas da última reunião da Reserva Federal (Fed) norte-americana, que mostraram que os governadores da Fed "continuam a julgar que é fundamental que a política monetária continue a ser suficientemente restritiva para reduzir a inflação para a meta dos 2%". E as notícias do risco de incumprimento por parte de uma das maiores imobiliárias da China, a Country Garden, estão também a centrar as atenções e reduzir o apetite pelo risco.
O Stoxx 600, índice de referência para a região, cedeu 0,61% para 448,44 pontos, rematando a quarta sessão consecutiva com perdas. O setor do imobiliário liderou as quedas (-1,73%), seguido pela dos recursos naturais (-1,49%) e do retalho (-1,24%), enquanto o das utilities (água, luz e gás) foi o que mais valorizou, com uma subida de 0,41%.
Entre as principais movimentações, a Dino Polska viu as ações desvalorizarem 8,35% para 396,20 zlotys, num dia em que reportou receitas abaixo do previsto pelos analistas.Também a U-blox Holding AG, empresa de semicondutores suíça, perdeu 18,75% para 75,4 francos suíços e a Adyen, que ontem desvalorizou mais de 30%, cedeu 2,94% para 827 euros após uma série de analistas terem revisto em baixa o rating e o preço-alvo das suas ações.
Nas principais praças europeias, o alemão Dax 30 cedeu 0,65%, o britânico FTSE 100 recuou 0,65%, o italiano FTSE Mib deslizou 0,42%, o espanhol Ibex 35 desvalorizou 0,11%, o francês CAC-40 perdeu 0,38% e o AEX, em Amesterdão, tombou 0,35%.
Petróleo sobe, mas pouco. E interrompe série semanal de ganhos
Os preços do "ouro negro" seguem a negociar em ligeira alta nos principais mercados internacionais, depois de já terem estado hoje em terreno negativo, a oscilar entre a pressão dos receios em torno do crescimento chinês e o alicerce da menor oferta por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+).
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue a somar 0,46% para 80,76 dólares por barril.
Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, avança 0,32% para 84,39 dólares.
Depois de sete semanas consecutivas de ganhos, na mais longa série de valorizações deste ano, o petróleo segue agora a caminho de um saldo semanal no vermelho.
Ouro perde o brilho pela quarta semana consecutiva
O ouro caminha para uma quarta semana de perdas, perante a perspetiva de que a Reserva Federal (Fed) norte-americana possa manter duante algum tempo a sua política monetária em terreno restritivo.
O metal amarelo soma 0,18% para 1.892,75 dólares por onça. Já no acumulado da semana, o ouro cede 1,1%, estando a negociar perto de mínimos de março.
Os dados macroeconómicos apresentados esta semana dão sinais de uma economia resiliente, capaz de resistir a taxas de juro em terreno "suficientemente restritivo", como referiram as atas da última reunião da Fed, durante mais algum tempo.
Mais do que saber quando será o pico dos juros diretores, os investidores estão agora mais preocupados em saber durante quanto tempo se manterá esta política restritiva, sendo que nas atas o banco central não fecha a porta à sua manutenção.
Euro caminha para maior ciclo de perdas semanais deste março
O euro soma ligeiramente (0,06%) para 1,0878 dólares, sendo que caminha para uma quinta semana de perdas, como não era visto desde meados de março.
O índice do dólar da Bloomberg - que compara a força da nota verde contra outras 10 divisas - recua 0,19% para 103,77 pontos, enquanto as "yields" da dívida norte-americana recuperam do agravamento da última sessão.
Já no acumulado da semana, o índice do dólar aponta para uma quinta semana de ganhos.
No mercado de "swaps" os investidores apontam para uma probabilidade superior a 80% de a Fed manter os juros diretores intocados na próxima reunião - agendada para setembro.
Para já, o mercado mantém-se atento ao simpósio anual do banco central, que arranca na próxima quinta-feira.
Juros aliviam na Zona Euro com menor apetite pelo risco
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro estão a aliviar, o que significa que os investidores estão a privilegiar as obrigações, que são vistas como ativos mais seguros. Isto num dia em que as bolsas europeias negoceiam praticamente todas com perdas, o que mostra um menor apetite pelo risco.
A procura pela dívida soberana acentua-se numa altura em que ganha mais força a hipótese de os bancos centrais continuarem a subir as taxas de juro e que dados económicos abaixo do esperado na China geram reticências quanto ao estado de saúde da segunda maior economia do mundo.
Os juros da dívida pública portuguesa com maturidade a dez anos descem 7,9 pontos base para 3,327%, enquanto a "yield" das Bunds alemãs com o mesmo prazo, referência para a região, cede 8,7 pontos base para 2,618%.
Os juros da dívida italiana deslizam 9,3 pontos base para 4,313%, os juros da dívida pública espanhola aliviam 8,2 pontos base para 3,670% e os da dívida francesa recuam 8,3 pontos base para 3,162%.
Fora da Zona Euro, as rendibilidades da dívida britânica a dez anos aliviam 6,8 pontos base para 4,672%.
Wall Street recua com volatilidade em máximos de maio
Wall Street começou a última sessão da semana em terreno negativo, com o movimento de "sell-off" a chegar ao mercado de ativos de risco, depois de ter passado pelas obrigações.
O industrial Dow Jones cai 0,28% para 34.395,39 pontos, enquanto o S&P 500 desliza 0,46% para 4.348,35 pontos.
Já o tecnológico Nasdaq Composite perde 0,84% para 13.205,23 pontos.
O nervosismo no mercado está em alta. O índice de volatilidade Cboe, também conhecido como o "índice do medo de Wall Street" subiu para 18 pontos, o nível mais alto desde maio.
Para o Barclays, o mercado acionista está a passar por uma "tempestade perfeita" que conjuga as perspetivas sobre subida dos juros, as preocupações sobre a economia chinesa e a (habitual) fraca liquidez no verão, segundo uma nota de "research" citada pela Bloomberg.
A contribuir para a volatilidade está ainda o facto de nesta sexta-feira vencerem opções na ordem dos 2,2 biliões de dólares, de acordo com as estimativas de Rocky Fishman, fundador da companhia de análise de derivados Asym 500.
No mercado obrigacionista, as "yields" da dívida norte-americana aliviam, depois de terem agravado esta quinta-feira.
China e EUA mantêm pressão nas praças europeias. Stoxx 600 em mínimos de mais de um mês
Os principais índices europeus estão a negociar em baixa, pressionados pela possibilidade de as taxas de juro dos bancos centrais continuarem a subir mais tempo que o antecipado, bem como pela situação económica da China, que se agravou com a possibilidade de incumprimento de várias imobiliárias.
O Stoxx 600, índice de referência para a região, regista uma queda pela quarta sessão consecutiva e desce 0,8% para 447,57 pontos, em mínimos de mais de um mês. A registar as maiores perdas está o setor mineiro, do retalho e industrial a caírem mais de 1%.
Depois de um "rally" na primeira metade do ano, os ganhos dos índices europeus parecem estar a esfriar. O "benchmark" da região perde 4,8% em agosto, com os setores mineiro, automóvel e industrial a registarem as maiores quedas, uma vez que são mais sensíveis a ciclos económicos e expostos à China.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax cede 0,83%, o francês CAC-40 desvaloriza 0,75%, o italiano FTSEMIB recua 0,72%, o britânico FTSE 100 perde 0,71% e o espanhol IBEX 35 cai 0,66%. Em Amesterdão, o AEX regista um decréscimo de 0,37%.
Aversão ao risco leva a alívio nos juros na Zona Euro
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro estão a aliviar esta sexta-feira, com os investidores a optarem por ativos com menor risco como as obrigações.
Os juros da dívida pública portuguesa com maturidade a dez anos aliviam de mínimos de cinco meses em 7,1 pontos base para 3,335% e a "yield" das Bunds alemãs com o mesmo prazo desce 8,7 pontos base para 2,618%.
Os juros da dívida italiana recuam 7,8 pontos base para 4,328%, os juros da dívida espanhola decrescem 7,9 pontos base para 3,672% e os juros da dívida francesa descem 8,3 pontos base para 3,163%.
Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica a dez anos aliviam 7,4 pontos base para 4,665%.
Dólar faz pausa nos ganhos e recua
O dólar está a recuar face às principais divisas rivais, mas ainda assim caminha a passos largos para a quinta semana de ganhos - a maior série de subidas semanais em 15 meses.
A "nota verde" tem sido sustentada pela possibilidade de a Reserva Federal manter as taxas de juro elevadas durante mais tempo do que o esperado, bem como de um ambiente de "risk-off" para ativos-refúgio devido a preocupações com a economia chinesa.
O dólar recua 0,04% para 0,9194 euros, ao passo que o índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da moeda norte-americana face a dez divisas rivais - desce 0,17% para 103,401 pontos.
"O mercado quer que a Fed deixe as taxas de juro inalteradas, mas os dados não estão a apoiar essa possibilidade", afirmou à Reuters, Tony Sycamore, analista da IG.
"A aversão ao risco, as 'yields' mais elevadas e os dados económicos resilientes... tudo isso está a jogar a favor do dólar", resumiu.
Ouro avança mas caminha para queda semanal
O ouro está a recuperar das perdas registadas ao longo da semana e a subir face a mínimos de cinco meses registados na sessão asiática desta sexta-feira. Ainda assim, o metal caminha para a quarta semana de perdas consecutiva, a ser penalizado pela possibilidade de a Reserva Federal manter durante mais tempo do que o esperado, ou mesmo subir, as taxas de juro de referência.
O ouro, que não rende juros, tende a ser penalizado por uma política monetária mais restritiva por parte dos bancos centrais.
O metal amarelo sobe 0,17% para 1.829,73 dólares por onça.
"O dólar tem estado a recuar, depois de recentes máximos e isso tem permitido que o ouro suba ligeiramente. É provável que haja alguns 'caçadores de pechinchas' nestes níveis do metal", disse à Reuters o analista Tim Waterer da KCM Trade.
Petróleo avança, mas caminha para primeira queda semanal em sete semanas
O petróleo está a valorizar, mas a caminho da primeira perda semanal em sete semanas, depois de sessões marcadas por receios relativamente a uma desaceleração económica na China, o maior importador de crude do mundo, e pela possibilidade de novas subidas das taxas de juro pela Reserva Federal.
Estes dois tópicos sobrepõem-se assim às perspetivas de um aperto no mercado petrolífero estimadas pela OPEP e pela Agência Internacional de Energia.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, soma 0,32% para 80,65 dólares por barril. Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, avança 0,15% para 84,25 dólares. Ambos os índices caminham para uma queda semanal a rondar os 3%.
Os investidores estão também a avaliar o número de pedidos de subsídio de desemprego, divulgado na quinta-feira, e que caiu na semana passada, sugerindo que o mercado laboral poderá estar ainda robusto e levar a Fed a prolongar o seu ciclo de aperto da política monetária.
As "commodities" como o petróleo estão "a ser penalizadas por 'yields' mais elevadas, um dólar mais forte e um ambiente de 'risk-off' nos mercados", disse Vishnu Varathan, analista do Mizuho Bank à Bloomberg.
Sentimento negativo não dá tréguas na Ásia. Europa de olho em perdas
Os principais índices europeus estão a apontar para uma abertura em terreno negativo, depois de uma semana marcada por preocupações provenientes da economia chinesa e de taxas de juro dos bancos centrais mais elevadas durante mais tempo.
Esta sexta-feira as atenções viram-se para a inflação final da Zona Euro referente a julho, que deverá contribuir para uma decisão de política monetária do Banco Central.
Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 descem 0,4%.
Na Ásia, o sentimento negativo das últimas sessões não deu tréguas e o índice agregador da região, o MSCI Asia Pacific, desceu pela sexta sessão consecutiva e registou a maior queda semanal dos últimos dois meses.
Apesar da intervenção do Banco Popular da China para dar força ao yuan, que tinha desvalorizado fortemente nos últimos dias para mínimos de outubro, tal não foi suficiente para animar o mercado.
"Esperamos que a elevada incerteza macroeconómica continue a pesar no sentimento dos investidores até que existam medidas de estímulo significativas", escreveram analistas do Morgan Stanley numa nota vista pela Bloomberg.
Pela China, Xangai cedeu 0,66% e, em Hong Kong, o Hang Seng caiu 1,2%, registando a maior queda semanal desde junho. No Japão, o Topix recuou 0,4% e o Nikkei 0,2%. Na Coreia do Sul, o Kospi caiu 0,5%.