Notícia
PCP ausente de sessão com Zelensky. Banca anima bolsas europeias
Acompanhe os desenvolvimentos ligados à guerra na Ucrânia e o impacto nos mercados.
- Rússia faz ultimato para que tropas em Mariupol se rendam
- Futuros da Europa apontam para abertura em terreno positivo
- Ouro aumenta perdas e aproxima-se de mínimo de quase três semanas
- Euro em alta e dólar a ceder. Iéne recupera após semanas no vermelho
- Petróleo recupera com investidores ainda a pesar procura na China e dados sobre inventários
- Juros das dívidas europeias a aliviar
- Bolsas europeias no verde, com ganhos ligeiros. PSI inverte para terreno positivo
- Rússia diz que sanções provocaram 50 mil desempregados
- Nações Unidas dizem que cinco milhões de ucranianos já fugiram da guerra
- Zelensky não quer perder laços com Macron mas não fecha a porta a Le Pen, "desde que compreenda que está errada"
- Rússia deixa avisos à Suécia e Finlândia sobre adesão à NATO
- Wall Street em terreno positivo. Netflix afunda 30% após perder subscritores
- Petróleo interrompe ganhos após queda das reservas
- Ganhos da banca animam bolsas europeias
- Juros da dívida aliviam de máximos
- Paládio continua escalada impulsionado por sanções à Rússia. Ouro resiste
A Rússia fez um novo ultimato às tropas ucranianas na cidade de Mariupol, exigindo que se rendam até ao final desta quarta-feira. A cidade tem estado debaixo de fogo há já algumas semanas, numa altura em que Moscovo tenta controlar totalmente a cidade.
Caso consiga controlar Mariupol, a Rússia passaria a ter um ponto forte a nível estratégico, nota a Reuters.
O ministro russo da Defesa indicou que, desde que o Kremlin fez o último ultimato, "nem um único soldado deixou cair as armas" em Mariupol.
Os investidores estão não só a analisar os desenvolvimentos da guerra da Ucrânia, que caminha a passos largos para a marca de dois meses de duração desde que a Rússia avançou para território ucraniano. Nesta altura, o conflito entrou numa nova fase, depois de o Presidente ucraniano indicar que a Rússia estava preparada para iniciar a batalha pelo Donbass. Note-se que esta região foi descrita pelo Rússia como o principal objetivo deste conflito. Quase dois meses depois do início da guerra, a Rússia continua a referir-se à invasão como uma "operação militar especial".
Além disso, também as previsões do FMI para a economia mundial estão no radar dos investidores, que tentam analisar como é que a economia global poderá crescer neste novo contexto de guerra. Já ao final do dia haverá para analisar o Livro Bege da Reserva Federal dos Estados Unidos, que deverá trazer novas projeções do banco central para a economia norte-americana num momento em que a inflação no país continua a bater novos máximos.
A época de resultados continua e esta quarta-feira é a vez de empresas como a Heineken e a Tesla apresentarem as contas do trimestre.
Na Ásia, onde a sessão já está concluída, os índices japoneses avançaram 0,88% no caso do Nikkei e 1,01% no caso do Topix. Na Coreia do Sul, o Kospi fechou na linha de água, a ceder 0,02%. Em Hong Kong, o Hang Seng caiu 0,42%.
Este metal está a ceder 0,49% para 1.940,51 dólares por onça, já a rondar valores de 31 de março, quando ficou abaixo da fasquia dos 1.940 dólares.
Na sessão anterior, o ouro tombou 1,46%, perdendo cerca de 28 dólares, num dia em que os investidores estiveram mais virados para as obrigações.
Warren Patterson, que lidera a área de commodities do ING Groep NV em Singapura, conta à Bloomberg que, apesar destas desvalorizações do ouro, o interesse neste metal, visto como um ativo-refúgio em tempos de incerteza, continua visível nos mercados, mas que será "difícil ver o ouro sair da fasquia dos 1.900 a 2 mil dólares por onça no curto prazo". "A subida das yields e um dólar norte-americano mais robusto estão a servir de limites aos preços, enquanto a procura por ativos-refúgios dá um bom apoio".
Nos restantes metais, a prata tomba 0,91% para 24,95 dólares por onça e a platina cai 1,28% para 980,63 dólares por onça.
O euro está a ganhar terreno ao dólar norte-americano esta manhã. A moeda única está a valorizar 0,23% face à "nota verde" para 1,0813 dólares.
O dólar norte-americano está a ceder 0,19% perante um cabaz composto por divisas rivais, interrompendo assim quatro sessões consecutivas com ganhos.
O iéne japonês também está a recuperar na sessão desta quarta-feira, depois de ter registado 13 sessões consecutivas no vermelho. O iéne soma 0,28% face ao dólar.
O petróleo está a recuperar na sessão desta quarta-feira, amparado pelo retomar da atividade em Xangai, o centro financeiro da China, após os confinamentos devido à covid-19.
As informações que chegam de Xangai dão conta de uma recuperação da atividade comercial, nomeadamente em supermercados e fabricantes automóveis, o que sinaliza a possibilidade de um aumento da procura.
Além disso, estão também a ser analisados os dados sobre o recuo dos inventários de petróleo nos Estados Unidos, que terão reduzido em cerca de 4,5 milhões de barris na semana passada, de acordo com fontes do setor. A confirmar-se, esta poderá ser a maior queda nos stocks desde o início de fevereiro.
O West Texas Intermediate (WTI) está a valorizar 1,32% para 103,91 dólares por barril. Já o Brent do Mar do Norte, que serve de referência ao mercado português, está a subir 1,29% para 108,63 dólares por barril.
Os juros da dívida alemã a dez anos estão a aliviar 2,8 pontos base, para uma taxa de 0,878%, mantendo-se ainda assim próximos de valores de 2015, alcançados na sessão anterior.
O mesmo cenário de alívio é visível nos juros italianos a dez anos, que estão a recuar 5,9 pontos base, para uma taxa de 2,482%.
No caso da Península Ibérica, tanto os juros de Portugal como de Espanha estão a aliviar. Os juros espanhóis a dez anos estão a recuar 4,6 pontos base para uma taxa de 1,794%, enquanto os juros portugueses aliviam 4,5 pontos base para 1,825%.
O Stoxx 600, o índice que agrupa as principais cotadas europeias, está a valorizar 0,36% para 457,94 pontos, animado sobretudo pela época de resultados do trimestre.
Com a maioria dos setores a registar ganhos, estão em destaque o setor da banca (1,46%) e o setor alimentar (1,3%). Já do lado das quedas nota-se a desvalorização do setor dos recursos básicos, que tomba 1,09%. Os restantes setores no vermelho, como o imobiliário, petróleo e gás ou media estão a registar desvalorizações ligeiras.
A Danone está em destaque entre as principais subidas do Stoxx 600, a valorizar 7,3% para 56,47 euros, em reação aos resultados de vendas. Nota ainda para a subida do Danske Bank, que aprecia 4,17% para 117 coroas dinamarquesas, o equivalente 15,73 euros.
O PSI está a valorizar 0,26%, o espanhol IBEX avança 0,39% e o índice alemão DAX avança 0,46%. Em Paris, o CAC 40 está a avançar 0,56%, o inglês FTSE está na linha de água, a avançar 0,04%, enquanto em Amesterdão se verifica a maior subida entre os índices europeus, nos 0,84%. A bolsa de Milão avança 0,33%.
"De acordo com os últimos dados, 98 mil trabalhadores estão inativos ('férias forçadas'). Em termos absolutos trata-se de um valor 2,5 mais elevado do que o que foi registado no dia 01 de março", disse Andrei Pudov, vice-ministro do Emprego e Proteção Social da Rússia.
Os dados transmitidos por Pudov à Câmara Baixa do Parlamento russo (Duma) foram citados hoje pela agência oficial TASS.
"Sobre os números das pessoas despedidas: são 50 mil pessoas" acrescentou.
As restrições económicas e a saída das empresas são uma consequência da postura internacional contra a atual campanha militar da Rússia na Ucrânia que se prolonga desde 24 de fevereiro.
Pudov afirmou que apesar dos despedimentos, férias forçadas e empregos com horário reduzido, "no princípio da primavera foram contratados (no país) mais de 2,5 milhões de pessoas".
"Atualmente, cerca de 670 mil cidadãos estão registados nos centros de emprego existindo 1,9 milhões de postos de trabalho na base de dados referentes a vagas para emprego", disse ainda o vice-ministro aos deputados da Duma.
Na terça-feira, o presidente da Câmara de Moscovo, Serguei Sobiani afirmou que cerca de 200 mil pessoas podem perder o emprego na capital da Rússia devido ao encerramento das empresas estrangeiras no país.
O autarca da capital russa disse também que cerca de 300 companhias internacionais encerraram a atividade em Moscovo no final do mês de março.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de cinco milhões das quais para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
LUSA
O país que recebeu mais pessoas vindas da Ucrânia foi a vizinha Polónia, que recebeu mais de 2,8 milhões de pessoas.
Os números polacos são expressivos quando comparados com a Roménia, que recebeu 757 mil pessoas, ou a Hungria, com 471 mil ucranianos.
A associação estima ainda que a Rússia tenha acolhido mais 549,8 mil pessoas e a Bielorrússia 23,7 mil pessoas.
Em declarações citadas pela Bloomberg, o Presidente ucraniano diz que não pretende perder a ligação com o homólogo francês, Emmanuel Macron.
Mas, num vídeo transmitido antes do último debate entre os dois candidatos, Zelensky não fecha a porta a Marine Le Pen. "Desde que ela compreenda que está errada" em falar com Vladimir Putin, "a relação poderá mudar", disse.
"Já fizemos os nossos avisos tanto em público como através de canais bilaterais", disse a porta-voz à Russia-24.
"Eles [a Suécia e a Finlândia] sabem, não têm nada que gere surpresa, foram informados sobre tudo a que isto poderá levar", disse, referindo-se à aproximação dos dois países da NATO.
O parlamento finlandês vai debater esta quarta-feira se deverá avançar ou não para uma adesão à NATO. A Suécia está também numa fase de discussão sobre o mesmo tema.
A invasão da Rússia à Ucrânia atiçou o debate sobre a adesão destes países à NATO, devido à proximidade geográfica da Rússia.
Os três principais índices norte-americanos estão a negociar em terreno positivo esta quarta-feira. O industrial Dow Jones soma 0,77% no arranque, para 35.181,44 pontos, o tecnológico Nasdaq está na "linha de água", nos 0,02%, para 13.622,20 pontos, enquanto o S&P 500 avança 0,38% para 4.479,29 pontos.
Os desenvolvimentos na Ucrânia e também a Fed estão no radar dos investidores, já que esta quarta-feira é esperado o Livro Bege da Reserva Federal dos EUA.
O tombo da Netflix está no centro das atenções neste arranque de sessõa. As ações da empresa norte-americana estão a reagir à apresentação de contas do primeiro trimestre, feita já após o fecho do mercado na sessão anterior. Pela primeira vez em dez anos o serviço de streaming perdeu subscritores, mais concretamente 200 mil, o que sugere que a a intensa concorrência no mercado de streaming está a ter consequências para a empresa.
Se os títulos da Netflix chegaram a desvalorizar 23% no "after hours", também o "pre-market" fica marcado por uma depreciação na mesma ordem de valores. Na abertura de Wall Street a Netflix afundava 30,38%, com as ações nos 242,69 dólares - um mínimo de dezembro de 2018.
Esta é a maior queda da Netflix desde outubro de 2011.
Os preços do petróleo interromperam a tendência positiva com que seguiam a negociar, após ter sido divulgado uma forte descida das reservas de crude nos Estados Unidos.
O WTI, negociado em Nova Iorque, segue praticamente estável nos 102,62 dólares por barril, enquanto o Brent do Mar do Norte, negociado em Londres, está a cair 0,26% para 106,97 dólares, com a matéria-prima a inverter a tendência positiva que marcava a sessão.
Esta inversão ocorreu depois de terem sido divulgados os números dos inventários nos EUA. As reservas de petróleo baixaram 8,02 milhões de barris, a maior descida desde janeiro de 2021, segundo dados divulgados esta quarta-feira.
Os preços do petróleo dispararam, no mês passado, para um novo máximo de 2008, no rescaldo das sanções impostas pelo ocidente à Rússia, mas desde então a negociação tem sido marcada por grande volatilidade, com vários países a demonstrarem que estão prontos para libertar reservas estratégicas, numa resposta à escassez de petróleo russo a chegar ao mercado.
As praças europeias encerraram a sessão desta quarta-feira a valorizar, com os títulos do setor financeiro a darem força às bolsas na região, perante a expectativa de um movimento de subida mais rápido dos juros.
O Stoxx 600, o índice que agrupa as principais cotadas europeias, fechou a valorizar 0,84% para 460,10 pontos. O setor financeiro liderou as subidas, com uma valorização superior a 2%, animado pelas declarações de Martins Kazaks, que defende que a instituição pode subir juros já em julho.
Em Lisboa, o PSI-20 fechou a valorizar 0,29% para 6.123,51 pontos, com sete das 15 cotadas no verde e as restantes oito no vermelho.
Entre os principais índices europeus, o Dax e o francês Cac destacaram-se com ganhos próximos de 1,5%, no dia em que se realiza o debate entre Macron e Le Pen antes da segunda volta das presidenciais francesas.
A marcar a negociação continua a divulgação de resultados do primeiro trimestre do ano. Hoje são esperados os números da Tesla, até ao final de março.
Depois de uma sessão marcada pela escalada dos juros das obrigações soberanas europeias, hoje o dia foi marcado por um alívio nas "yields", face aos máximos fixados na véspera.
A taxa a 10 anos de Portugal, que ontem rondou 1,9%, encerrou a ceder 3,6 pontos base para 1,835%, mantendo-se, porém, em máximos de 2018.
Entre os restantes países da periferia, os juros italianos aliviaram outros 3,6 pontos para 2,505%, enquanto a taxa de referência espanhola baixou 4,3 pontos para 1,796%.
Os juros das alemãs "bunds", que ontem negociaram em máximos de 2015 e se aproximaram de 1% durante o dia, estiveram a recuaram esta quarta-feira 5,5 pontos para 0,851%.
Hoje, a onça de paládio avança 3,79%, para os 2.464,97 dólares. Ainda assim, os preços estão bastante abaixo do máximo histórico tocado a 8 de março, quando atingiram os 3.171,88 dólares.
Já o ouro continua a mostrar uma resiliência face à subida das "yields" e às perspetivas mais "hawkish" da Fed. O metal amarel sobe uns ligeiros 0,07%, para os 1.951,52 dólares por onça.