Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Previsões económicas pessimistas penalizam bolsas, euro e juros da dívida

Acompanhe aqui o dia nos mercados, minuto a minuto.

Reuters
06 de Maio de 2020 às 17:09
  • ...
Futuros em queda com dados da indústria alemã e tensões EUA/China

Os futuros das ações europeias e norte-americanas apontam para uma sessão negativa esta quarta-feira, 6 de maio, com os investidores a refletirem os receios de uma escalada na tensão entre os Estados Unidos e a China. Isto numa altura em que o presidente Donald Trump intensifica as suas acusações de que Pequim é responsável pela pandemia do novo coronavírus, tendo até ameaçado impor novas tarifas sobre o país.

A contribuir para o pessimismo estão ainda os dados revelados esta manhã sobre a indústria alemã que mostram que os pedidos às fábricas da maior economia europeia desceram 15,6% em março, face ao mês anterior, quando a estimativas era de uma descida de apenas 10%.

Na Ásia, a maioria dos mercados valorizou, no dia em que as bolsas chinesas retomaram a negociações, após cinco dias de encerramento devido a feriados.

As bolsas de Hong Kong e da Coreia subiram, enquanto as bolsas chinesas acabaram por negociar com variações positivas muito ligeiras. No Japão, os mercados estão encerrados devido à comemoração de um feriado.

A motivar cautela nos investidores está também o aviso deixado ontem pelo vice-presidente da Fed, Richard Clarida, que afirmou que a economia vai precisar de mais apoio do governo para superar o impacto negativo causado pela pandemia.

Bolsas europeias sem rumo definido após subida de mais de 2%

As bolsas europeias estão a negociar sem tendência definida esta quarta-feira, 6 de maio, depois de terem sido revelados indicadores económicos, que espelham bem o severo impacto da pandemia do novo coronavírus.

Após a subida de mais de 2% da sessão de ontem, o índice de referência para a Europa, o Stoxx600, desliza 0,05% para 335,32 pontos, com os ganhos no setor da saúde a serem anulados pelas perdas no setor da energia. As praças de Atenas, Londres e Amesterdão seguem com ganhos ligeiros, enquanto Frankfurt, paris e Madrid seguem em queda.

Esta manhã foi divulgado que o PMI compósito da Zona Euro, em abril, caiu para 13,6 pontos – o nível mais baixo de que há registo – ligeiramente acima da primeira estimativa que apontava para 13,5 pontos. Recorde-se que as leituras abaixo de 50 pontos indicam contração.

Antes já havia sido conhecido que as encomendas à indústria alemã desceram 15,6% em março, muito acima da previsão de 10%.

Do lado das empresas não chegaram notícias mais animadoras, com o Unicredit a anunciar prejuízos no primeiro trimestre e o Credit Agricole a reportar um forte aumento nas provisões para o malparado.

Na bolsa nacional, o PSI-20 sobe agora ligeiros 0,1%, animado pelos ganhos da EDP, Jerónimo Martins e Nos.

Petróleo em alta ligeira após duplicar preço em cinco dias

O rally do petróleo perdeu força esta quarta-feira, depois de cinco sessões consecutivas de fortes subidas, em que as cotações da matéria-prima duplicaram.

O petróleo segue em alta ligeira, com o otimismo de que os cortes na oferta estão a reduzir o excedente a ser parcialmente anulado pela perspetiva de uma lenta e incerta recuperação da economia global.

Nesta altura, o Brent, negociado em Londres, sobe 0,68% para 31,18 dólares, enquanto o WTI, transacionado em Nova Iorque, ganha 0,61% para 24,71 dólares.

A OPEC+ começou a implementar cortes na produção de 9,7 milhões de barros por dia no passado dia 1 de maio, o que, juntamente com alguns sinais de recuperação na oferta, ajudou a impulsionar as cotações da matéria-prima nos últimos dias.

No entanto, a maioria dos analistas não antecipa um regresso aos níveis pré-coronavírus durante pelo menos um ano, sendo que muitos questionam mesmo se isso alguma vez irá acontecer.

Juros em alta na Zona Euro com desafio alemão ao BCE

Os juros da dívida da generalidade dos países do euro estão em alta, depois de o Tribunal Constitucional alemão ter considerado que alguns pontos do programa de compra de ativos do Banco Central Europeu violam os tratados da União Europeia, e ter pedido à autoridade monetária que justifique os argumentos para o programa num prazo de três meses.

 

A decisão, conhecida ontem, teve um efeito especialmente negativo nos custos de financiamento de Itália, que viu os juros a dez anos dispararem 10 pontos base. Hoje, a yield avança 0,7 pontos para 1,868%.

 

Em Espanha, no mesmo prazo, o agravamento é de 2,2 pontos para 0,794% e em Portugal é de 2,2 pontos para 0,904%.

 

Na Alemanha, os juros das obrigações a dez anos avançam 2 pontos para -0,564%.

Dólar sobe pela quarta sessão

O índice que mede o desempenho do dólar face às principais congéneres mundiais está a valorizar pela quarta sessão consecutiva, animado pela reabertura gradual da maior economia do mundo e pela perspetiva de que o alívio nas restrições resulte numa recuperação mais acelerada.

Ontem, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, insistiu na necessidade de um regresso à normalidade, mesmo que isso signifique um aumento do número de infetados e de mortes, já que um confinamento prolongado já não é mais sustentável para a economia.

Os efeitos da pandemia vão ser mais uma vez traduzidos em números na sexta-feira, com a divulgação da taxa de desemprego na maior economia do mundo.

Nesta altura, a nota verde soma 0,45% face às principais divisas, enquanto o euro cai 0,4% para 1,0797 dólares.

Ouro em queda ligeira

O ouro segue em baixa ligeira, com os investidores a avaliarem o potencial ritmo de recuperação da economia global e a acompanharem os desenvolvimentos nos tratamentos e vacinas em estudo para a covid-19.

Ontem, o vice-presidente da Fed Richard Clarida reconheceu os danos infligidos à economia dos EUA pelo surto, mas disse que "a recuperação pode começar no segundo semestre". Já o presidente Donald Trump disse que os americanos devem começar a voltar às suas vidas normais, mesmo que isso leve a mais infetados e mais mortes.

No que respeita a possíveis tratamentos, a Pfizer administrou a sua vacina experimental aos primeiros pacientes dos EUA, enquanto a Regeneron Pharmaceuticals disse que um tratamento com anticorpos pode estar disponível este outono.

Nesta altura, o ouro cai 0,11% para 1.704,15 dólares, enquanto a prata sobe 0,92%b para 15,1015 dólares.

Wall Street em alta passa ao lado dos números do emprego

A bolsa de Nova Iorque abriu em alta depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter reforçado o apelo à reabertura da economia nos vários estados do país.

O generalista S&P500 sobe 0,68% para os 2.887,96 pontos, o tecnológico Nasdaq avança 0,72% para os 8.872,38 pontos e o industrial Dow Jones aprecia 0,60% para os 24.025,52 pontos.

Os investidores mostram renovada confiança depois de Trump ter intensificado na terça-feira o seu apelo à reabertura da economia norte-americana, insistindo que os cidadãos devem regressar ao trabalho e às suas vidas normais, mesmo que isso conduza a mais casos de infetados e mais mortes no país.
Os mercados resistem, desta forma, aos dados lançados esta quarta-feira pelo ADP Research Institute que mostram que as empresas norte-americanas cortaram um número recorde de empregos em abril, que deverá superar os 20 milhões.  

A General Motors destaca-se entre as cotadas, ao disparar 9,03% para os 23,18 dólares, depois de ter reportado resultados que excederam as expectativas dos analistas.

Euro em mínimos de 24 de abril com perspetivas negativas
A moeda única europeia perde 0,36% para 1,0801 dólares na terceira sessão consecutiva em queda face à divisa norte-americana, estando mesmo a transacionar em mínimos de 24 de abril contra a moeda de referência mundial.

A Comissão Europeia revelou hoje as projeções da Primavera, antecipando que o conjunto das economias da Zona Euro recue 7,7% em 2020, uma estimativa ainda mais pessimista do que a quebra de 7,5% feita no mês passado pelo Fundo Monetário Internacional.

Por outro lado, as encomendas ao setor industrial da Alemanha sofreram em março a maior queda desde que os dados começaram a ser compilados, em 1991. Sendo a economia alemã o motor do bloco do euro, esta quebra agravou o receio dos investidores quanto ao impacto da pandemia para a Zona Euro.
Ouro cai mais de 1% com reabertura de economias
O ouro, visto como um ativo mais seguro e que serve de refúgio em alturas de maior turbulência no mercado, deprecia 1,06% para os 1.687,68 dólares por onça, afastando-se ainda mais dos máximos de oito anos tocados a meio do mês passado, acima da barreira dos 1.700 dólares.

A reabertura gradual das economias um pouco por todo o mundo está a levar os investidores a deixarem as apostas no ouro em segundo plano e a atirarem-se para ativos de maior risco, como ações de cotadas tecnológicas que mantêm hoje uma boa prestação. 

Esta é a primeira queda das últimas quatro sessões para o ouro, que tem beneficiado com a elevada instabilidade e volatilidade provocada pelo coronavírus. 
Juros das dívidas com agravamento geral na Zona Euro
Os juros associados às dívidas públicas dos países que integram o bloco do euro registaram aumentos na sessão desta quarta-feira, refletindo ainda a decisão do Tribunal Constitucional da Alemanha que considera que o programa de compra de ativos do Banco Central Europeu viola o princípio da proporcionalidade previsto nos tratados da União Europeia.

Por outro lado, a projeção da Comissão Europeia sobre a evolução das economias da moeda única também pesou na negociação das dívidas no mercado secundário.

Assim, a taxa de juro associada às obrigações de Portugal com prazo a 10 anos escalou 7,8 pontos base para 0,96%, no terceiro dia seguido de agravamento e levando a "yield" lusa para o valor mais alto desde 29 de abril.

Também os juros correspondentes aos títulos de Itália com a mesma maturidade avançaram pela terceira sessão consecutiva, sendo que a "yield" transalpina não alivia há já sete sessões. A taxa de juro avançou 10,9 pontos base para 1,97%, o que significa que tocou em máximos de 24 de abril.

Até mesmo a taxa de juro correspondente às "bunds" alemãs a 10 anos registou uma subida de 7,1 pontos base para -0,512%.
Europa em queda com dados e previsões económicas pessimistas

As bolsas europeias foram perdendo fôlego ao longo do dia e terminaram a sessão a negociar "no vermelho", pressionados pelos indicadores económicos pessimistas e pela antevisão de uma recessão robusta na Zona Euro por parte da Comissão Europeia.

O Stoxx 600, índice que reúne os 600 maiores cotadas da Europa, perdeu 0,35% para os 334,34 pontos, com todas as praças europeias a perderem força.

No setores verifica-se também uma onda vermelha, com destaque para o de "Oil & Gas" (-3,03%) e da banca (-1,6%).

Hoje, a Comissão Europeia (CE) anunciou que estimava uma recessão de 7,7% na Zona Euro este ano e uma subida do desemprego para 9,5%, segundo as suas previsões de Primavera.

A par das previsões da CE, esta manhã foi divulgado que o PMI compósito da Zona Euro, em abril, caiu para 13,6 pontos – o nível mais baixo de que há registo – ligeiramente acima da primeira estimativa que apontava para 13,5 pontos. Recorde-se que as leituras abaixo de 50 pontos indicam contração. O Dax de Frankfurt desvalorizou 1,15%.

Um dos focos dos investidores continua a ser a temporada de resultados, que continua a sublinhar as expectativas sombrias dos analistas. O Unicredit anunciou prejuízos no primeiro trimestre e o Credit Agricole reportou um forte aumento nas provisões para o malparado.


Petróleo quebra com aumento de stocks e procura de gasolina abaixo dos níveis normais

Os preços do crude seguem em baixa, penalizados sobretudo por dois fatores: a procura de gasolina abaixo do normal e o aumento dos inventários de crude nos EUA.

O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue a perder 5,29% para 23,26 dólares por barril.
Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, negociado em Londres e referência para as importações europeias, cede 5,97% para 29,12 dólares por barril – regressando assim a valores abaixo dos 30 dólares.

As cotações do "ouro negro" estão a ser pressionadas pelo aumento das reservas norte-americanas de crude na semana passada, numa altura em que a capacidade de armazenamento vai diminuindo, e também pelo facto de a procura de gasolina continuar abaixo dos níveis normais para esta altura do ano – apesar de já se notar um aumento do consumo com a reabertura gradual da atividade económica em muitos países.

Os inventários de crude aumentaram em 4,6 milhões de barris na semana terminada a 1 de maio, para 532,2 milhões de barris, quando os analistas inquiridos pela Reuters apontavam para um acréscimo maior, na ordem dos 7,8 milhões de barris. Ainda assim, o facto de continuarem a aumentar está a mexer com o sentimento dos investidores.

Ver comentários
Saber mais mercados bolsas
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio