Notícia
Europa desunida deixa bolsas divididas. Petróleo sobe antes da OPEP
Acompanhe o dia nos mercados ao minuto.
Desistência de Sanders impulsiona Wall Street e Dow sobe para níveis de há um mês
As bolsas do outro lado do Atlântico ganharam terreno na sessão desta quarta-feira, sustentadas sobretudo pela desistência de Bernie Sanders à corrida presidencial, já que o senador democrata pelo estado de Vermont não é visto como grande amigo dos mercados.
O Dow Jones encerrou a somar 3,44% para 23.433,57 pontos, conseguindo assim regressar ao patamar dos 23.000 pontos - nível onde já não se situava há quase um mês (desde 13 de março, quando encerrou a somar 9,36% para 23.185,62 pontos).
Já o tecnológico Nasdaq Composite ganhou 2,58% para se fixar nos 8.090,90 pontos - depois de ter ensaiado algumas vezes o retorno à fasquia dos 8.000 pontos, hoje foi o dia.
Por seu lado, o Standard & Poor’s 500 avançou 3,41% para 2.749,98 pontos, estando assim agora a subir 23% face ao seu mínimo de 23 de março. Mas há quem não considere que isto seja o fim do "bear market" deste índice.
"As escaladas dentro de um mercado urso são situações que se observam antes de os mercados começarem a recuperar", comentou à CNN Business uma estratega de mercados globais do JP Morgan Asset Management, Samantha Azzarello.
No auge da crise financeira de 2008, houve 11 ‘rallies’ antes de o mercado tocar no fundo e retomar em pleno a sua recuperação – em março de 2009, referiu a mesma analista.
Ouro sustentado pela procura de valores-refúgio
O metal amarelo segue a ganhar terreno nesta quarta-feira, a capitalizar o seu estatuto de valor-refúgio, numa altura em que os investidores procuram segurança devido aos sinais mistos por parte dos decisores políticos quanto à dimensão das medidas de estímulo à economia na Europa e nos Estados Unidos.
Nos EUA espera-se que seja apresentado um novo pacote de estímulos esta semana, no valor de 500 mil milhões de dólares (depois de já ter sido aprovada há duas semanas no Congresso, e homologada pelo presidente Donald Trump, uma bazuca no valor de dois biliões de dólares).
Enquanto isso, os ministros das Finanças da Zona Euro (Eurogrupo) não conseguiram acordar uma estratégia para atenuar o impacto económico da pandemia de covid-19, fazendo com que o sentimento na Europa esmorecesse – e levando os investidores a procurarem refúgio em ativos como o ouro e o dólar.
O ouro a pronto (spot) segue a somar 0,18% para 1.650,76 dólares por onça no mercado nova-iorquino (Comex), ao passo que os futuros para entrega em junho avançam 0,23% para 1.687,60 dólares.
Juros europeus sobem unanimemente
Os juros a dez anos de Portugal sobem 3 pontos base para os 0,970%, contando a segunda subida consecutiva. Itália segue no mesmo sentido, com um agravamento de 3,6 pontos base para os 1,649% e Espanha avança 2,4 pontos base para os 0,836%.
Os juros dos periféricos alinham-se, desta forma, nas subidas, mas não ficam sozinhos. A referência europeia, a Alemanha, também vê os seus juros agravarem, embora uns ligeiros 0,3 pontos base para os -0,309%, contando a terceira sessão consecutiva a somar.
As obrigações europeias pedem uma maior remuneração, unânimes nos agravamentos, ao mesmo tempo que se dividem nas decisões de apoio à economia do bloco, atrasando os aguardados estímulos. A reunião desta terça-feira, que terminou sem consenso, continua na quinta-feira.
Europa desunida deixa bolsas divididas
A reunião entre os membros do Eurogrupo, que se alongou durante 16 horas, não culminou num acordo. Prevaleceram as divisões entre a Holanda e a Itália, que levou ao veto holandês sobre a modalidade de acesso às linhas de crédito do fundo de resgate do euro. Ficou assim, para trás, um pacote de estímulos de 540 mil milhões de euros.
A discussão será retomada já esta quinta-feira, mas, entretanto, as bolsas ficam sem direção. O índice que reúne as 600 maiores cotadas europeias termina o dia a valorizar uns quase nulos 0,01% para os 326,64 pontos. Tímidas no verde terminaram também as praças francesa, holandesa e a portuguesa, onde o PSI-20 subiu 0,05% para os 4.071,37 pontos. A contrabalançar, Espanha, Alemanha e Reino Unido alinharam no vermelho.
Do outro lado do Atlântico, parecem haver melhores notícias no que diz respeito a estímulos e também mais ânimo no que toca aos mercados. É esperado que os legisladores norte-americanos avancem com a proposta de um pacote de estímulos de 500 mil milhões de dólares, o dobro em relação ao que a administração de Trump propunha. O generalista S&P500, que serve de referência em Wall Street, soma 2,18% para os 2.717,45 pontos.
Petróleo verde-esperança na véspera de reunião da OPEP
O ouro negro está a subir esta quarta-feira, a véspera da reunião da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) , depois de esta ter sido adiada de 6 de abril para 9 de abril. Um dos delegados do grupo que reúne o cartel e aliados como a Rússia (OPEP+) apontou para uma redução em 10 milhões de barris diários como realista.
O barril de Brent, negociado em Londres e referência para a Europa, valoriza 0,88% para os 32,15 dólares, enquanto o barril em Nova Iorque, o West Texas Intermediate, sobe com mais fôlego, 3,68% para os 24,50 dólares.
Eurogrupo deixa euro em baixo
O euro perde força face ao dólar depois de a ter recuperado apenas na última sessão, que veio por sua vez interromper um ciclo de seis sessões em queda. Hoje, a moeda única europeia desce 0,17% para os 1,0874 dólares. A prejudicar o euro está a falta de acordo na União Europeia para lançar um pacote de estímulos.
Paris e Berlim ensaiaram, pela enésima vez, na reunião do Eurogrupo desta terça-feira, a aliança que tantas vezes serve de desbloqueador dos impasses europeus, mas o veto holandês à modalidade de acesso às linhas de crédito do fundo de resgate do euro impediu avanços. Já Itália insiste na partilha de riscos como resposta à crise.Wall Street regressa aos ganhos após deslize de ontem
Os principais índices de Wall Street abriram a sessão desta quarta-feira, dia 8 de abril, a negociar em alta, contrariando a tendência de fecho da última sessão, ligeiramente negativa.
Por esta altura, o Dow Jones ganha 1,36% para os 22.962,87 pontos, o Nasdaq avança 1,12% para os 7.974,36 pontos e o S&P 500 valoriza 0,87% para os 2.682,52 pontos.
Ontem, quando parecia que os índices norte-americanos se encaminhavam para um fecho em alta, depois de o governador do estado de Nova Iorque ter divulgado a mais recente atualização da propagação do coronavírus, o cenário alterou-se, uma vez que o estado registou o dia com mais mortes provocadas pela covid-19 desde que a pandemia começou.
O presidente dos Estados Unids, Donald Trump, disse no entanto que que o país já atingiu o pico do impacto provocado pelo coronavírus.
As medidas para conter o vírus tiveram efeitos devastadores nas empresas americanas, com o índice de referência S&P 500 a perder cerca de 6 biliões de dólares desde os máximos históricos atingidos em fevereiro.
A Tesla anunciou que ia executar um corte nos salários de todos os seus quadros administrativos em 30%, de forma temporária, a partir da próxima segunda-feira, dia 13 de abril, numa tentativa de conter os custos, depois de o coronavírus ter obrigado a empresa a encerrar operações em muitas geografias.
As diferenças entre os EUA e a Europa na resposta à crise
Os analitas do CaixaBank BPI assinalam como são diferentes as respostas dos EUA e da Europa na resposta à pandemia da covid-19. Veja o excerto do Diário de Bolsa de hoje.
A conjuntura bolsista desenrola-se em dois eixos: a evolução da pandemia e a resposta ao impacto económico que ela gerou. Curiosamente, a Europa encontrase numa situação diametralmente oposta aos EUA. Na Europa, a situação clínica em Itália melhorou significativamente e a Espanha e a Alemanha deverão, presumivelmente, seguir um igual percurso. Nos EUA, a epidemia ainda não deu sinais claros de desaceleração e em diversos estados ainda está numa fase inicial. Mas a diferença mais marcante entre os dois lados do Atlântico é a resposta à crise económica. Nos EUA, a Administração Trump e a FED operaram de forma coordenada e enérgica, tendo a primeira elaborado um plano fiscal equivalente a quase 10% do PIB, sendo que tem sido pressionada para fazer mais. Na Europa, a resposta cinge-se ao BCE e a iniciativas individuais de cada país. Ontem fracassou mais uma ronda de negociações para uma reação conjunta da UE, com o foco a recair sobre as condições de hipotéticos empréstimos às nações mais necessitadas.
Ouro sobe acima da barreira dos 1.650 dólares
O ouro, que serve de refúgio em alturas de maior receio nos mercados de ações, apesar de ter perdido terreno enquanto ativo "safe haven" para o dólar, no último mês, segue hoje a valorizar 0,17% para os 1.650,37 dólares por onça.
O interesse dos investidores em ETF's (Exchange-traded fund) de ouro permanece forte. As participações globais subiram pelo 12º dia consecutivo nesta terça-feira para um recorde de 2.852,6 toneladas, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
Euro deprecia com falta de entendimento no Eurogrupo
O euro perdeu força face ao norte-americano dólar, depois do Eurogrupo não ter sido capaz de chegar a um acordo sobre a forma de agir nesta situação de crise de saúde.
Por esta altura, o euro deprecia 0,35% para os 1,0854 dólares. Depois de ontem ter interrompido um ciclo de seis sessões consecutivas a desvalorizar perante ao dólar, a moeda europeia volta hoje a perder força.
A perder terreno para o dólar está também a libra esterlina, que escorrega 0,20% para os 1,2307 dólares, numa altura em que o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, continua internado nos cuidados intensivos devido à covid-19.
Juros periféricos da Zona Euro sobem. Bund alemão cai
Depois da discórdia entre ministros das Finanças sobre a forma de atuar para responder aos efeitos da pandemia levou os juros da dívida das economias periféricas da Zona Euro a reforçarem as subidas.
Os juros com maturidade a dez anos de Portugal avançam 0,3 pontos base para os 0,987%, enquanto os de Itália lideram as subidas na região, ao dispararem 8,7 pontos base para os 1,687%.
No caso dos juros da Grécia com a mesma maturidade verifica-se também uma subida (+3,8 pontos base) para os 1,794%.
A contrariar a tendência de grande parte dos países da Zona Euro está a Alemanha, com os "bunds" germânicos a dez anos a caírem 2,1 pontos base para os -0,338%.
Bolsas europeias tropeçam após discórdia na UE
Depois de três dias consecutivos a valorizarem, os principais mercados europeus chegaram à sessão desta quarta-feira, dia 8 de abril, e perderam força, numa altura em que a discórdia voltou a imperar no seio da União Europeia.
Por esta altura, o Stoxx 600, índice que reúne as 600 maiores cotadas da Europa, perde 0,87% para os 323,78 pontos.
Os países europeus voltam a dar sinais de discordância na forma como devem atuar para responder aos efeitos da pandemia do novo coronavírus na economia. A reunião dos ministros das Finanças arrancou ontem à tarde, prolongou-se pela noite dentro e foi suspensa ao início de quarta-feira depois de não ter sido possível chegar a entendimento sobre que medidas devem ser adotadas para responde à crise.
Foram 16 horas de reunião por teleconferência, sendo que as negociações foram suspensas e retomam numa nova reunião já agendada para quinta-feira, anunciou o presidente do Eurogrupo.
A pressionar os mercados esteve também a divulgação da atualização diária sobre o contágio da covid-19 no Reino Unido e também em Nova Iorque, nos Estados Unidos, que levou os investidores a recuarem de novo, uma vez que ambas as geografias revelaram o dia com mais mortes registadas desde que a pandemia começou.
Entre os índices setoriais, os setores do petróleo (-1,89%) e o da banca (-1,40%) são os que estão a ter piores desempenhos.
PSI-20 abre em queda
O PSI-20 abriu a descer 0,3% para 4.057,24 pontos, anulando parte dos ganhos alcançados na véspera.
As bolsas europeias estão também no vermelho a ser pressionadas pelo falhanço do Eurogrupo na resposta à crise da pandemia e também pelos desenvolvimentos menos favoráveis sobre a propagação da covid-19, já que o número de mortos nos EUA e no Reino Unido atingiram recordes.
O número de óbitos nos EUA subiu acentuadamente, com quase mais 50% de mortos na terça-feira do que em qualquer outro dia da pandemia, de acordo com a análise do The Wall Street Journal a dados da Universidade Johns Hopkins. Na terça-feira, 1.939 pessoas morreram nos EUA com a Covid-19. O recorde anterior foi registado no sábado, quanto 1.320 pessoas morreram.
A nível global, o número de casos confirmados subiu para mais de 1,4 milhões, enquanto as mortes superaram os 81.000, de acordo com dados da Johns Hopkins. O número de vítimas mortais abrandou em Espanha e Itália, mas voltou a atingir um recorde no Reino Unido, desvanecendo a expetativa de que o pior da pandemia já poderia ter passado.
Em Lisboa o PSI-20 está a ser pressionado sobretudo pelo setor energético e pela Jerónimo Martins, que desce 1,48% para 15,27 euros.
As ações da Galp Energia caem 0,61% para 9,964 euros, depois da petrolífera ter anunciado esta quarta-feira que vai reduzir as despesas e o investimento operacional em mais de 500 milhões de euros por ano em 2020 e 2021 para fazer face aos efeitos da pandemia do novo coronavírus na sua atividade.
A EDP, que ontem concluiu uma emissão de 750 milhões de euros em dívida verde, está a ceder 0,36% para 3,593 euros.
Em sentido inverso, o BCP soma 0,21% para 9,69 cêntimos depois de ontem ter fechado a subir mais de 6%.
Ponto de situação nos mercados
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STOXX 50 2814,93 -40,00 -1,37% DAX 30 10227,90 -118,90 -1,15% FTSE 100 5628,10 -64,60 -1,10% Dow 22460,00 -31,00 -0,14% S&P 500 2641,25 -0,75 -0,03% Nasdaq 100 8030,25 18,25 0,23% Futuros (Às 0337 TMG) Nikkei 19039,91 89,73 0,47% Hang Seng 24015,80 -237,49 -0,98% Xangai 2807,68 -13,08 -0,46% Xenzhen A 1816,88 -7,34 -0,40% Preços (Às 0325 TMG) Dow 22653,86 -26,13 -0,12% Nasdaq 7887,26 -25,98 -0,33% S&P 500 2659,41 -4,27 -0,16% FTSE 100 5704,45 122,06 2,19% FTSE 250 15568,96 756,60 5,11% DAX 30 10356,70 281,53 2,79% CAC40 4438,27 92,13 2,12% STOXX 600 326,61 6,03 1,88% STOXX 50 2857,67 61,70 2,21% Preços de fecho
Petróleo ganha força antes de reunião da OPEP+
Os preços do petróleo estão a valorizar, antes de o encontro virtual de amanhã da OPEP+ (Organização dos Países Exportados de Petróleo e os aliados liderados pela Rússia).
Por esta altura, o Brent - negociado em Londres e que serve de referência para Portugal - ganha 1,82% para os 32,45 dólares por barril, enquanto que o norte-americano WTI valoriza 4,74% para os 24,75 dólares.
Os investidores estão com esperanças que um acordo seja atingido amanhã na reunião do cartel petrolífero, que será aberto a outros produtores mundiais como os Estados Unidos. É expectável um corte de produção coletivo de pelo menos 10 milhões de barris por dia, caso a Arábia Saudita e a Rússia cheguem desta vez a um acordo.
Contudo, é propável que, mesmo que um corte com esse volume venha a ser anunciado, seja insuficiente para contornar o impacto que o coronavírus provocou na procura pela matéria-prima em todo o mundo, segundo alerta a AIE (Agência Internacional de Energia).
Futuros da Europa e do S&P 500 mistos. Ásia voltou a subir, mas menos
Os futuros do norte-americano S&P 500 e do pan-europeu Stoxx 50, que reúne as 50 maiores cotadas do continente, negoceiam de forma mista, antes da abertura oficial da sessão desta quarta-feira, dia 8 de abril.
Para já, os futuros do S&P 500 avançam 0,6%, enquanto que os futuros do Stoxx 50 perdem 0,3%.
Já no continente asiático, as ações nos principais índices valorizaram pelo terceiro dia consecutivo. O Nikkei do Japão ganhou mais de 1% e os índices da Austrália e da Coreia do Sul subiram também em torno desse patamar.
Em contraciclo negociaram os índices da China e de Hong Kong que desvalorizaram 0,3% e 0,8%, respetivamente.
Ontem, depois de o S&P ter valorizado mais de 20% desde o pico mínimo de 23 de março, a divulgação do relatório diário sobre o coronavírus de Nova Iorque, nos Estados Unidos, e do Reino Unido fizeram recuar os investiodores. Em ambos os casos se verificou o dia em que se registaram mais mortes deste que a pandemia começou.