Notícia
Pessimismo com Brexit e novas tensões entre EUA e China castigam bolsas, libra e petróleo
Acompanhe aqui os mercados ao minuto.
Ouro sobe mais de 1%
O ouro sobe mais de 1% esta segunda-feira, prolongando a tendência positiva da semana passada, em que avançou mais de 2%. O metal precioso tem aproveitado a fraqueza do dólar para ganhar terreno, sendo que no arranque desta semana também tirou partido do impasse no Brexit e das tensões entre EUA e China, que afastaram os investidores do mercado de ações.
No mercado à vista em Londres o ouro está a valorizar 1,44% para 1.865,36 dólares por onça.
Europa cai com pessimismo em torno do Brexit e novas tensões entre EUA e China
As principais praças europeias terminaram o dia em queda, com os investidores preocupados com um possível colapso das negociações para o Brexit.
O índice de referência (Stoxx 600) caiu 0,3%, tendo desvalorizado mais de 1% durante a sessão, num dia em que o setor da banca esteve entre os piores desempenhos com uma queda de 2,4%, pressionado principalmente pelos bancos britânicos.
Ainda dentro do setor, o UBS fez cair por terra qualquer especulação que tenha surgido sobre uma eventual fusão com o Credit Suisse. A par dos bancos, também o setor automóvel (-1%) e do retalho (-1,5%) registaram quedas.
Em contraciclo estiveram os setores considerados defensivos, como é o caso das farmacêuticas e das tecnologias. Apenas cinco dos 20 setores conseguiram registar ganhos.
A pressionar as pretensões das bolsas europeias esteve a nova tensão entre os Estados Unidos e a China no dia em que a Bloomberg avança que Washington deverá impor novas sanções sobre mais de uma dúzia de responsáveis de topo chineses na sequência de decisões que fragilizam a democracia de Hong Kong.
Também a servir de entrave está o processo do Brexit. Na noite deste domingo, as conversações entre a União Europeia e o Reino Unido com vista a um acordo de parceria comercial foram interrompidas ainda sem sinais de um compromisso.
Impasse no Brexit castiga libra
A moeda britânica perde terreno perante as principais divisas esta segunda-feira com o pessimismo crescente de que seja alcançado um acordo para regular a saída do Reino Unido da União Europeia.
Esta tarde o primeiro-ministro britânico e a presidente da Comissão Europeia discutem telefonicamente o ponto da situação nas negociações e a possibilidade de serem alcançados compromissos, mas Michel Barnier, o negociador da UE, mostra-se pessimista.
Assim, o euro valoriza 0,69% perante a moeda britânica, cotando nas 0,9084 libras esterlinas.
A libra cai também 0,56% em relação à divisa norte-americana, trocando-se por 1,3366 dólares.
Petróleo corrige de máximos de março
Os preços do petróleo arrancaram a semana em queda, com as cotações da matéria-prima a corrigirem do efeito da reunião da OPEP+ que levaram os preços para máximos de março.
As cotações foram pressionadas pelo aumento dos casos de covid-19 em alguns países e pela crescente tensão entre os Estados Unidos e a China, depois de ter sido noticiado que o Governo de Donald Trump deverá impor novas sanções sobre mais de uma dúzia de responsáveis de topo chineses na sequência de decisões que fragilizam a democracia de Hong Kong.
Estes desenvolvimentos negativos, bem como o persistente impasse nas negociações entre Londres e Bruxelas sobre a relação entre o Reino Unido e a União Europeia no pós-Brexit também pressionaram as cotações da matéria-prima, ofuscando as notícias positivas sobre as vacinas e o acordo alcançado na semana passada pela OPEP, que decidiu aumentar a sua oferta no mercado em meio milhão de barris por dia a partir de janeiro em vez dos dois milhões inicialmente previstos.
O Brent em Londres desce 0,35% para 46,10 dólares e o WTI, que é transacionado em Nova Iorque, desvaloriza 0,26% para 49,12 dólares.
Ao longo da sessão as cotações do petróleo chegaram a cair cerca de 2%, depois de terem acumulado cinco semanas seguidas de ganhos.
Wall Street em queda com tensões entre EUA e China. Nasdaq renova máximos
Os três maiores índices de Wall Street estão a recuar dos máximos históricos atingidos na semana passada, com as tensões entre os Estados Unidos e a China - envolvendo Hong Hong - a retirarem o entusiasmo aos investidores.
Assim sendo, o S&P 500 perde 0,17% para os 3.692,85 pontos e o Dow Jones cai 0,25% para os 30.143,10 pontos. Já o tecnológico Nasdaq consegue renovar novos máximos históricos ao subir 0,24% para os 12.442,66 pontos.
O índice global MSCI caiu depois de a Reuters ter reportado que os Estados Unidos estavam a preparar-se para impor novas sanções a alguns oficiais chineses, depois de alegadamente terem tido um papel preponderante no afastamento de políticos eleitos para a oposição em Hong Kong na vida política.
A China, como resposta ao avanço norte-americano, diz que se opõe a que Washington interferira nos seus assuntos internos.
No Congresso norte-americano as negociações para o aguardado novo plano de ajuda orçamental continuam, depois de os novos avanços da passada sexta-feira, com os legisladores a finalizarem os últimos pormenores num envelope que poderá superar os 900 mil milhões de dólares.
Republicanos e democratas têm até ao próximo dia 11 de dezembro para aprovar o plano, de forma a evitarem uma paralisação do governo.
Bolsas tombam com tensão EUA-China e Brexit
Depois de uma abertura de sessão com as principais bolsas europeias a alternarem entre subidas e descidas ligeiras, as praças bolsistas do velho continente estabilizaram entretanto em terreno negativo.
O índice de referência europeu Stoxx600 cai 0,91% para 390,46 pontos penalizado pela queda de todos os setores europeus, embora seja a banca a em maior destaque pela negativa ao desvalorizar mais de 2%. Quedas do retalho r do setor dos seguros também penalizam.
Em Lisboa, o índice PSI-20 resvala 0,64% para 4.672,82 pontos depois de três dias seguidos a acumular valor, afastando-se assim do máximo de 6 de março que renovou no arranque da sessão. Ao perder acima de 2% para os 9,142 euros, a Galp Energia é a cotada que mais pressiona o índice lisboeta.
A dificuldade para a União Europeia e o Reino Unido chegaram a acordo quanto à relação futura está a causar apreensão nos mercados, o que se reflete desde já na depreciação da libra.
As negociações durante o fim de semana permitiram aproximar posições, contudo, segundo as versões de Bruxelas e de Londres, um acordo sobre uma parceria económica persiste distante.
O responsável por conduzir as negociações pelo lado europeu, Michel Barnier, transmitiu aos representantes dos Estados-membros junto de Bruxelas que não está iminente um compromisso no que diz respeito às pescas, o que adensa as dúvidas quanto à possibilidade real de um acordo entre as partes.
Também a contribuir para o reforço da incerteza nos mercados está o renovar da tensão entre os Estados Unidos e a China, havendo agora a perspetiva de que Washington aprove sanções sobre responsáveis chineses de topo devido às decisões adotadas que fragilizam a autonomia de Hong Kong, região administrativa chinesa.
Juros das dívidas aliviam na moeda única
O custo da dívida pública negociada nos mercados secundários está em queda para a generalidade dos países da Zona Euro e para as economias periféricas em particular.
É portanto esse o caso de Portugal, Espanha e Itália. No caso português, a "yield" associada às obrigações soberanas a 10 anos cai 2,7 pontos base para 0,006%, enquanto as taxas de juro referentes aos títulos espanhóis e italianos seguem a cair 3,1 pontos base para 0,046% e 0,591%, respetivamente.
Já a "yield" correspondente às obrigações soberanas da Alemanha com maturidade a 10 anos alivia 3,4 pontos base para -0,584%.
Libra perde quase 1% com negociação do Brexit inconclusiva
As negociações tendo em vista um acordo de parceria comercial entre o Reino Unido e a União Europeia culminaram no passado domingo sem resolver o impasse em três pontos fundamentais, o que está a pressionar a divisa britânica.
A libra segue a perder perto de 1% contra o euro nos mercados cambiais, estando em mínimos de 21 de outubro face à moeda única europeia.
Já o euro recua 0,12% para 1,2106 dólares na segunda desvalorização consecutiva em relação à divisa norte-americana, afastando-se assim do máximo de abril de 2018 registado na sexta-feira.
Apesar dos avanços alcançados, a questão das regras equitativas no mercado único (level playing field), as pescas e o quadro regulatório para as relações bilaterais continuam a bloquear um compromisso.
Michel Barnier, chefe da missão negocial pelo lado europeu, negou, junto dos representantes dos Estados-membros em Bruxelas, que as duas partes estivessem perto de fechar um acordo sobre a questão das pescas.
Ora, com o tempo útil para um acordo a esgotar-se, ganha força um cenário de não acordo no interminável processo do Brexit.
Ouro desvaloriza com vacinas à espreita
O preço do metal precioso dourado está a depreciar 0,26% para 1.834,11 dólares por onça, na segunda queda seguida.
Nos EUA, é esperado que os reguladores possam aprovar a utilização de emergência da vacina desenvolvida pela Pfizer e pela BioNTech já na quinta-feira, um indicador de que o combate à pandemia poderá agora ser mais eficaz no plano sanitário.
Mas se o cenário trazido pelas vacinas é mais otimista, a tensão em perspetiva entre Washington e Pequim no que à troca de sanções mútuas diz respeito causa preocupação nos mercados e impede uma maior desvalorização do ouro pois persiste ainda o apetite dos investidores por ativos considerados mais seguros, sobretudo num contexto de reacender da disputa comerical EUA-China.
Petróleo alivia de máximos de nove meses
O preço do petróleo iniciou a semana a transacionar em queda nos mercados internacionais, estando assim a aliviar face aos máximos de nove meses atingidos na passada sexta-feira, que culminou uma série de cinco valorizações semanais consecutivas.
A recente tendência de valorização do crude decorreu da conjugação de vários fatores positivos para a matéria-prima. A OPEP+ chegou a acordo para, a partir de janeiro, reforçar em 500 mil barris a respetiva produção diária, com o cartel e seus aliados confiantes de que o aumento da procura permitirá absorver esta reforço ligeiro da produção.
As exportações chinesas registaram o maior aumento desde o início de 2018, um indicador de que a segunda maior economia mundial está já em plena retoma. Os desenvolvimentos observados ao nível das vacinas contra a covid-19 também contribuem para reforçar a confiança quanto à capacidade de recuperação da economia global.
Por outro lado, a líder democrata na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, deu indicações de que ganha força a possibilidade de um acordo com vista ao reforço dos estímulos na maior economia mundial.
Em Londres, o Brent cai 1,10% para 48,71 dólares por barril e, em Nova Iorque, o West Texas Intermediate (WTI) desce 1,30% para 45,66 dólares, estando ambos a desvalorizar após três sessões de subidas.
PSI-20 renova máximos de nove meses
O PSI-20 abriu a subir 0,19% para 4.711,65 pontos, com sete cotadas em alta, outras antas em queda e três sem variação. O índice português está assim a renovar os máximos de 6 de março que atingiu na passada sexta-feira, quando fechou a ganhar mais de 1%.
As ações da EDP destacam-se pela positiva, com uma valorização de 0,13% para 4,611 euros, enquanto a EDP Renováveis soma 0,45% para 18,00 eurosz.
A EDP foi eleita a cotada favorita (top pick) do banco de investimento Bernstein para investir na transição para uma energia mais limpa, considerando que o atual mix de resultados da empresa portuguesa já está no nível a que muitas utilities aspiram para o futuro.
De acordo com a Bloomberg, o Bernstein elevou o preço-alvo da EDP de 5,70 euros para 6,00 euros, com a recomendação a permanecer em "outperform" (desempenho acima do mercado). Já o preço-alvo da EDP Renováveis subiu de 20 euros para 22 euros, sendo que a recomendação também ficou em "outperform".
Ainda a suportar a alta do PSI-20 estão as ações do setor da pasta e papel, que negoceiam todas em terreno positivo. A Navigator soma 0,38% para 2,61 euros, a Altri valoriza 0,7% para 5,045 euros e a Semapa sobe 0,32% para 9,29 euros.
Futuros em queda com reacender da tensão EUA-China
Os futuros acionistas negoceiam no vermelho nesta segunda-feira, 7 de dezembro, dando seguimento às perdas já hoje registadas pelas principais bolsas asiáticas.
Os futuros do europeu Stoxx50 recuam 0,2% e os do S&P 500 caem 0,3%, isto depois de o nipónico Topix ter desvalorizado 0,9% e de o índice Hang Seng de Hong Kong ter resvalado 1,3%.
A interromper a tendência altista nas ações globais está o renovar da tensão entre os Estados Unidos e a China no dia em que a Bloomberg avança que Washington deverá impor novas sanções sobre mais de uma dúzia de responsáveis de topo chineses na sequência de decisões que fragilizam a democracia de Hong Kong.
Pequim aprovou uma lei que possibilita ao regime chinês demitir legisladores de Hong Kong considerados insuficientemente leais à China, decisão que provocou uma onda de demissões da parte de membros da oposição daquela região administrativa chinesa.
Até aqui a administração americana liderada por Donald Trump mantivera sempre de parte a possibilidade de aplicar sanções a do comité permanente do comité central do Partido Comunista Chinês, pelo que esta decisão comporta um elevado potencial de escalada na tensão comercial entre as duas maiores economias mundiais.