Notícia
Reino Unido quer congelar ativos de próximos de Abramovich. Moskva afunda-se e Brasil não apoia sistema de pagamento para os BRIC
Acompanhe aqui minuto a minuto o conflito na Ucrânia e o impacto nos mercados.
Reino Unido quer congelar ativos de dois russos próximos de Abramovich
O governo britânico impôs sanções ao diretor do clube de futebol Chelsea, Eugene Tenenbaum, numa tentativa de congelar 10 mil milhões de libras em ativos ligados ao oligarca russo que é dono do clube, Roman Abramovich, sublinha o The Guardian.
O Reino Unido referiu que iria alargar as sanções a Tenenbaum e a David Davidovich, outro russo próximo de Abramovich, porque o oligarca transferiu milhares de milhões de libras em ativos para estes dois homens quando a Rússia invadiu a Ucrânia.
Afundou-se o navio de guerra Moskva, orgulho da Marinha da Rússia
O navio de guerra russo Moskva afundou-se a caminho do porto, após um incêndio a bordo na sequência de um ataque de míssil reivindicado pelos ucranianos.
A embarcação não resistiu à tempestade que se fez sentir, adiantou o Ministério russo da Defesa.
Leia mais aqui.
Zelensky acusa Alemanha e Hungria de bloquearem embargo à energia russa
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou hoje a Alemanha e a Hungria de bloquearem os esforços para embargar as importações de energia provenientes da Rússia, durante uma entrevista à televisão pública britânica BBC.
O líder ucraniano afirmou que os países europeus que continuam a comprar petróleo russo estão a favorecer as respetivas economias "graças ao sangue dos outros".
"Alguns dos nossos amigos e parceiros, pelo contrário, compreenderam que os tempos mudaram, que já não estamos perante um problema de negócios ou dinheiro. Estamos perante uma questão de sobrevivência", disse o líder ucraniano.
"Os Estados Unidos, o Reino Unido e alguns países europeus estão a tentar ajudar, e de facto estão a ajudar, mas necessitamos que o façam mais rapidamente", acrescentou o presidente ucraniano.
Numa referência à situação na cidade portuária de Mariupol (leste ucraniano), há várias semanas sob intensos bombardeamentos russos, o governante indicou que "para além das dezenas de milhares de pessoas que morreram, muitas mais estão desaparecidas".
"Sabemos que os seus documentos foram substituídos. Deram-lhes passaportes russos e enviaram-nos para a Rússia profunda. Alguns para o campo, outros para cidades. Ninguém sabe o que está a acontecer a essa gente. Ninguém sabe quantos foram assassinados", afirmou.
Zelensky sublinhou que as alegadas atrocidades cometidas pelas tropas russas em Mariupol, Bucha e outros locais na Ucrânia reduziram a possibilidade de garantir o êxito das negociações de paz. "Bucha está a levar a que se fechem" as possibilidades de um acordo, disse na mesma entrevista à televisão pública britânica.
Bucha é uma localidade a noroeste de Kiev onde foram descobertos dezenas de corpos após a retirada das forças russas e onde estão a ser investigados crimes de guerra.
O líder ucraniano também defendeu a sua gestão política nas semanas prévias à invasão russa, quando o seu Governo exortou os ucranianos a manterem a calma e refreou as perspetivas de um ataque.
Assim, explicou que durante esses dias o seu executivo esteve envolvido na conclusão de acordos que permitissem a compra de armamento e outros fornecimentos, e evitar que o pânico alastrasse entre a população. "Isso era o que pretendia a Rússia, e não apenas a Rússia, mas não deixámos que ocorresse", indicou.
"Podem destruir-nos, mas responderemos. Podem matar-nos, mas eles também morrerão. Não consigo compreender porque vieram", acrescentou Zelensky.
A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 50.º dia, provocou um número de baixas civis e militares ainda por determinar, mas que diversas fontes admitem que será consideravelmente elevado.
O conflito também levou à fuga de quase 12 milhões de pessoas, incluindo 4,7 milhões para países vizinhos.
Lusa
Brasil não apoia proposta russa de sistema de pagamento para os BRIC
O Governo brasileiro disse hoje que não apoia a proposta russa, de criação de um sistema de pagamento específico para o bloco dos países BRIC, para atenuar as sanções impostas ao país pela invasão militar à Ucrânia.
Segundo a Agência Brasil, o secretário de Assuntos Económicos Internacionais do Ministério da Economia, Erivaldo Alfredo Gomes, afirmou aos jornalistas que "este não é um tema de trabalho, não está na agenda do Brasil".
Esta tomada de posição do Governo brasileiro surge na sequência de uma proposta, no início do mês, do ministro das Finanças russo, Anton Siluanov, que defendeu a criação de um sistema de pagamento, em substituição do Swift, específico para os países do chamado bloco BRIC ( Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
Apesar de discordar da proposta russa, Erivaldo Alfredo Gomes, citado na Agência Brasil, sublinhou que o país defende a criação de um novo sistema de pagamentos, mais veloz, que permita transações internacionais no próprio dia.
"Faz sentido a gente ter uma discussão sobre como estabelecer uma nova plataforma. O Brasil entende que isso deve ser em âmbito multilateral, global. Não uma solução específica de alguns países. Até para evitar a fragmentação", frisou.
O Governo brasileiro tem tipo uma abordagem ambígua em relação à Rússia desde que o país lançou, em 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia.
Rússia pede ajuda do Brasil no FMI, Banco Mundial e G20
A Rússia pediu oficialmente o apoio diplomático do Brasil junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e no G20, num momento em que enfrenta sanções devido à invasão na Ucrânia, informou esta quinta-feira o jornal brasileiro O Globo.
"Pedimos o seu apoio para evitar acusações políticas e tentativas de discriminação em instituições financeiras internacionais e fóruns multilaterais. Supomos que agora, mais do que nunca, é crucial preservar um clima de trabalho construtivo e a capacidade de promover o diálogo no FMI, no Banco Mundial e no G20", diz uma carta enviada pelo ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, ao ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes.
Leia mais aqui.
Bolsas europeias ganham com posicionamento do BCE
As bolsas europeias fecharam em alta, depois de o Banco Central Europeu ter adotado uma abordagem mais suave do que a Reserva Federal norte-americana em matéria de política monetária.
O BCE, que manteve os juros diretores, avançou que poderá ser mais flexível na compra de dívida da zona euro, podendo também criar novas ferramentas para travar o impacto da escalada da inflação.
Além disso, os investidores estão também agora focados no arranque da temporada de divulgação de contas do primeiro trimestre para terem pistas sobre o crescimento.
O Stoxx 600 fechou a somar 0,67%, para 459,82 pontos.
O índice europeu de referência esteve a ser impulsionado sobretudo pelos títulos de lazer & viagens e pelo setor dos bens de consumo – sustentado pelas vendas acima do esperado da Hermes Internacional.
A impedir maiores subidas estiveram as cotadas do setor tecnológico.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax somou 0,62%, o francês CAC-40 valorizou 0,72%, o italiano FTSEMIB avançou 0,57%, o britânico FTSE 100 subiu 0,47% e o espanhol IBEX 35 pulou 0,94%. Em Amesterdão, o AEX registou um acréscimo de 0,23%.
Juros da dívida portuguesa mantêm-se acima da yield espanhola a dez anos
O mercado das dívidas soberanas está a reagir no vermelho, à decisão tomada esta quinta-feira pelo Banco Central Europeu (BCE) de acabar com as compras líquidas de dívida pública e privada no âmbito do programa regular de aquisições no terceiro trimestre do ano devido à escalada da inflação na zona euro.
Os juros das bunds alemãs a dez anos – referência para o mercado europeu – estão a agravar 5,9 pontos base para 0,820%, continuando a renovar máximos de 2015. Desde o dia 31 de janeiro que a yield da dívida alemã com esta maturidade está em território positivo, tendo esta segunda-feira ultrapassado a barreira psicológica dos 0,8%.
A yield sobre a dívida italiana a dez anos é a que regista a subida mais expressiva na zona euro, estando a agravar 9,9 pontos base para 2,469%. Já em França, os juros das obrigações com a mesma maturidade somam 6 pontos base para 1,318%.
Na Península Ibérica, os juros da dívida portuguesa ultrapassam a fasquia dos 1,8%, estando a subir 5,2 pontos base para 1,809%. Por sua vez, a yield sobre as obrigações espanholas com a mesma maturidade escala 6,7 pontos base para 1,765%. Os juros da dívida nacional a dez anos voltam assim a estar mais altos do que a dívida espanhola pelo segundo dia consecutivo.
O BCE anunciou esta quarta-feira vai acabar com as compras líquidas de dívida pública e privada no âmbito do programa regular de aquisições no terceiro trimestre do ano devido à escalada da inflação na zona euro.
Já à após o encontro, durante uma conferência de imprensa, a presidente do BCE, Christine Lagarde, assegurou que criação de novos instrumentos para travar o impacto da escalada da inflação e um agravamento dos juros das dívidas está entre as possibilidades para a autoridade monetária. A francesa deixou a porta aberta a uma ferramenta específica após a reunião do Conselho do BCE desta quinta-feira.
BCE deixa euro em mínimos de abril de 2020
As declarações da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, sobre política monetária estão a pressionar a moeda única na sessão desta quinta-feira. Lagarde anunciou que ainda não pensa em subir juros, mas que o BCE decidiu acelerar a retirada de estímulos.
O euro está a recuar 1,08% face ao dólar, já abaixo da fasquia dos 1,08 dólares, mais concretamente em 1,0774 dólares.
A libra esterlina está também a desvalorizar 0,53% face ao dólar para 1,3047 dólares.
Do outro lado do Atlântico, o dólar está a somar 0,69% perante um cabaz de divisas rivais.
Petróleo cai com China e Ucrânia em foco
Os preços do "ouro negro" estão hoje a perder terreno, depois de dois dias de subidas que o colocaram de novo no patamar dos três dígitos.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a ceder 0,65% para 108,07 dólares por barril.
Já o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, recua 0,86% para 103,35 dólares por barril.
Os investidores estão a digerir uma série de fatores, incluindo a invasão da Ucrânia pela Rússia e os mais recentes lockdowns na China devido à covid-19.
Ontem, a Agência Internacional de Energia (AIE) reviu em baixa as estimativas para o crescimento da procura mundial devido aos renovados confinamentos na China, mas, ao mesmo tempo, também demonstrou que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e seus aliados estão com dificuldades em aumentar a oferta.
Segundo a AIE, no mês de março os membros da OPEP+ apenas forneceram 10% do prometido aumento da oferta.
Wall Street arranca última sessão da semana em alta. Twitter reage a Musk
Os três principais índices norte-americanos arrancaram a última sessão da semana, já que esta sexta-feira Wall Street estará encerrada, a registar ganhos ligeiros.
O industrial Dow Jones soma 0,49% para 34.735,24 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite abriu na linha de água, nos 0,04% para 13.649 pontos e o S&P 500 somou 0,28% para 4.458,99 pontos.
Os investidores norte-americanos estão a digerir os resultados de várias cotadas no primeiro trimestre, com destaque para o setor da banca. Depois do JP Morgan dar o pontapé de saída à "earnings season" do primeiro trimestre na quarta-feira, esta quinta trouxe resultados de gigantes como o Citigroup, Wells Fargo, Goldman Sachs e Morgan Stanley. Do CEO do JP Morgan, Jamie Dimon, por exemplo, chegaram avisos sobre os efeitos da guerra na Ucrânia para a economia mundial, referindo que além disso também a inflação está a criar "significativos" desafios.
As ações do JP Morgan estão a valorizar 0,73% para 128,23 dólares, enquanto o Goldman Sachs está a somar 2,83% para 331,33 dólares e o Citigroup avança 2,63% para 51,48 dólares.
Além da "earnings season" do primeiro trimestre, as atenções estão também viradas para indicadores sobre a economia norte-americana, como é caso dos números de pedidos de subsídios de desemprego. Os pedidos de subsídio de desemprego nos EUA aumentaram em 18 mil na semana passada, atingindo os 185 mil, anunciou o Departamento do Trabalho (DOL) norte-americano. Os pedidos de subsídio de desemprego permanecem abaixo do nível pré-pandémico (225 mil).
No setor tecnológico, estão em destaque as ações do Twitter, depois de Elon Musk fazer uma oferta de 54,20 dólares por ação para adquirir a totalidade da rede social. As ações do Twitter chegaram a valorizar 11% antes da abertura do mercado, mas no arranque da sessão estavam abaixo do valor da oferta de Musk, a valorizar 3,18% para 47,31 dólares por ação.
Navio-almirante russo no Mar Negro danificado após explosão
O cruzador Moskva, navio-almirante da frota russa no Mar Negro, sofreu fortes danos após uma explosão.
O Kremlin refere que a explosão ocorreu na sequência de um incêndio a bordo, mas a Ucrânia assegura que o navio foi atingido por mísseis ucranianos.
O Ministério da Defesa russo afirma que os tripulantes, que poderão ser até 510, foram retirados da embarcação, mas Kiev garante que as forças russas não conseguiram retirar a tripulação.
Bolsa russa desvaloriza pela quinta sessão
O índice russo MOEX registou a quinta sessão consecutiva de desvalorização, a depreciar 1,78% esta quinta-feira. No acumulado da semana, a bolsa de Moscovo regista uma desvalorização de 6,05%, depois de na semana anterior ter somado ganhos de 11,09%.
Na semana em que a Rússia avançou para território ucraniano, o Moex registou uma desvalorização de 27,2% na semana.
Rússia ameaça enviar armas nucleares para o Báltico se Suécia e Finlândia se juntarem à NATO
A Rússia poderá mudar as armas nucleares para os Bálticos e as regiões mais próximas caso a Finlândia e a Suécia se juntem à NATO. A Finlândia, por exemplo, anunciou esta quarta-feira que pretende tomar uma decisão sobre a adesão à NATO no espaço de semanas.
A proximidade da Ucrânia à NATO já tinha alimentado a tensão entre o Kremlin e Kiev e, desta feita, com a possibilidade de mais dois países aderirem a esta organização, a Rússia deixou avisos sobre possíveis cenários.
"Neste caso, não podem existir conversações sobre estados não-nucleares no Báltico", disse Dmitry Medvedev, líder do Conselho de Segurança e antigo presidente da Rússia, em declarações no Telegram. Nessa mensagem, apontou que a Rússia poderá enviar mísseis e armas hipersónicas para esta região.
A Rússia tem repetido os avisos sobre as consequências de tanto a Finlândia como a Suécia passarem a integrar a Organização do Tratado do Atlântico Norte.
Juros da dívida portuguesa a dez anos agrava
Os juros da dívida portuguesa a dez anos estão a agravar esta quinta-feira, seguindo a tendência vivida na zona euro.
A yield das obrigações nacionais estão a agravar 2,6 pontos base para 1,782%, continuando a renovar máximos de 2018, um dia depois de ter sido divulgado a nova proposta do Governo para o Orçamento de Estado de 2022, que inclui um aumento dos gastos com a manutenção da dívida pública, contrariando a prática seguida em anteriores, e horas antes de serem anunciadas as conclusões da reunião do Banco Central Europeu (BCE).
Leia mais aqui.
Europa negoceia no verde. Só Londres está em território negativo
A Europa segue a negociar no verde, num dia marcado pela reunião do Banco Central Europeu e à medida que os investidores acompanham a "earnings season" europeia referente ao primeiro trimestre.
O "benchmark" europeu por excelência, Stoxx 600 segue a valorizar 0,19% para 457,65 pontos. Dos 20 setores que compõe o índice, viagens e lazer lideram os ganhos, enquanto saúde fica para trás. Por sua vez, as ações tecnológicas ganharam impulso no início da sessão, com o alívio dos juros das dívidas soberanas europeias.
Nas restantes praças do bloco, o espanhol IBEX e o português PSI somam cada um 0,22%, o alemão DAX sobe 0,40% e o francês CAC 40 valoriza 0,39%. Amesterdão ganha 0,27% e Milão escala 0,37%. Londres é a única das principais praças europeias a negociar no vermelho, estando a desvalorizar 0,20%.
O Stoxx 600 esteve sob pressão esta semana, com o início da época de resultados do primeiro trimestre perante o qual os investidores temem que a guerra na Ucrânia possa ter afetado os lucros das empresas.
Para os analistas do Morgan Sanley, citados pela Bloomberg, é possível que neste trimestre os lucros das empresas europeias ainda consigam superar as estimativas, ainda que nos próximos três meses acreditem que as companhias irão sofrer fortes pressões nas margens, devido à inflação e à crise nas cadeias de abastecimento, o que pode prejudicar os próximos resultados deste ano.
"Esperamos que os resultados vão ficando mais baixos, à medida que as margens caem", antecipam os estrategas liderados por Ross MacDonald na nota de "research", citada pela Bloomberg.
Durante a sessão de hoje, os olhos estão postos na reunião do Banco Central Europeu, depois da qual os investidores esperam conseguir encontrar pistas sobre a política monetária que será aplicada por Christine Lagarde nos próximos meses. Os analistas acreditam que pouco mudará, pelo que não se vislumbram subidas das taxas de juro.
Ouro perto de máximos de um mês. Euro valoriza em dia de reunião do BCE
O ouro está perto em tocar máximos de um mês, à medida que o dólar e os juros da dívida soberana norte-americana caem. A guerra na Ucrânia e o galopar da inflação são os principais propulsores que levam os investidores a procurar este ativo refúgio.
O metal amarelo segue a desvalorizar 0,12% para 1.975,38 dólares a onça, depois de na quarta-feira ter subido pela sexta sessão consecutiva para os 1.981,59 dólares a onça, o nível mais alto desde o dia 14 de março e o período mais longo de ganhos desde novembro, segundo os dados compilados pela Bloomberg.
O destaque vai ainda para o paládio que soma 1,97% para 2,360.44 dólares a onça, depois de há algumas horas ter saltado 2,4%.
Para além da guerra na Ucrânia, a inflação nos EUA tem recebido uma especial atenção esta semana. O índice de preços no produtor subiu em março, como não era visto desde 2010, ainda que o ritmo de inflação na ótica do consumidor tenha aliviado, segundo a Bloomberg.
Esta quarta-feira, o membro da Reserva Federal norte-americana, Christopher Waller, defendeu a subida de meio ponto percentual das taxas de juro já no próximo mês, uma medida que pode prejudicar o ouro, já que como este não remunera juros, costuma ser deixado de lado, estando nestes cenários a atenção dos investidores virada sobretudo para o mercado das dívidas soberanas, enquanto ativo refúgio número um.
No mercado cambial, o dólar acompanha a queda dos juros da dívida soberana norte-americana, estando o índice do dólar da Bloomberg – que compara a "nota verde" com 16 divisas rivais – a registar um segundo dia de perdas, a cair 0,20% para 99,67 pontos, depois desta semana ter ultrapassado a linha psicológica dos 100 pontos.
Já na zona euro, a moeda única europeia soma 0,20%, aproveitando a fraqueza do dólar e horas antes da reunião do Banco Central Europeu, para 1,0910 dólares.
Petróleo interrompe rally de dois dias com perdas de mais de 1%
O petróleo segue a cair mais de 1% tanto no mercado londrino como em Nova Iorque depois de um "rally" de dois dias, ainda assim o ouro negro continua a ser negociado acima da fasquia dos 100 dólares. A invasão russa à Ucrânia é o que mais pressiona o mercado, pelo lado da oferta, enquanto a vaga de confinamentos na China, o maior importador de petróleo do mundo, é o que mais alivia, pelo lado da procura.
O Brent do Mar do Norte, referência para as importações europeias, está a cair 1,36% para 107,30 dólares o barril, depois de subir cerca de 4% esta quarta-feira. Já o West Texas Intermediate (WTI), referência para o mercado norte-americano perde 1,52% para 102,67 dólares o barril. Desde o início da semana, o WTI já valorizou 4,6%, segundo as contas da Bloomberg.
Segundo o relatório da Agência Internacional da Energia (AIE) publicado esta quarta-feira, os países exportadores da OPEP + apenas forneceram 10% do aumento prometido de oferta permitido no mês passado.
O maior "trader" independente do mundo de petróleo, o Vitoul Group anunciou que vai deixar de comercializar petróleo e derivados de origem russa até ao final do ano, embora tanto a China como a Índia continuem a receber cargas de petróleo. As refinarias indianas estão a transformar o petróleo russo em diesel e a enviar este derivado para várias regiões do globo, incluindo a Europa, dificultando ainda mais a possibilidade da União Europeia aplicar sanções futuras contra o petróleo russo.
O mercado do petróleo vive um período especialmente volátil desde o início da guerra na Ucrânia, tendo sentido um ligeiro alívio com os confinamentos na China e a libertação de reservas estratégicas por parte dos EUA e dos aliados.
Europa aponta para verde horas antes da reunião do BCE
Os futuros sobre os principais índices europeus apontam para um arranque de sessão no verde, motivados pela flexibilização económica da China, que irá aliviar a política monetária para fazer frente à propagação de novos casos de covid-19, e horas antes da reunião do Banco Central Europeu (BCE).
Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 estão a subir 0,56%, um sentimento vivido também pelos futuros negociados sobre o alemão DAX (0,56%) e o britânico FTSE (0,24%).
Na Ásia, o dia terminou no verde com as boas notícias vindas da China, um fator que também está a puxar pelos futuros europeus. O Topix terminou o dia a valorizar 0,95%, o Nikkei soma 1,22%. Em Hong Kong, o Hang Seng terminou o dia a ganhar 0,93% e Xangai encerrou a sessão a subir 1,57%.
Pequim anunciou esta quarta-feira que em breve irão ser reduzidos os índices de exigência de reserva dos bancos (na sigla inglesa RRR), de forma a apoiar a economia chinesa abalada pelos confinamentos em várias regiões do país, que serviram como medida de linha da frente para combater a propagação de novos casos de covid-19.
Esta sexta-feira arranca o tríduo pascal para muitos cristãos, pelo será feriado em várias regiões do mundo. Assim as principais bolsas asiáticas -- incluindo Hong Kong, e Singapura – e as mas destacadas praças europeias e norte-americanas, assim como as da Austrália estarão encerradas.
Austrália aplica sanções. Kiev afirma ter afundado navio que desafiou militares ucranianos na Ilha das Serpentes
O Governo australiano decidiu aplicar sanções contra 14 empresas públicas russas, com importância económica e estratégica para a economia russa, revelou em comunicado a ministra dos Negócios Estrangeiros, Marise Payne. Desta lista fazem parte as empresas de transporte Kamaz, Sevmash, e a United Shipbuilding Corportation e a Russian Railways.
Na Europa, a Comissão Europeia concluiu que cumprir o apelo de Vladimir Putin e a norma russa que entrou em vigor a 1 de abril, que determina o pagamento de gás russo em rublos, viola as sanções impostas por Bruxelas. A maioria dos Estados membros já afirmou que não vai pagar o gás russo em rublos, no entanto na semana passada, a Hungria disse que iria pagar as remessas de gás em rublos se a Rússia assim o pedisse.
No cenário de guerra, o chefe da administração militar regional de Odesa, Maksym Marchenko, disse que as forças ucranianas tinham atingido com mísseis Neptuno o navio de guerra Moskva – conhecido por enfrentar militares ucranianos na Ilha das Serpentes -- causando "danos graves", segundo a agência de notícias ucraniana Ukrinform.
De acordo com as agências de notícias estatais russas Tass e Ria Novosti, o Ministério da Defesa disse que a tripulação do cruzador foi retirada e que uma investigação está em curso para determinar a causa do incêndio.
As agências russas não mencionaram a localização do Moskva quando a explosão aconteceu, nem qualquer possível ataque da Ucrânia.
"Não entendemos o que aconteceu", disse, de forma sarcástica, um conselheiro do Presidente ucraniano. "Chegou uma surpresa ao navio-almirante da frota russa no mar Negro", disse Oleksiï Arestovitch, num vídeo publicada na plataforma YouTube.
O Moskva "está a arder intensamente. E com este mar agitado, é impossível saber quando eles poderão receber ajuda", disse Arestovitch, assegurando que "510 tripulantes" estavam a bordo.