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França de novo na lista negra britânica afunda Europa e ouro sofre primeira queda em 10 semanas
A semana terminou mal para as principais bolsas europeias, que transacionaram em terreno negativo pelo segundo dia consecutivo. A justificar o pessimismo na sessão de hoje esteve a decisão do Reino Unido passar a incluir na respetiva lista negra no que diz respeito aos corredores aéreos países como França, Malta e Países Baixos.
Petróleo com leve queda mas a caminho de ganho semanal
Os preços do petróleo seguem com ligeiras quedas de ambos os lados do Atlântico, pressionados pelo impacto da pandemia da covid-19 e o ressurgimento de surtos na Europa.
Em Nova Iorque, o West Texas Intermediate (WTI) desliza 0,45%, para os 42,05 dólares por barril, ainda a permitir um ganho semanal de cerca de 2%.
Já o londrino Brent, de referência para a Europa e Portugal, cede 0,36%, para 44,80 dólares por barril, o que corresponde a uma subida de 0,9% em termos semanais.
A sustentar os preços está a quebra nas reservas de crude dos EUA e um aumento do consumo de gasolina.
Aumento de casos de covid empurra Europa para o vermelho
As bolsas europeias despediram-se da semana em queda, pressionadas pela divulgação das estimativas mais detalhadas do PIB na Zona Euro no segundo trimestre, que confirmaram uma queda inédita de 15%. O aumento de novos casos de infeção com o coronavírus em muitos países europeus, que levou o Reino Unido a recolocar nos países sujeitos a quarentena nas viagens França e Países Baixos, também castigou os índices.
O Stoxx 600, índice pan-europeu, cedeu 1,20%, para os 368,07 pontos, com as maiores quedas a pertencerem às cotadas ligadas ao setor das viagens e turismo, como a TUI, que afundou 8,33%, e a easyJet, que caiu 6,55%. O índice que agrupa as cotadas do setor das viagens afundou mais de 2%.
Também a tecnológica alemã Cancom recuou 7,06% após divulgar resultados piores que o esperado no trimestre.
Ainda assim, o índice fechou a semana com um saldo positivo de 1,24%.
As principais praças europeias também terminaram a jornada no vermelho, com o alemão DAX a ser o mais resiliente, cedendo 0,71%, enquanto o parisiense CAC-40 liderou as quedas, ao perder 1,58%.
Juros aliviam de três sessões em alta
Os juros da dívida soberana do euro retomaram a tendência de descida, aliviando de três sessões de agravamento e aproveitando o dia negativo no mercado de ações, que atirou os investidores para as obrigações.
A "yield" das obrigações do Tesouro a 10 anos desce 2,6 pontos base para 0,367%, em linha com o desempenho dos títulos de Espanha (-1,1 pontos base para 0,352%). A taxa das bunds a 10 anos está a descer 0,7 pontos base para 0,423%, pelo que o spread da dívida portuguesa estreitou-se para menos de 80 pontos base.
Ouro a caminho da primeira desvalorização semanal em 10 semanas
O metal precioso dourado está a recuar 0,40% para 1.945,91 dólares por onça, uma desvalorização que acontece após duas sessões em alta.
O ouro encaminha-se, porém, para desvalorizar acima de 4% no acumulado desta semana, o que irá interromper um ciclo de nove semanas consecutivas a ganhar valor.
Quebra-se assim um longo ciclo de ganhos semanais em que o ouro beneficiou da incerteza causada pela crise sanitária, o que eleva o respetivo valor enquanto ativo de refúgio. O metal tirou ainda partido do impasse negocial nos Estados Unidos quanto ao próximo pacote de estímulos económicos, que acabou por pressionar o dólar.
Euro mantém tendência de ganhos face ao dólar
Pelo quarto dia consecutivo a moeda única europeia ganha terreno relativamente ao dólar, seguindo a negociar nos mercados cambiais com um ganho de 0,14% para 1,1831 dólares.
Ainda assim, a subida do euro surge agora relativizada após os Estados Unidos terem anunciado que deverão manter inalteradas as taxas aduaneiras reforçados sobre a importações de determinados produtos europeus, argumentando que Bruxelas não está a cumprir as determinações da organização Mundial do Comércio no caso dos apoios públicos concedidos à Airbus.
No entanto, esta quinta-feira, David Frost, chefe da missão negocial britânica para as conversações com a União Europeia, afirmou que Londres e Bruxelas poderão chegar a acordo sobre a relação comercial futura já em setembro, declaração que esta sexta-feira ajudou à valorização do dólar e impulsionou a libra.
A divisa britânica valorizou hoje tanto face ao euro como contra o dólar.
Wall Street em queda após dados económicos
Os índices norte-americanos arrancaram a última sessão da semana em queda, depois de ter sido revelado que as vendas a retalho abrandaram fortemente em julho, sugerindo uma travagem no processo de recuperação da crise.
O índice tecnológico Nasdaq perde 0,12% para 11.026,64 pontos, enquanto o industrial Dow Jones desce 0,38% para 27.785,89 pontos e o S&P500 desliza 0,19% para 3.367,06 pontos.
Depois de terem subido 8,4% em junho, as vendas a retalho cresceram apenas 1,2% em julho, quando as estimativas apontavam para um aumento de 2,1% face ao mês anterior.
A par disso, foi revelado que a produção industrial cresceu 3%, em linha com o esperado pelos economistas.
Espera-se agora que republicanos e democratas cheguem a um entendimento sobre o novo pacote de estímulos à economia, que era aguardado ainda esta semana.
"Os dados económicos recentes deram aos investidores um rasgo de esperança, mas as perspetivas continuam sombrias, especialmente com a diminuição do apoio aos consumidores dos EUA", escreveu Antoine Bouvet, estrategista do ING Bank, numa nota citada pela Bloomberg.
Euro e libra em queda
Esta sexta-feira, as duas moedas mais importantes da Europa perdem terreno face à divisa dos Estados Unidos, com o euro a ceder 0,08% para os 1,1803 dólares, e a libra a desvalorizar 0,05% para os 1,3061 dólares.
Apesar da descida, a moeda do Reino Unido está próxima de máximos de cinco meses, devido à expectativa de um acordo sobre o Brexit.
Isto depois de o primeiro-ministro irlandês, Micheál Martin, ter dito na quinta-feira que acredita que existe margem de entendimento para se fechar um acordo comercial pós-Brexit entre o Reino Unido e a União Europeia.
Petróleo cai, mas mantém-se perto de máximos de cinco meses
Os preços do petróleo estão a cair novamente, mas ainda assim perto dos valores tocados no início de março, antes de a pandemia se ter feito sentir nos mercados petrolíferos, e encaminhando-se para uma valorização pela segunda semana consecutiva.
Contudo, as previsões sombrias da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) para a procura pela matéria-prima estão a prejudicar a negociação.
O Brent - negociado em Londres e que serve de referência para Portugal - perde 0,38% para os 44,79 dólares por barril e o norte-americano WTI (West texas Intermediate) desvaloriza 0,45% para os 42,05 dólares por barril.
Ouro com primeira queda em 10 semanas
O ouro está a negociar com sinal vermelho esta sexta-feira, preparando-se para completar a primeira descida semanal em dez semanas.
Os últimos dias foram marcados por fortes oscilações do metal precioso, que registou na terça-feira a maior queda desde 2013 depois de ter batido sucessivos máximos históricos. Nesta altura, está mais de 100 dólares abaixo do recorde estabelecido, com uma desvalorização de 0,54% para os 1.943,09 dólares.
Apesar da descida, o ouro ainda ganha quase 30% este ano, marcado pelos fortes estímulos dos governos e bancos centrais para apoiar a recuperação da economia, que deprimiram os juros.
"Todas as condições para um ambiente favorável ao ouro estão presentes", afirmou Jake Klein, CEO da Evolution Mining Ltd, em declarações na Bloomberg TV. "As tensões geopolíticas, a pandemia da covid-19 e o impacto que está a ter – as taxas de desemprego estão a subir – são tudo circunstâncias infelizes. Infelizmente, o ouro beneficia destes tempos".
À semelhança do ouro, também a prata segue com sinal negativo, a cair 1,5% 27,1065 dólares.
Europa em queda à espera do envelope do Congresso dos EUA
As principais praças europeias abriram a sessão desta sexta-feira em queda, com os investidores a afastarem-se dos ativos de maior risco, enquanto os novos estímulos orçamentais não são divulgados pelo Congresso dos Estados Unidos, numa altura em que as negociações entre os Democratas e os Republicanos estão presas num impasse.
Assim, o Stoxx 600 - índice que reúne as 600 maiores cotadas da região - perde 0,27% para os 369,65 pontos, com os índices europeus a oscilarem entre uma queda de 0,3% em Lisboa e uma redução de 0,9% em Paris.
A expectativa em torno do novo envelope que poderá sair do Congresso norte-americano é grande, mas o otimismo num acordo está a esmorecer aos poucos, uma vez que as negociações estão a prolongar-se há várias semanas e ainda não há previsão temporal para um anúncio.
Os mercados estão também atentos ao desenrolar das conversações entre os Estados Unidos e a China, marcadas para este sábado, dia 15 de agosto, de onde podem sair novidades quanto ao acordo comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Pequim já fez saber que levará a questão da suspensão da TikTok e da WeChat do território norte-americano para cima da mesa.
Da China vieram também novos indicadores económicos que mostraram uma recuperação no setor industrial, pelo segundo mês consecutivo, mas ainda abaixo do esperado pelos analistas. Já no setor do retalho, as vendas continuam a ser bastante prejudicadas pela atual pandemia.
Futuros da Europa em queda à procura de novidades dos EUA
A última sessão desta semana deverá abrir em terreno negativo na Europa, uma vez que os futuros do Stoxx 50 - índice que agrupa as maiores 50 cotadas da região - estão a perder mais de 0,2% nesta pré-abertura, acompanhando aquela que foi a tendência nos mercados asiáticos, durante a madrugada em Lisboa.
Os investidores estão a evitar os ativos de maior risco, antes de o pacote de estímulos orçamentais desenhado no Congresso dos Estados Unidos estar concluído. O atual impasse nas negociações entre os Democratas e os Republicanos tem esmorecido o entusiasmo por parte de quem investe, uma vez que este novo envelope é visto pela Casa Branca como fundamental para a recuperação económica no país.
No continente asiático, o índice da Coreia do Sul perdeu 1,28%, depois de as autoridades terem registado uma nova subida no número de casos com covid-19 no país. Já as ações chinesas conheceram uma subida de 0,18% devido às expectativas que estão a ser criadas em torno da reunião com os Estados Unidos, a partir de amanhã.
Pequim e Washington têm encontro marcado este sábado para uma revisão do acordo comercial entre ambos os países.
A produção industrial na China mostrou sinais de recuperação pelo segundo mês consecutivo, em julho, com um avanço superior a 2% face ao mesmo período do ano passado, mas ainda assim abaixo do esperado pelos analistas. Já as vendas a retalho continuam a ser prejudicadas pela pandemia.