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Tarifas menos agressivas e banca devolvem otimismo às bolsas europeias
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta terça-feira.
Tarifas menos agressivas e banca devolvem otimismo às bolsas europeias
Após três sessões em queda, os principais índices europeus terminaram a sessão em terreno positivo, num dia marcado pelo otimismo no setor da banca, que empurrou a Europa para o verde. Também as tarifas dos EUA, mais brandas do que o antecipado, deitaram água na fervura do mercado, à medida que o anúncio marcado para 2 de abril se aproxima.
Os analistas consultados pela Reuters acreditam que o mercado começa a ficar habituado aos anúncios e mudanças constantes na questão das tarifas por parte do Presidente dos EUA, Donald Trump. Segundo o anúncio do republicano desta segunda-feira, as sanções aos parceiros comerciais irão ser menos agressivas e podem mesmo deixar de fora alguns países e setores.
Na Alemanha, o clima de confiança melhorou entre as empresas em março. De acordo com o instituto de estatística Ifo, os empresários estão mais otimistas com a situação dos seus negócios e com as perspetivas para os próximos tempos. O clima de maior confiança é transversal aos vários setores, o que levou a que o índice alemão Dax registasse uma subida de 1,13%.
Ora, já com o pior cenário incorporado, as ações europeias respiraram de alívio. O índice Stoxx 600 - de referência para a Europa – somou 0,67%, para os 552,59 pontos. Entre os 20 setores que compõem o "benchmark", o destaque vai para a banca, que pulou 1,8%, assim como as seguradoras, os media e o turismo e lazer, que saltaram mais de 1%.
Entre os principais movimentos de mercado, o Deutsche Bank, o Santander e o UniCredit subiram 2,17%, 1,8% e 3,3%, respetivamente, após o JP Morgan ter revisto em alta o preço-alvo destas instituições financeiras, colocando o setor europeu perto de máximos históricos.
Já a Shell avançou mais de 1% ao afirmar que iria aumentar os dividendos pagos aos investidores até ao final da década, reforçando a sua posição como o maior comerciante mundial de gás natural liquefeito.
Também a seguradora suíça Baloise ganhou mais de 4% após os lucros de 2024 terem disparado mais de 60% face ao ano anterior.
A puxar o retalho para o vermelho esteve a Kingfisher, ao tombar 14% para o pior dia desde março de 2020, após as receitas anuais do ano passado terem registado uma quebra de 7%.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o francês CAC-40 somou 1,08%, o espanhol IBEX 35 valorizou 1,21%, o italiano FTSEMIB pulou 1,06%, o holandês AEX subiu 0,58% e o britânico FTSE 100 registou ganhos de 0,3%.
Juros agravam-se na Zona Euro
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro agravaram-se esta terça, no mesmo dia em que François Villeroy de Galhau, membro do Conselho do Banco Central Europeu diusse que o BCE ainda tem margem para novas reduções das taxas de juro, embora o ritmo e a extensão das suas decisões sejam questões em aberto.
Os investidores estão também a pesar as negociações entre os EUA, a Ucrânia e a Rússia, assim como mais desenvolvimentos na questão das tarifas impostas pela Administração de Donald Trump, a serem anunciadas na próxima semana, a 2 de abril.
Os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, somaram 2,2 pontos base para 3,293%. Em Espanha a "yield" da dívida com o mesmo vencimento subiu 1,9 pontos, para 3,418%.
Por sua vez, a rendibilidade da dívida francesa cresceu 2,3 pontos base para 3,480%. Já os juros das "Bunds" alemãs, referência para a região, agravaram-se em 2,7 pontos, para 2,795%.
Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, seguiram a mesma tendência e subiram 3,7 pontos base para 4,751%.
Confiança do consumidor em mínimos de quatro anos pressiona dólar
O dólar norte-americano está a cair, após ter sido divulgado um relatório da confiança do consumidor norte-americana, que tocou mínimos de quatro anos.
O índice do Conference Board desceu 7,2 pontos para 92,9 pontos, abaixo das estimativas dos analistas, que apontavam para os 94 pontos. O relatório espelha "um consumidor cada vez mais hesitante, o que é um grande obstáculo para o dólar", afirmou Elias Haddad, estratega da Brown Brothers Harriman, em declarações à Bloomberg.
A nota verde tem sido afetada pela incerteza gerada à volta das tarifas dos EUA e as constantes "ameaças" do Presidente Donald Trump sobre avanços e recuos nestas medidas, o que pode fazer escalar a inflação na maior economia do mundo a abrandar o crescimento económico. Aliás, a divisa norte-americana caminha mesmo para fechar o pior mês em um ano.
Esta terça-feira, o euro sobe 0,11% para 1,0813 dólares e, face à divisa nipónica, a nota verde cai 0,64% para 149,73 ienes. Já o índice do dólar cai 0,18% para 104,075 pontos.
Por cá, o euro teve um impulso com a subida do índice de confiança empresarial na Alemanha, em linha com a expectativa dos analistas.
Tarifas continuam a gerar dúvidas e procura pelo ouro aumenta
O metal amarelo está a ganhar terreno esta terça-feira, à boleia da incerteza em relação às tarifas impostas pela Administração dos EUA, a serem anunciadas no próximo dia 2 de abril, e que estão a levar os investidores a recorrerem ao ativo-refúgio.
A onça de ouro sobe 0,42% para 3.023,79 dólares, tendo já valorizado 15% este ano. Os analistas da RJO Futures acreditam que o ouro ainda tem espaço para subir e deve tocar nos 3.125 dólares por onça no curto prazo.
Donald Trump disse esta segunda-feira que nem todas as taxas iriam ser impostas na próxima semana e que alguns países estão fora desta lista. No entanto, não deu mais detalhes, deixando o mercado sem direção. De qualquer das formas, os economistas esperam que estas medidas comerciais façam mossa na economia norte-americana e aticem a inflação.
Até novos desenvolvimentos, os investidores viram-se para o relatório do índice de despesas de consumo privado dos EUA, o PCE, que será divulgado esta sexta-feira, para obter mais pistas sobre a trajetória de política monetária da Reserva Federal.
A impedir maiores subidas do metal está a assinatura do acordo dos Estados Unidos com a Rússia e a Ucrânia, em Riade, para tréguas no Mar Negro, que tem afetado o fluxo do mercado petrolífero. O mercado acredita que este é um passo significativo para os acordos de paz entre a Ucrânia e a Rússia, que pode pôr algum travão na procura do ativo.
Preços do petróleo derramam após acordo sobre Mar Negro
As cotações do crude nos mercados internacionais estão a cair, logo após os Estados Unidos terem assinado acordos com a Rússia e a Ucrânia para garantir a segurança na navegação pelo Mar Negro, assim como proibir ataques contra instalações de energia dos dois países.
Se implementados, estes acordos iriam representar o maior progresso das negociações de paz na Ucrânia, que está em guerra há mais de três anos. No entanto, a Rússia disse que só assinaria se Washington emitisse uma "ordem" para que Kiev respeitasse o acordo, já que Vladimir Putin diz não confiar em Volodymyr Zelensky.
Os acordos estão agora a pressionar os preços do petróleo. Após subir durante cinco sessões consecutivas, o West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os Estados Unidos (EUA) – perde agora 0,23% para os 68,95 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a desvalorizar 0,11% para os 72,92 dólares por barril.
A travar ainda avanços do "ouro negro" está o cenário de entrada de mais crude no mercado por parte da Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) já em maio. Aliás, os CEO das maiores empresas de trading de "commodities" do mundo confessaram à Reuters prever um mercado petrolífera "bem abastecido" este ano - mas não deixaram de admitir que há preocupações quanto à procura.
O petróleo tem ganhado terreno nos últimos dias à boleia das tarifas da Administração dos EUA, e, desde ontem, com as tarifas de 25% sobre todos os países que comprassem petróleo e gás à Venezuela, a mais recente medida de Donald Trump de punir o país sul-americano.
"Ainda prevemos alguma força do petróleo no verão, uma vez que a menor produção do Irão e da Venezuela vai compensar a redução da produção da OPEP, enquanto a manutenção das refinarias é interrompida no que continua a ser um mercado físico bastante forte", escreveu Aldo Spanjer, do BNP Paribas, em declarações à Bloomberg.
No final da semana, o foco dos investidores irá para a inflação norte-americana, com a divulgação do PCE, o índice de despesas de consumo privado, o indicador favorito da Reserva Federal para avaliar a subida de preços na maior economia do mundo.
Flexibilização das tarifas de Trump mantém Wall Street em lume brando
Os principais índices norte-americanos arrancaram a sessão desta terça-feira em alta ligeira, numa altura em que os investidores continuam a reagir aos mais recentes anúncios de Donald Trump em torno da sua política comercial. Na segunda-feira, o Presidente dos EUA deu a entender que nem todas as tarifas anunciadas para 2 de abril iriam entrar em vigor e abriu a possibilidade a alguns países ficarem de fora do escopo das taxas alfandegárias.
Apesar de não retirar todas as tarifas de cima da mesa, a flexibilidade de Trump está a ser bem recebida por Wall Street, em momentos de grande incerteza geopolítica e geoeconómica. Neste contexto, o S&P 500 valoriza 0,06% para 5.771,16 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite acelera 0,07% para 18.200,62 pontos – ambos em máximos de duas semanas -, enquanto o industrial Dow Jones avança 0,05% para 42.603,74 pontos.
"Esta posição [de Trump] é positiva, mas uma coisa é certa: a volatilidade vai continuar", começa por explicar Lale Akoner, analista de mercados da eToro, à Reuters. Com este pano de fundo, a analista indica que não devem ser feitos "grandes apostas setoriais baseadas nesta narrativa das tarifas, pelo menos até se ver o que vem dos EUA em abril".
Depois de ter acelerado quase 12% na sessão de segunda-feira, apoiada por uma flexibilização da política monetária de Donald Trump, a Tesla encontra-se agora a corrigir destes movimentos. A fabricante de automóveis liderada por Elon Musk recua 0,44% para 277,17 dólares, numa altura em que a sua quota de mercado na Europa continua em trajetória descendente.
Entre as principais movimentações de mercado, a CrowdStrike dispara 4,37% para 388,93 dólares, depois de a casa de investimento BTIG ter aumentado a recomendação da empresa de cibersegurança de "manter" para "comprar". Em contraciclo, a Ally Financial perde 0,63% para 37,64 euros, após ter sido alvo de uma revisão em baixa da sua recomendação por parte da mesma casa de investimento.
Euribor a três meses cai pela 7.ª sessão consecutiva para mínimo desde janeiro de 2023
A Euribor desceu hoje a três, a seis e a 12 meses em relação a segunda-feira e no prazo mais curto, pela sétima sessão consecutiva, para um novo mínimo desde janeiro de 2023.
Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que baixou para 2,365%, ficou abaixo da taxa a seis meses (2,386%) e acima da taxa a 12 meses (2,354%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, baixou hoje, ao ser fixada em 2,386%, menos 0,013 pontos.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a janeiro indicam que a Euribor a seis meses representava 37,75% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,52% e 25,57%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor recuou para 2,354%, menos 0,012 pontos.
No mesmo sentido, a Euribor a três meses baixou hoje, ao ser fixada em 2,365%, menos 0,002 pontos e um novo mínimo desde 18 de janeiro de 2023.
A taxa Euribor a três meses entra no cálculo da taxa base dos Certificados de Aforro, que é determinada mensalmente no antepenúltimo dia útil de cada mês, para vigorar durante o mês seguinte, e não pode ser superior a 2,50% nem inferior a 0%.
A taxa de juro bruta para novas subscrições de Certificados de Aforro, Série F, foi fixada de novo em 2,500% em março de 2025.
Em termos mensais, a média da Euribor em fevereiro voltou a descer a três e a seis meses.
A Euribor a 12 meses, que tinha subido em janeiro pela primeira vez depois de nove meses a cair, também desceu em fevereiro.
Assim, a média da Euribor a três, seis e a 12 meses em fevereiro desceu 0,177 pontos para 2,525% a três meses, 0,154 pontos para 2,460% a seis meses e 0,118 pontos para 2,407% a 12 meses.
Como antecipado pelos mercados, o BCE decidiu em março reduzir, pela quinta vez consecutiva em seis meses, as taxas de juro diretoras em um quarto de ponto, para 2,5%.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, deu a entender que a instituição está preparada para interromper os cortes das taxas de juro em abril.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 16 e 17 de abril em Frankfurt.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Lusa
Europa negoceia no verde com esperança de alívio nas tarifas
Os principais índices europeus negoceiam em terreno positivo, pondo fim a três sessões consecutivas de perdas, com os investidores a centrarem-se no agravar da guerra comercial global antes do prazo para a aplicação de tarifas recíprocas por parte dos Estados Unidos (EUA) na próxima semana.
O índice Stoxx 600 - de referência para a Europa – ganha 0,46%, para os 551,46 pontos.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o francês CAC-40 avança 0,83%, o espanhol IBEX 35 valoriza 0,82%, o italiano FTSEMIB ganha 0,79%, o holandês AEX sobe 0,45%, o alemão DAX pula 0,49% e o britânico FTSE 100 avança 0,41%.
As taxas alfandegárias têm dominado as notícias desta semana, com os principais índices do lado de lá do Atlântico a ganharem força na segunda-feira, devido a sinais de que as tarifas comerciais anunciadas pela Administração norte-americana serão mais direcionadas do que se temia anteriormente.
Donald Trump, Presidente dos EUA, também disse que irá anunciar tarifas sobre as importações de automóveis nos próximos dias - e indicou que alguns países não serão afetados, para já, com as tarifas que entrarão em vigor no dia 2 de abril, aumentando ainda mais a incerteza sobre como se materializarão estas barreiras ao comércio.
"Os investidores continuam cautelosos quanto às próximas políticas comerciais", afirmou à Bloomberg Graham Chin, estratega de investimentos da EBSI Private. O especialista acrescentou que "a falta de informações pormenorizadas contribui para a incerteza atual, deixando muitos investidores à margem."
As atenções viram-se agora para a reunião desta terça-feira entre Maros Sefcovic, responsável pelo comércio da União Europeia, e Howard Lutnick, secretário do Comércio dos EUA.
Entre os setores, o dos seguros é o que tem a maior valorização a esta hora, com uma subida de 1,11%, seguindo-se as "utilities" (água, luz, gás), que valoriza 1%. Por outro lado, o retalho tem a maior queda e perde 0,80%, seguido do tecnológico, que cede 0,12%.
Quanto aos movimentos de mercado, a Shell avança quase 2%, depois de a gigante petrolífero ter anunciado que iria aumentar os retornos dos investidores até ao final da década e reforçar a sua posição de liderança a nível mundial como operador de gás natural liquefeito (GNL). Já a Hermès cai mais de 0,50%, após analistas da Oddo terem reduzido o preço-alvo da fabricante de artigos de luxo, na expetativa de que o crescimento no primeiro trimestre seja modesto.
Juros agravam-se em toda a linha na Zona Euro
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro agravam-se em toda a linha esta terça-feira, num dia de subida generalizada dos principais índices do continente.
Os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, agravam-se em 3,8 pontos base, para 3,309%. Em Espanha a "yield" da dívida com o mesmo vencimento segue a subir 3,5 pontos, para 3,434%.
Por sua vez, a rendibilidade da dívida francesa cresce 3,6 pontos base para 3,494%. Já os juros das "bunds" alemãs, referência para a região, agravam-se em 4,5 pontos, para 2,814% .
Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, avançam 2,3 pontos base para 4,738%.
Dólar avança com otimismo cauteloso face a tarifas
Esta terça-feira, o dólar valoriza e negoceia perto de máximos de quase três semanas, depois de dados positivos dos serviços - conhecidos durante o dia de ontem - do lado de lá do Atlântico e de um otimismo cauteloso quanto às tarifas norte-americanas aos parceiros comerciais, estarem a trazer ganhos para a "nota verde".
Entretanto, o Presidente norte-americano, Donald Trump, referiu que nem todas as taxas que a sua Administração ameaçou impor entrariam em vigor a 2 de abril e que alguns países poderiam não ser visados, acalmando alguns receios sobre um possível abrandamento do crescimento económico dos EUA.
O índice de dólar da Bloomberg – que mede a força do dólar face às principais rivais – sobe 0,05% para os 104,316 pontos.
No que toca ao Japão, os "traders" esperam agora que o Banco do Japão (BoJ) abrande o ciclo de aperto monetário, o que poderá reforçar o iene. As atas da reunião de janeiro do BoJ, divulgadas esta terça-feira, mostram que os decisores de política monetária do país discutiram o ritmo de aumento das taxas de juro na última reunião do banco central.
A informação vem depois de, na semana passada, o BoJ ter mantido as taxas de juro inalteradas, alertando para o aumento da incerteza económica a nível global.
Face à divisa nipónica, a "nota verde" desvaloriza 0,10% para os 150,550 ienes.
Por cá, a moeda única desliza 0,01% para os 1,080 dólares. No mesmo sentido, a libra cai 0,03% para os 1,292 dólares.
Na quarta-feira, Rachel Reeves, ministra das Finanças do Reino Unido, fará a sua declaração inaugural de primavera e apresentará uma atualização das finanças do país, na qual se espera que a ministra corte as despesas do governo para cumprir com as regras fiscais.
Maior procura por ativos-refúgio impulsiona ouro
O ouro segue em alta esta terça-feira, com a incerteza sobre as tarifas da Administração norte-americana, que deverão entrar em vigor na próxima semana, a impulsionar a procura pelo metal amarelo enquanto ativo-refúgio.
O ouro valoriza a esta hora 0,34%, para os 3.021,140 dólares por onça.
"A incerteza permanece sobre a extensão e o alcance das próximas tarifas recíprocas dos EUA. O ouro continua a encontrar algum apoio como uma proteção contra possíveis surpresas", explicou à Reuters Yeap Jun Rong, estrategista de mercados do IG.
As taxas alfandegárias já aplicadas e as que estão por aplicar por parte dos EUA, são consideradas como suscetíveis de contribuir para o abrandamento do crescimento económico, o que poderá fazer subir a inflação.
O presidente da Reserva Federal (Fed) de Atlanta, Raphael Bostic, disse que prevê um progresso mais lento na inflação nos próximos meses e, como resultado, aponta que a Fed corte os juros diretores em apenas um quarto de ponto percentual até o final de 2025.
O ouro, visto como uma proteção contra as incertezas geopolíticas e económicas, beneficia igualmente de taxas de juro mais baixas, por não render juros.
Os mercados aguardam agora pela divulgação do índice de Despesas de Consumo Pessoal (PCE), a medida de inflação preferida da Fed, que será conhecido na sexta-feira e que dará algumas perspetivas sobre o rumo que o decisor de política monetária poderá seguir.
Petróleo avança com novas tarifas dos EUA sobre compradores de petróleo venezuelano
Os preços do petróleo negoceiam em alta esta terça-feira, devido às preocupações com a redução da oferta global, depois de os Estados Unidos (EUA) terem anunciado tarifas sobre países que compram crude venezuelano.
Durante o dia de ontem, Donald Trump, Presidente dos EUA, abriu outra frente na guerra comercial ao impor tarifas de 25% a qualquer país que compre petróleo ou gás da Venezuela.
O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os Estados Unidos (EUA) – ganha 0,43% para os 69,41 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a valorizar 0,45% para os 73,33 dólares por barril.
O petróleo é o principal produto exportado pela Venezuela e a China, que já está a ser alvo de tarifas americanas, é o seu maior comprador.
"Os investidores temem que as várias tarifas de Trump possam abrandar a economia e reduzir a procura de petróleo, mas a perspetiva de sanções mais rigorosas dos EUA sobre o petróleo venezuelano e iraniano, que restringe a oferta, juntamente com as rápidas mudanças de políticas [por parte da Administração norte-americana], dificultam a tomada de grandes posições", disse à Reuters Tsuyoshi Ueno, economista sénior do NLI Research Institute.
Na semana passada, os EUA impuseram novas sanções sobre as exportações de petróleo do Irão.
A Administração Trump também estendeu, esta segunda-feira, o prazo para que a produtora de crude norte-americana Chevron encerre as operações na Venezuela, sendo a nova data apontada para o dia 27 de maio.
A retirada da licença da Chevron para operar na Venezuela poderá reduzir a produção de "ouro negro" no país em cerca de 200 mil barris por dia, de acordo com analistas da ANZ citados pela Reuters.
Entretanto, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os seus aliados (OPEP+), deverão - além de "abrir as torneiras" a partir de abril - manter o seu plano de aumentar a produção de petróleo pelo segundo mês consecutivo em maio.
Futuros europeus cedem com incerteza sobre tarifas. Tecnológicas chinesas pressionaram índices
Os futuros dos índices europeus apontam para uma abertura no vermelho esta terça-feira. Durante o dia de ontem, o sentimento dos investidores manteve-se positivo, com relatos de que as tarifas recíprocas norte-americanas sobre os seus parceiros comerciais – que deverão ser impostas a partir do dia 2 de abril - poderiam ser mais direcionadas do que inicialmente se temia, mas a falta de clareza sobre como se materializarão as taxas alfandegárias está a manter os mercados na defensiva.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou esta segunda-feira que as tarifas sobre os automóveis estão para breve, ao mesmo tempo que indicou que nem todas as taxas anunciadas anteriormente seriam impostas a 2 de abril e que alguns países poderiam beneficiar de uma pausa na imposição de tarifas por parte dos EUA, avançou a Reuters.
Ao mesmo tempo, Trump abriu outra frente na guerra comercial ao impor tarifas de 25% a qualquer país que compre petróleo ou gás da Venezuela.
No Velho Continente, os futuros do Euro Stoxx 50 seguem a cair 0,2% a esta hora.
No que toca ao continente asiático, as ações de empresas chinesas ligadas ao setor tecnológico lideraram as perdas e levaram à queda dos principais índices. O Hang Seng Tech cedeu quase 4% e registou a maior queda em cerca de três semanas. O sentimento dos investidores tornou-se mais cauteloso durante a noite, com a Xiaomi a perder mais de 5% durante a sessão, tendo a Alibaba caído mais de 3%, depois de o presidente da tecnológica chinesa ter alertado para a formação de uma potencial bolha na construção de centros de dados.
Entre os índices, o Hang Seng caiu 2,20% e o Shanghai Composite manteve-se praticamente inalterado, com um deslize de 0,0015%.
"Os investidores continuam cautelosos em relação às próximas políticas tarifárias", disse à Bloomberg Graham Chin, estratega de investimentos da EBSI Private. "A falta de informações detalhadas contribui para a incerteza contínua, deixando muitos investidores à margem", avisou o especialista.
No Japão, o Topixx acabou por fechar com uma valorização de 0,24% e o Nikkei subiu 0,46%.