Notícia
Wall Street avança. Europa soma terceiro dia positivo e petróleo recua
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta sexta-feira.
Europa soma terceiro dia de ganhos
As principais praças da Europa ocidental terminaram a última sessão da semana no verde, marcando assim o terceiro dia consecutivo em terreno positivo, retomando os ganhos semanais interrompidos na semana passada.
Os dados positivos da inflação divulgados ao longo da semana, que revelaram um abrandamento da escalada dos preços, acabaram por colocar de lado receios de uma maior subida das taxas de juro por parte tanto do Banco Central Europeu como da Reserva Federal norte-americana.
O índice de referência do Velho Continente, Stoxx 600, ganhou 0,16% para 440,87 pontos. A sustentar o "benchmark" da região esteve o setor das viagens e lazer que subiu perto de 4%, depois da casa de apostas Flutter Entertainment ter demonstrado resultados acima do esperado na primeira metade do ano e ter revelado que não há sinais "discerníveis" de uma desaceleração do consumo no mercado norte-americano.
Ainda na manhã desta sexta-feira tinha sido noticiado que o processo de arbitragem que envolve a Flutter e a Fox deve terminar "nos próximos meses", de acordo com o próprio CEO da Fox, Lachlan Murdoch, numa conferência com analistas. A Flutter subiu 14,10%.
A registar os maiores ganhos estiveram as farmacêuticas, nomeadamente a GSK que avançou 3,57%, um dia depois de ter anunciado que tanto o regulador norte-americano para o medicamento (na sigla inglesa FDA) como a Agência Europeia do Medicamentos concluíram que "não há evidências que provem um nexo de causalidade" entre o Zantac - medicamento que tinha sido retirado do mercado em 2020 - e doenças oncológicas. A Bayer acompanhou e subiu 4,78%, juntamente com a Astrazeneca que avançou 1,96%.
"Estamos a ter outro momento em que o mercado não está a ouvir os bancos centrais", explicou a analista Tatjana Greil Castro da Muzinich, à Bloomberg. "Marginalmente, os investidores estão muito relutantes em vender e querem antes comprar", explicou.
Entre os principais índices da região, o alemão Dax somou 0,74%, o italiano FTSEMIB ganhou 0,49%, o britânico FTSE 100 subiu 0,47%, o espanhol IBEX 35 pulou 0,24%, ao passo que o francês CAC-40 valorizou 0,14%. Em contraciclo esteve apenas a bolsa de Lisboa a perder 1,15%.
Juros agravam-se. HSBC espera fim das subidas das taxas em 2023
Os juros estão a agravar-se na Zona Euro, num dia em que o banco HSBC revelou que o Banco Central Europeu vai parar de subir as taxas de juro a partir do final deste ano.
A "yield" das Bunds alemãs a dez anos – "benchmark" para a Zona Euro – somam 1,6 pontos base para 0,982%.
Já os juros da dívida italiana a dez anos sobem 1,8 pontos base para 3,028%.
Na Península Ibérica, a "yield" das obrigações portuguesas a dez anos agrava-se 3,4 pontos base para 1,981%, enquanto os juros da dívida espanhola com a mesma maturidade acrescem 3,7 pontos base para 2,088%.
Cortes ao fornecimento de gás natural russo e consequentes aumentos dos custos de energia vão tornar a inflação mais elevada que o esperado, para um pico de 10% em outubro, disse Simon Wells, economista do HSBC, num relatório destinado a clientes.
A pressão sobre os redimentos das famílias vai tornar uma recessão "provavelmente inevitável". "No primeiro trimestre do próximo ano, com o impacto da recessão que agora prevemos a tornar-se cada vez mais evidente, e com a inflação a começar a cair, pensamos que o ciclo de aperto chegará ao fim e já não serão esperadas subidas nos juros em 2023", afirma o analista, citado pela Bloomberg.
Euro cai perante recuperação do dólar
O euro está a cair 0,78% para 1,0239 dólares, numa altura em que a divisa norte-americana recupera de algumas das perdas após a divulgação dos dados da inflação nos Estados Unidos.
O índice do dólar da Bloomberg – que compara a nota verde com 10 divisas rivais – sobe 0,67% para 105,757 pontos, numa altura em que a nota verde vê um interesse renovado na sua qualidade como moeda de financiamento.
Apesar da subida esta sexta-feira registada, a moeda prepara-se para fechar a semana com perdas. O dólar conseguiu recuperar da tendência de queda provocada pelo recuo da inflação depois de a Reserva Federal norte-americana (Fed) ter deixado claro que o aperto monetário vai continuar.
Ouro com mira na mais longa série de ganhos em quase um ano
O ouro segue a valorizar, dirigindo-se para o quarto ganho semanal consecutivo. Trata-se da maior série de subidas em quase um ano, numa altura em que os investidores acreditam que o próximo aumento das taxas de juro diretoras pode não ser tão agressivo como o último (75 pontos base).
O índice de preços no produtor dos EUA caíram inesperadamente em julho, sendo a primeira vez em dois anos. Estes dados, em conjunto com um recuo no aumento dos preços, resultaram numa consolidação do ouro abaixo da linha dos 1.800 dólares por onça.
O metal amarelo segue a valorizar 0,17% para 1.792,78 dólares por onça, enquanto a platina desce 0,54% para 954,56 dólares e o paládio recua 1,35% para 2.249,90 dólares.
"O preço do ouro não conseguiu ultrapassar de forma duradoura a marca dos 1,800 dólares por onça esta semana", afirmaram analistas no Commerzbank AG, acrescentando que o metal precioso continua a ser afetado, uma vez que não é um investimento que beneficie do aumento dos juros.
Na próxima reunião, em setembro, a Fed deverá anunciar uma nova subida das taxas de juro diretoras, estando apenas em causa se esta será de 50 pontos base ou de 75 pontos base, tal como aconteceu no final de julho. Os investidores estão a apontar para um aumento mais modesto.
Petróleo cai com receios de menor procura
Os preços do "ouro negro" seguem em terreno negativo, pressionados pelos receios de recessão – que ensombram as perspetivas da procura por esta matéria-prima.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a ceder 1,85% para 97,76 dólares por barril.
Já o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, recua 2,36% para 92,11 dólares por barril.
Apesar das quedas de hoje, o petróleo está a caminho de um saldo semanal no verde.
Wall Street soma e segue à boleia de inflação mais baixa
As bolsas norte-americanas arrancaram a sessão desta sexta-feira em terreno positivo e as yields das obrigações recuaram. Isto numa altura em que os investidores se questionam sobre se o recuo da inflação em julho poderá levar a Reserva Federal dos Estados Unidos a abrandar o ritmo da subida das taxas de juro diretoras.
O "benchmark" S&P 500 avança 0,66% para 4.235,13 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite cresce 0,73% para 12.873,32 pontos e o industrial Dow Jones sobe 0,56% para 33.523,58 pontos.
Tanto o índice de referência como o tecnológico caminham para fechar a semana com a maior sequência de ganhos desde novembro.
O recuo do aumento dos preços em julho animou os investidores, que acreditam poder ser sinal suficiente para que a Fed suba as taxas em 50 pontos base na próxima reunião, em setembro, afastando-se assim dos 75 pontos base anunciados no final do mês passado. A autoridade monetária não se pronunciou sobre isso, mas deixou uma garantia: a luta contra a inflação está longe de acabar. A confirmação foi dada pela presidente regional da Fed em São Francisco em declarações à Bloomberg.
"O ambiente macroeconómico pode estar a melhorar um pouco, com o pico da inflação nos EUA a levantar questões sobre a necessidade de aumentar as taxas de forma agressiva. A inflação continua alta e a Fed ainda vai precisar de subir as taxas, mas a situação não é tão má quanto muitos temiam", apontaram economistas no Rand Merchant Bank, em Johanesburgo.
Stoxx 600 renova máximos de dois meses à bolei das farmacêuticas
A Europa arrancou a última sessão da semana a negociar predominantemente em terreno positivo, com o índice de referência da região a tocar máximos de dois meses. As farmacêuticas são as protagonistas da sessão, a corrigirem dos tombos de quinta-feira.
O Stoxx 600, "benchmark" para o bloco, sobe 0,43% para 442,05 pontos. Entre os 20 setores que compõe o índice, viagens e lazer comandam os ganhos a somar mais de 2%, com as ações da Flutter Entrettainment a puxarem pelo setor.
As ações da companhia crescem 6,5%, depois de ter sido noticiado que o processo de arbitragem que envolve a empresa e a Fox deve terminar "nos próximos meses", segundo avançado pelo próprio CEO da Fox, Lachlan Murdoch, numa conferência com analistas.
Apesar deste ganho, as farmacêuticas é que são as grandes protagonistas da sessão. As ações da GSK sobem 5,1% depois de um tombo de dois dias, motivado pelo processo levado cabo devido ao medicamento Zantac retirado do mercado em 2020 e sobre o qual surgem acusações de que o mesmo pode provocar cancro.
Esta subida dos títulos surge um dia depois de a GSK ter anunciado em comunicado que tanto o regulador norte-americano para o medicamento (na sigla inglesa FDA) como a Agência Europeia do Medicamentos concluíram que "não há evidências que provem um nexo de causalidade" entre a toma do Zantac e a origem do cancro.
Por sua vez a Sanofi, também envolvida na polémica, beneficiou deste comunicado, estando a crescer 3,2%. Perante esta situação, o Deutsche Bank chegou mesmo a rever em alta a recomendação da Sonfi argumentando que a queda que a farmacêutica durante esta semana "foi um pouco exagerada". Desde terça-feira, a GSK, Sanofi e Haleon perder 40 mil milhões de dólares em capitalização de mercado. Também a Haleon segue a recuperar, ainda que de forma mais tímida (1,4%).
O ganho desta semana do Stoxx 600 foi alimentado pelo recuo dos números da inflação nos EUA, tanto na ótica do consumidor como do produtor. Desde o início de julho, o índice de referência valorizou cerca de 10%, segundo as contas da Bloomberg.
Nas principais praças europeias, Frankfurt acumula 0,70%, Madrid cresce 0,58% e Paris avança 0,46%, Londres ganha 0,51% enquanto Milão soma 0,59%. Amesterdão é a única praça a negociar no vermelho (0,38%). Por cá, Lisboa negoceia na linha d’ água (-0,04%), depois de ter arrancado a sessão em terreno positivo, em linha com as congéneres do bloco.
Aumento de apetite pelo risco leva juros a agravarem-se na Zona Euro
Os juros agravam na Zona Euro, num dia marcado pelo aumento de apetite no mercado acionista do bloco, o qual renova máximos de dois meses.
A "yield" das Bunds alemãs a dez anos – "benchmak" para a Zona Euro – soma 2,8 pontos base para 0,995%.
Em Itália, os juros das obrigações a dez anos agravam 5,1 pontos base para 3,061%, enquanto a "yield" da dívida francesa cresce 3,2 pontos base para 1,561%.
O "spread" da dívida italiana a dez anos face aos juros de referência da Alemanha fixa-se em 205,9 pontos base, muito longe da linha vermelha dos 250 pontos base, apontada pelos analistas como um indicador de alarme do BCE.
Na Península Ibérica, a "yield" das obrigações portuguesas a dez anos agrava 3,1 pontos base para 1,978%. O "spread" face à dívida alemã fixa-se em 97,7 pontos base.
Já os juros da dívida espanhola com a mesma maturidade somam 3,2 pontos base para 2,083%, estando acima da "yield" nacional. O fosso face ao "benchmark" é também mais alto que o caso português: 108,3 pontos base.
Dólar avança depois de semana difícil
O euro perde 0,25% para 1,0294 dólares, numa altura em que o dólar consegue negociar no verde depois de uma semana difícil.
O índice do dólar da Bloomberg – que compara a nota verde com 10 divisas rivais – sobe 0,17% para 105,265 pontos. Já numa ótica semanal, o dólar segue a perder 1,4% a maior queda desde maio.
A moeda norte-americana caiu esta semana, à medida que se intensifica a esperança de que a Reserva Federal dos EUA (Fed) possa abrandar o ritmo da subida das taxas de juro, um passo sinalizado na última reunião do banco central e que agora tem as portas abertas com o recuo da inflação em julho, tanto na ótica do consumidor como do produtor.
Já o dólar de Hong Kong negoceia em máximos de quatro meses contra o "green cash" norte-americano, mais concretamente para 0,1276 dólares (dos EUA).
Ouro prestes a fechar a mais longa sequência de subidas em quase um ano
O ouro caminha para o quarto ganho semanal consecutivo, a maior sequência de subidas em quase um ano. O metal amarelo foi beneficiado pela queda do dólar, que tornou o rei dos metais mais atraente para investidores que negoceiam noutras moedas.
A nota verde caiu esta semana, à medida que se intensifica a esperança de que a Reserva Federal norte-americana (Fed) possa abrandar o ritmo da subida das taxas de juro, um passo sinalizado na última reunião do banco central e que agora tem as portas abertas com o recuo da inflação em julho, tanto na ótica do consumidor como do produtor.
O ouro negoceia na linha d’ água, mais inclinado para terreno positivo (0,08%), mais concretamente nos 1.791,23 dólares por onça. Paládio e platina estão em queda, enquanto a prata segue uma tendência positiva.
Esta quinta-feira, a presidente regional da Fed em São Francisco lembrou que a luta contra a inflação está longe de terminar e apontou como subida mais provável um aumento da taxa de fundos federais em 50 pontos base, na próxima reunião em setembro. Ainda assim, Mary Daly não fechou a porta a uma subida de 75 pontos base.
Petróleo prestes a fechar maior ganho semanal desde abril
O petróleo segue a desvalorizar durante a sessão mas está prestes a fechar o maior ganho semanal desde abril, numa altura em que os investidores avaliam as estimativas dos países exportadores de petróleo (OPEP) e da Agência Internacional de Energia (AIE) para os próximos meses e também com o mercado a ser pressionado pela interrupção do abastecimento no Golfo do México.
O West Texas Intermediate (WTI) – negociado em Nova Iorque – perde 0,47% para 93,90 dólares por barril. Já o Brent do Mar do Norte, referência para as importações europeias, desvaloriza 0,38% para 99,22 dólares por barril.
Seis áreas de exploração de petróleo e gás foram fechadas no Golfo do México depois de ter sido interrompido o abastecimento em dois oleodutos na estação de Lousiana (EUA), já que a infraestrutura estava a derramar matéria-prima. A situação deve regressar à normalidade esta sexta-feira, de acordo com a Shell.
O mercado está ainda a digerir as previsões contraditórias da AIE e da OPEP para os próximos tempos. A AIE aumentou a estimativa sobre a procura no mercado, esperando que o consumo suba para 2,1 milhões barris por dia este ano, um aumento de 300 mil barris face à previsão anterior.
Já a OPEP adota uma visão mais pessimista, antecipando que o mercado deve chegar a um excedente – entre oferta e procura – já este trimestre. A estimativa do países exportadores de ouro negro é apoiada pelo "spread" entre os dois contratos de Brent mais próximos (em termos temporais) que passou de 3 dólares há um mês para 1,30 dólares por barril este momento, dando sinais de que a situação de aperto pode estar a diminuir.
No mercado do gás, a matéria-prima negociada em Amesterdão e que serve de referência para o mercado europeu (TTF) sobe 0,24% para a quarta sessão consecutiva de ganhos, estando a negociar nos 207,750 euros por megawatt hora.
Europa sem tendência definida. Japão em máximos de janeiro
A negociação de futuros na Europa está à procura de tendência. Já a Ásia fechou no verde, numa altura em que domina a incerteza sobre o futuro da política monetária levada a cabo pela Reserva Federal norte-americana (Fed) e sobre o seu impacto no crescimento económico.
Tanto os futuros sobre o Euro Stoxx 50 (-0,03%) como o britânico FTSE 100 (-0,01%) negoceiam na linha d’ água.
Esta sexta-feira será marcada por um dilúvio de indicadores económicos no bloco, com os investidores atentos à divulgação dos números da produção industrial na Zona Euro em junho, assim como a estimativa rápida do PIB no Reino Unido no segundo trimestre e a leitura final da inflação em julho em França, Espanha e Itália.
Pela Ásia, a sessão foi marcada pelos ganhos no Japão: o Nikkei ascendeu 2,43%, renovando máximos de janeiro, e o Topix valorizou 2,03%. Na Coreia do Sul, o Kospi cresceu 0,15% enquanto pela China o tecnológico Hang Seng subiu 0,43% e Xangai terminou na linha d’ água mais inclinado para terreno positivo (0,06%).