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Pessimismo e incerteza dominam Europa. Principais praças no vermelho
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta quarta-feira.
Pessimismo e incerteza dominam Europa. Principais praças no vermelho
A incerteza acerca do primeiro orçamento trabalhista em mais de uma década no Reino Unido, o crescimento das economias e também quanto ao futuro político nos Estados Unidos está esta manhã a dominar a negociação nas principais praças europeias.
O índice de referência para o bloco, o Stoxx 600, cede 0,82% com todos os setores no vermelho e os tecnológico, alimentar e de bens domésticos a serem os que mais pressionam.
Nas empresas, o destaque vai para o UBS que sobe 2,9% depois de os seus resultados ficarem acima das estimativas dos analistas. Já a empresa de bebidas Davide Campari-Milano NV, dona do Aperol, cai 15% devido a fracas previsões de crescimento.
"Os investidores devem manter-se cautelosos até a eleição [norte-americana] ficar resolvida", indica Guillermo Hernandez, head of trading da MPPM, citado pela Bloomberg. "O ruído acerca dos resultados dos votos está a dominar a negociação na maioria dos mercados, cujo maior risco é que a contagem seja posta em causa."
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax recua 0,65%, o francês CAC-40 desvaloriza 1,1%, o italiano FTSEMIB perde 0,95%, o britânico FTSE 100 cede 0,35% e o espanhol IBEX 35 desce 0,59%. Em Amesterdão, o AEX regista um decréscimo de 1%.
Por cá, o PIB cede 0,33%.
Juros aliviam na Zona Euro em dia de PIB. Portugal e Itália são exceção
Os juros das principais dívidas soberanas da Zona Euro, com maturidade a dez anos, estão a aliviar, no dia em que ficou conhecido o crescimento económico dos países da moeda única no terceiro trimestre. O PIB avançou 0,4% entre julho e setembro, acima das estimativas dos analistas, que apontavam para uma subida de 0,2%.
Dessa forma, os juros dos países estão a aliviar, com a "yield" das "Bunds" alemãs, de referência para a região, a subtrair 1,3 pontos base para os 2,323%. Já a dívida francesa cede 1,1 pontos para uma taxa de 3,067%. Quanto à espanhola, alivia 0,1 pontos para 3,031%.
Em contramão está Itália e Portugal. A dívida alemã soma 1,2 pontos base para os 3,572%. Por cá, os juros da dívida avançam 0,7 pontos para 2,736%.
Fora da União Europeia, as "gilts" britânicas caem 6,4 pontos base para os 4,250%, no dia em que será conhecido o primeiro orçamento trabalhista em 14 anos.
Libra centra atenções antes de ser conhecido o primeiro orçamento trabalhista em 14 anos
A libra está a negociar inalterada contra o dólar e em ligeira queda face ao euro, horas antes de a ministra das Finanças britânica Rachel Reeves apresentar o primeiro orçamento trabalhista em mais de uma década.
A moeda britânica soma 0,05% para 1,3022 dólares e 0,16% para 1,2011 euros, com o mercado de opções de volatilidade implicíta sobre esta divisa em máximos de março de 2023. A subida deste produto durante a noite foi o maior aumento diário desde setembro de 2022, quando a primeira ministra Liz Truss apresentou um plano que previa gastos de vários mil milhões que levaram os mercados do país a uma crise.
"É dia do orçamento no Reino Unido e, embora estes eventos raramente apresentem riscos para os preços que justifiquem um verdadeiro esforço de posicionamento, este é diferente", explicou à Reuters Chris Weston, estratega da Pepperstone.
"É visto por alguns como um orçamento geracional, que definirá a carreira da ministra das finanças, Rachel Reeves, e poderá ter um impacto significativo no índice de aprovação pública de Keir Starmer, que se tem visto reduzido a pedaços", acrescentou.
Incerteza em torno de eleições nos EUA leva ouro a novo máximo histórico
O ouro segue a negociar em alta, após ter atingido ainda esta quarta-feira máximos históricos, com os investidores a optarem por este ativo-refúgio menos de uma semana antes das eleições presidenciais nos Estados Unidos, onde as sondagens não indicam um candidato com margem suficiente.
Ainda a centrar atenções estão dados sobre a economia norte-americana que poderão influenciara próxima decisão de política monetária da Reserva Federal, cujo comité se reúne na próxima quarta e quinta-feira.
O metal amarelo soma 0,24% para 2.871,51 dólares por onça, após ter atingido os 2.789,86 dólares por onça, o valor mais elevado de sempre.
"O ouro está muito ancorado no resultado das eleições nos Estados Unidos... No curto prazo, o metal vai enfrentar resistência nos 2.800 dólares por onça, seguindo-se a barreira dos 2.826 dólares", detalhou à Reuters Kelvin Wong, analista da OANDA.
Petróleo valoriza apesar de potencial cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah
Depois de duas sessões em queda, os preços do petróleo estão esta quarta-feira a estabilizar e a recuperar dessa descida, numa altura em que o mercado avalia um potencial cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah, bem como um aumento da produção petrolífera por parte dos membros da Organização dos Países Exportadores e aliados (OPEP+).
A esta hora, o West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – perde 0,67% para os 67,66 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – ganha 0,59% para os 71,54 dólares por barril. Os dois índices estão a recuperar de mínimos de um mês atingidos durante a madrugada.
Na frente de batalha Israel-Gaza, o executivo liderado por Benjamin Netanyahu sinalizou que está aberto a uma pausa nas hostilidades com o Líbano e irá reunir com ministros, militares e inteligência para apresentar uma solução diplomática, de acordo com a Axios.
O mercado do crude aproxima-se de um período crucial que pode vir a ditar a tendência da negociação pelas próximas semanas. O grupo OPEP+ manteve a política de produção da matéria-prima inalterada no mês passado, incluindo um plano que prevê o aumento de produção a partir de dezembro – uma posição que, caso não seja alterada, pode fazer cair ainda mais os preços do petróleo, dados os baixos níveis de procura.
Futuros da Europa em queda com eventos de risco no horizonte. Ásia mista
Os principais índices europeus estão a apontar para quedas ligeiras na abertura, mantendo a tendência de ontem e acompanhando o sentimento das bolsas europeias.
Os "traders" preparam-se para elevada volatilidade antes de um conjunto de dados económicos e eventos de risco. É hoje conhecido o crescimento económico tanto em Portugal, como na Zona Euro, bem como o primeiro orçamento trabalhista no Reino Unido em 15 anos. A incerteza em torno do vencedor das eleições norte-americanas que se realizam na próxima semana continua a manter os investidores apreensivos.
Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 recua 0,3%.
Na Ásia, a sessão foi mista, com os ganhos no Japão a serem anulados pela desvalorização na China.
O setor tecnológico japonês seguiu o comportamento das "big tech" dos Estados Unidos, entre otimismo derivado de um iene mais fraco e melhores previsões económicas para o país. O Banco do Japão reúne-se na quinta-feira, mas não é esperada qualquer decisão, numa altura ainda de elevada incerteza política devido à perda de maioria do primeiro-ministro.
Na China, a elevada volatilidade permanece antes de serem conhecidas novas medidas de estímulo à economia por parte do governo chinês. De acordo com a Reuters, os responsáveis da nação estarão a estudar um pacote financeiro superior a 10 biliões de yuans, o equivalente a 1,4 biliões de dólares.
"O clima nos mercados hoje parece-se com a calma antes da tempestade", afirmou à Bloomberg Hebe Chen, analista da IG Markets. "Os 'traders' estão no limite, a prepararem-se para a maré de incertezas de várias lados", incluindo as eleições nos EUA, a reunião do BOJ e os resultados das tecnológicas.
No Japão, o Nikkei soma 0,96% e o Topix valoriza 0,81%. Na Coreia do Sul, o Kospi perde 0,92%. Na China, o Hang Seng, em Hong Kong, cai 1,6% e o Shanghai Composite desvaloriza 0,61%.