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Bolsas europeias com maior queda em 19 meses. Stoxx 600 a caminho de pior mês desde março de 2020
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Bolsas europeias registam maior queda em 19 meses. Stoxx 600 a caminho de pior mês desde março de 2020
As bolsas europeias encerraram em baixa, a registarem a maior queda desde junho de 2020 e a perderem perto de 530 mil milhões de dólares de valor de mercado, pressionadas pelas tensões geopolíticas em torno da Ucrânica e pela perspetiva de aumento dos juros diretores por parte da Fed.
O Stoxx 600 afundou 3,81% para se estabelecer nos 456,36 pontos – o que corresponde ao nível mais baixo desde inícios de outubro passado.
Este índice de referência negociou abaixo da sua média diária de 200 dias pela primeira vez em quase 15 meses e está a caminho de registar o seu pior mês desde março de 2020.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax cedeu 3,8%, o francês CAC-40 afundou 4%, o britânico FTSE 100 deslizou 2,6% para mínimos de um mês, o espanhol IBEX 35 caiu 3,18% e o italiano FTSEMIB mergulhou 4%. Em Amesterdão, o AEX registou um decréscimo de 3,28%.
As tecnológicas lideraram as quedas, com as cotadas das viagens & lazer e do automóvel também sob pressão. Melhor desempenho tiveram os títulos mais defensivos do segmento dos cuidados pessoais.
"Hoje o assunto girou essencialmente em torno da Rússia e da Ucrânia, mas os mercados têm estado de mau humor desde as atas da Fed", comentou à Bloomberg o diretor de análise da TS Lombard, Andrea Cicione. "A Fed vai, decididamente, manter os mercados em alerta esta semana".
A Reserva Federal norte-americana inicia amanhã uma reunião de dois dias de política monetária, prevendo-se que abra caminho para um aumento dos juros diretores já em março.
A perspetiva de um endurecimento das políticas dos bancos centrais tem pressionado as bolsas europeias este ano, com a subida das "yields" das dívidas soberanas a alimentar o recuo de setores mais efervescentes, como é o caso do tecnológico – cujas cotadas se endividaram fortemente nos últimos dois anos, devido às baixas taxas de juro, e que agora temem o efeito da subida das taxas de juro por parte da Fed já dentro de dois meses.
"As ações europeias caíram, juntamente com as ações asiáticas, também influenciadas pela crescente aversão ao risco. A incerteza reina depois da liquidação da semana passada e antecipando uma agenda extremamente ocupada esta semana", salienta Pierre Veyret, analista técnico da ActivTrades, na sua análise diária.
"Todos os olhos estarão voltados para a frente macro, já que os investidores esperam por novos impulsionadores de mercado antes de tomarem decisões significativas. Em cima da mesa estão: o índice de preços no produtor da UE, a decisão do Banco da China sobre as taxas de juro e um lote de dados dos EUA – que inclui PIB, pedidos de subsídio de desemprego e encomendas de bens duradouros", acrescenta.
Ainda assim, considera, "o maior destaque da semana estará na reunião da Fed na quarta-feira. Dito isto, as palavras de Jerome Powell serão cautelosamente analisadas no sentido de obter mais pistas sobre o calendário e o ritmo dos aumentos das taxas de juro que se aproximam, o que pode aumentar a volatibilidade dos ativos mais arriscados".
Enquanto isso, "a temporada de divulgação de contas prossegue e os investidores mantêm-se focados nos resultados da Apple, Boeing, Tesla, Microsoft, Samsung e Deutsche Bank, por divulgar esta semana".
Dólar forte e potencial subida dos juros nos EUA quebram petróleo
Os preços do "ouro negro" estão a negociar em baixa nos principais mercados internacionais, penalizados sobretudo pela valorização do dólar – que torna a matéria-prima menos atrativa para quem negoceia com outras moedas.
Também a perspetiva de uma subida dos juros diretores da Fed para breve está a contribuir para o movimento negativo deste arranque de semana.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em março segue a ceder 2,87% para 82,70 dólares por barril.
Já o contrato de março do Brent do Mar do Norte, negociado em Londres e referência para as importações europeias, recua 2,05%, para 86,09 dólares, depois de na semana passada ter negociado em máximos de outubro de 2014 – tendo chegado a superar os 89 dólares.
Ainda assim, o panorama geral aponta para uma subida dos preços este ano. As cotações têm sido sustentadas pela menor capacidade disponível (com os principais produtores a não conseguirem aumentar a extração na medida desejada, os stocks mundiais têm estado a diminuir) e pelos elevados riscos geopolíticos.
O Barclays reviu em alta de 5 dólares a sua previsão para os preços este ano, apontando para uma média de 85 dólares no caso do Brent e para 82 dólares no caso do WTI.
Na semana passada, ambos os crudes subiram pela quinta semana consecutiva. No acumulado do ano, sobem mais de de 10%.
Ouro tropeça enquanto dólar ganha força face às moedas rivais
O ouro está a corrigir ganhos da semana passada, em vésperas da reunião da Reserva Federal dos Estados Unidos onde se espera que venha a ser anunciada uma eventual subida das taxas de juros mais rápida do que o previsto.
O metal dourado está a cair 0,09%, com a onça a valer 1.833,82 dólares. Já a prata e a platina registam desvalorizações ainda maiores: a prata está a tombar 2,51%, com a onça a desvalorizar para 23,71 dólares, enquanto a platina afunda 1,63%, para 1.016,64 dólares.
A explicar esta descida está a subida do dólar, moeda em que são transacionados os metais preciosos. Como o dólar está em alta, estes ativos ficam menos atrativos para quem negoceia com outras moedas.
O índice de Bloomberg, que mede a moeda norte-americana frente a um cabaz de divisas rivais, está a subir 0,40%, para 96,020 pontos. Enquanto isso, o euro cai 0,26% para 1,1315 dólares, e a libra recua 0,72%, para 1,3455 dólares.
Risco das dívidas europeias dispara para máximos de 14 meses
O risco das obrigações europeias está no nível mais elevado em 14 meses com as tensões geopolíticas na região. A tensão no Leste da Ucrânia continua a aumentar, com o país a temer uma invasão a qualquer momento, apesar de a Rússia garantir que não tem intenção de avançar com planos de guerra.
Tanto os Estados Unidos como o Reino Unido já mandaram retirar os diplomatas que tinham localizados na Ucrânia. A União Europeia, pelo contrário, diz que ainda não tem planos para fazer o mesmo, mas os mercados estão a espelhar os receios.
O indicador que mede o risco associado às obrigações com nível de investimento da Europa, o The iTraxx Main, subiu 2,9 pontos base para 58,3 pontos, no valor mais elevado desde novembro de 2020. Já o iTraxx Crossover, que segue as "junk bonds" da região, subiu 11 pontos para máximos de novembro de 2021.
Além da crise entre Ucrânia e Rússia, os mercados estão também a incorporar a probabilidade de subidas nas taxas de juro de referência pela Reserva Federal dos EUA. O banco central liderado por Jerome Powell encontra-se, pela primeira vez este ano, esta semana, mas é esperada uma mudança apenas em março.
Após várias sessões a agravar, os juros das dívidas da zona euro aliviam esta segunda-feira. As Bunds a 10 anos recuam 3,8 pontos base para -0,107%, enquanto França cede 2,7 pontos para 0,304%.
No Sul da Europa, a tendência é a mesma. Em Itália, a yield da dívida a 10 anos perde 2,4 pontos para 1,261%. Tanto em Espanha como em Portugal, o juro equivalente desce 1,8 pontos para 0,615% e 0,536%, respetivamente.
Bolsas europeias com tombos expressivos. Stoxx afunda mais de 3%
As bolsas europeias estão a registar quedas expressivas ao longo desta tarde. O Stoxx 600 desvaloriza nesta altura 3,05% para 459,98 pontos.
A bolsa de Londres é a única entre os principais índices que regista um tombo inferior a 2%, mais concretamente de 1,81%. O português PSI-20 cai nesta altura 2,27%, pressionado sobretudo pela queda de 5,08% do BCP e pela desvalorização de 4,53% da EDP Renováveis.
O espanhol IBEX recua 2,58%, enquanto o índice alemão DAX cai 3,03% e o francês CAC 40 3,02%.
Em Amesterdão o índice de referência desvaloriza 2,83% e Milão contabiliza a maior queda na Europa nesta altura, a desvalorizar 3,34%.
“Maré vermelha” estende-se a Wall Street. Nasdaq afunda 1,7%
Wall Street arranca a semana no vermelho, a dar continuidade aos tombos verificados na passada sexta-feira. A antecipação da reunião da Fed e a possibilidade de o banco central dos EUA adotar uma política mais "hawkish" e também a possibilidade de um conflito entre a Rússia e a Ucrânia estão a marcar o dia.
Com a Rússia a aumentar o número de soldados na fronteira com a Ucrânia, a tensão geopolítica aumenta e, este domingo, o governo norte-americano já pediu aos cidadãos na Ucrânia para abandonarem o país.
Os três principais índices norte-americanos começam a sessão com quedas significativas. O industrial Dow Jones tomba 1,12% para 33.880,69 pontos - a sétima sessão consecutiva no vermelho - enquanto o tecnológico Nasdaq desvaloriza 1,74% para 13.529,78 pontos. O S&P 500 cai 1,41% para 4.335,84 pontos, um mínimo de outubro de 2021.
Bolsas europeias no vermelho. Setor das viagens afunda 2,3%
As principais bolsas europeias estão a negociar no vermelho nesta altura, já com a antecipação da decisão da Fed na ordem do dia.
Assim, o índice pan-europeu Stoxx 600 está a ceder 0,85% para 470,4 pontos, depois de na sexta-feira ter registado a maior queda em dois meses.
Nesta altura, apenas o setor das telecomunicações e os produto de consumo doméstico estão a negociar em terreno positivo, com ganhos de 0,71% e 0,26%, respetivamente. Estas subidas estão ligadas ao disparo de 5% das ações da Unilever e também à subida de mais de 4% das ações da Vodafone, após notícias de que a operadora terá demonstrado interesse numa fusão entre duas das suas principais unidades, no Reino Unido e em Itália. As ações da operadora chegaram a subir 5,2% em Londres esta manhã.
Em sentido contrário, o setor das viagens está a liderar as quedas, com uma desvalorização de 2,32%, seguido pelas empresas do setor dos media e pela tecnologia, ambos com quedas de 1,6%.
É uma "onda vermelha" entre os principais índices europeus, com o PSI-20 a liderar os tombos, ao ceder 1,56%, pressionado sobretudo pela queda do BCP e da EDP Renováveis. O banco liderado por Miguel Maya vê os títulos ceder 3,37%, enquanto a EDP Renováveis tomba 2,65%. Só a Novabase está a subir em Lisboa, a valorizar cerca de 4,3%.
O espanhol IBEX cede 0,85%, enquanto ao alemão DAX deprecia 0,71%. O francês CAC 40 cede 1,18% e o inglês FTSE 0,41%. Em Amesterdão verifica-se uma descida de 0,76% e a bolsa de Milão tomba 1,12%.
Petróleo começa semana em alta animado pela procura
O petróleo arranca a semana com ganhos, animado pelos sinais de que a procura continua a aumentar, apesar da variante ómicron, que está a fazer subir o número de casos de covid-19 em diversos países.
Tanto o West Texas Intermediate (WTI) como o brent estão a valorizar esta manhã, com o brent já acima dos 88 dólare por barril.
Nesta altura, o brent do Mar do Norte, que serve de referência ao mercado português, está a subir 0,55%, com o barril a cotar nos 88,37 dólares.
Por seu turno, o WTI está a valorizar 0,59%, com o barril a cotar nos 85,64 dólares.
Tanto o WTI como o brent registam ganhos acima de 13,5% este ano. O brent regista subidas semanais há já cinco semanas consecutivas, naquela que é a série de ganhos mais longa desde outubro.
"A procura no mercado físico é forte, já que há otimismo de a covid-19 se tornar numa endemia", diz Vandana Hari, fundadora da Vanda Insights, citada pela Bloomberg. "A narrativa do petróleo continua 'bullish', a apontar para uma força contínua nos preços, interrompida por descidas suaves".
Juros das dívidas soberanas começam semana a recuar
Os juros das dívidas europeias estão a recuar neste início de semana.
As bunds alemãs, vistas como a referência na Zona Euro, estão a aliviar 1,8 pontos base para uma taxa de -0,087%.
Em Itália, onde têm início esta segunda-feira as eleições presidenciais, os juros da dívida a dez anos estão a recuar 4,2 pontos base para os 1,243%.
Na Península Ibérica, os juros a dez anos de Portugal e Espanha registam uma descida semelhante. Enquanto os juros de Portugal recuam 2,8 pontos base para 0,527%, em Espanha regista-se um alívio de 2,5 pontos base para 0,609%.
Ouro a negociar de forma estável. Euro a recuar
O ouro está a negociar de forma estável nesta altura, num momento em que os investidores estão já a pesar a reunião da Fed desta semana e uma possível subida das taxas de juro em março.
Assim, o ouro está a avançar 0,13%, com a onça a cotar nos 1.837,73 dólares. Há mais de duas semanas que a onça está acima da fasquia dos 1.800 dólares.
De acordo com a Bloomberg, a amparar este ligeiro avanço do ouro estão ainda fatores como a instabilidade geopolítica, tendo em conta a tensão entre a Rússia e a Ucrânia, que tem feito mexer a procura por ativos mais seguros, como é o caso do ouro.
No registo da semana passada, o ouro registou uma subida de 1%.
Já o euro começa a semana em tons de vermelho. A moeda única está a ceder 0,18% face ao dólar, para 1,1324 dólares. Ainda no mercado europeu, a libra cede 0,01% para 1,3551 dólares. O dólar norte-americano está a valorizar 0,14% perante um cabaz composto por divisas rivais.
Futuros antecipam abertura em baixa com foco virado já para a Fed
Os futuros apontam nesta altura para uma abertura em baixa nas principais bolsas europeias, já com os investidores a centrar atenções na decisão da Reserva Federal norte-americana.
Embora a reunião da Fed seja só esta quarta-feira, sendo esperada uma decisão sobre os próximos passos da política monetária e novidades sobre a subida das taxas de juro para conter a inflação, o tema está já a concentrar as atenções dos investidores.
Ao mesmo tempo, os mercados europeus estão de olho na escalada de tensão entre a Rússia e a Ucrânia, com o país de Vladimir Putin a aumentar o número de militares na fronteira. Com os acontecimentos a sucederem-se, é temido um conflito militar entre os dois países, situação que já levou os Estados Unidos a recomendar este domingo aos cidadãos norte-americanos que abandonem a Ucrânia imediatamente.
Ainda na vertente política, o arranque das eleições presidenciais em Itália está também na ordem do dia. A seleção é feita através de um ciclo de votações em políticos ou cidadãos comuns pelo que não há uma data para que seja fechada. O atual primeiro-ministro Mario Draghi é apontado como um possível favorito para substituir Sergio Mattarella.
A nível de resultados, continua a ganhar força a "earnings season", sendo esperadas as contas da Philips.
Na Ásia, a sessão decorreu de forma mista. No Japão, o Topix avançou 0,14%, enquanto o Nikkei apreciou 0,24%. Já na Coreia, o Kospi derrapou 1,49%, enquanto em Hong Kong o Hang Seng tombou 1,26%. Em Xangai, o índice de referência fechou a valorizar uns meros 0,044%.