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Fecho dos mercados: Petróleo trava bolsas, Fiat Chrysler derrapa  

Numa sessão negativa na Europa, a bolsa nacional registou uma das quebras mais acentuadas. A queda do petróleo castigou o sector, com a Fiat Chrysler a derrapar em bolsa com suspeitas sobre as emissões de gases. O euro também caiu com a Fed a tirar o brilho ao ouro.

Bloomberg
23 de Maio de 2016 às 17:16
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Os mercados em números

PSI-20 caiu 0,84% para 4.830,20 pontos

Stoxx 600 desceu 0,39% para 336,69 pontos

S&P 500 desvaloriza 0,12% para 2.049,76 pontos

"Yield" a 10 anos de Portugal recua 2,9 pontos base para 3,08%

Euro recua 0,27% para 1,193 dólares

Petróleo desce 1,66% para 47,91 dólares por barril

 

Fed agita EUA, petróleo castiga Europa

Se do outro lado do Atlântico, nos EUA, é a perspectiva de uma subida de juros já em Junho que está a agitar a negociação (com o Nasdaq a subir e o S&P 500 a cair), na Europa foi a descida dos preços do petróleo que levou à queda dos índices, tal o peso do sector no mercado. O Stoxx 600 cedeu 0,39%, num dia em que a Fiat Chrysler desceu 4,44% perante acusações de que falsificou dados de emissões de gases poluentes.

 

Em Lisboa, o PSI-20 cedeu 0,84%, um dos piores registos da Europa, com a EDP e a Galp Energia a destacarem-se nas quedas. Recuaram 2,03% e 1,31%, respectivamente, colocando pressão no índice português no dia em que os CTT perderam 3,94% para 7,876 euros com o destaque do dividendo de 47 cêntimos. A Mota-Engil afundou mais de 5%, já a Pharol renovou mínimos históricos. Em sentido inverso, a travar as perdas, nota para a Navigator que somou 2,32% para 2,74 euros.

 

Dívida dos periféricos em queda

Após várias sessões em alta, as taxas das obrigações da periferia do euro recuaram, com as "yield" da Grécia a liderarem a descida. Depois de ter sido aprovado mais um pacote de austeridade, a perspectiva de um acordo para libertar mais uma tranche da ajuda europeia levou as taxas da dívida grega para mínimos de seis meses. A "yield" a dez anos cedeu 19,2 pontos para 7,263%, já a taxa portuguesa, no mesmo prazo, recuou 2,9 pontos para 3,08%. A "yield" das "bunds" subiu levando o prémio de risco a cair para 290,4 pontos.

 

Euribor estável a três meses

As Euribor mantiveram-se a três meses e desceram a seis, nove e 12 meses. A taxa de mais curto prazo, a três meses, ficou inalterada nos -0,258%, já a mais utilizada como indexante nos contratos de crédito à habitação em Portugal, a seis meses, foi fixada em -0,144%. No prazo de 12 meses, a Euribor caiu para -0,012%, menos 0,001 pontos que na sessão anterior. A 4 de Março chegou a cair para -0,028%, o actual mínimo histórico.

 

Expectativa sobre juros trava euro face ao dólar

A moeda única europeia voltou a perder valor face à rival norte-americana. A divisa recuava 0,27% para 1,193 dólares, com os investidores a apostarem na "nota verde" perante a perspectiva de que da Fed venha a subir os juros em Junho. Nas minutas da última reunião, a autoridade monetária, liderada por Janet Yellen, afirmou que "é provável que seja apropriado para o Comité subir o intervalo da taxa de juro de referência em Junho". Com juros mais altos, o dólar tenderá a ganhar face às restantes divisas, entre elas o euro.

 

Canadá coloca pressão no petróleo

Depois de várias sessões em que os violentos incêndios no Canadá fizeram disparar as cotações do petróleo, por travar a exploração no país, o país está agora a pressionar os preços do barril ao afirmar que quer rapidamente reestabelecer a produção da matéria-prima. Com a perspectiva de mais petróleo no mercado, o Brent, em Londres, seguia a perder 1,66% para 47,91 dólares, já o WTI, negociado nos EUA, recuava 1,47% para os 47,70 dólares, descendo pela quarta sessão consecutiva.

 

Ouro perde brilho com a Fed

A perspectiva de que da Fed venha a subir os juros nos EUA em Junho tem vindo a pressionar a cotação do ouro. O metal, que disparou mais de 20% nos primeiros meses do ano, ruma agora à maior série de quedas em mais de dois meses, pressionado por Janet Yellen. O "ouro negro" recuava 0,40% para 1.247 dólares por onça à hora de fecho desta edição, completando assim um ciclo de quatro sessões em queda.

 

Destaques do dia


Montepio: Economia acelera no segundo trimestre
- O indicador coincidente do Banco de Portugal, de Abril, aponta para uma contracção da economia, mas a estimativa do Montepio assinala uma aceleração do crescimento do PIB.


Portugal entre os países que mais vezes violaram regra do défice
- Segundo as contas do instituto Ifo, Lisboa já falhou por 10 vezes a regra, num total de 114 ocasiões em que os países da União Europeia deixaram o défice orçamental escorregar para lá dos 3% do PIB. Só França está à frente.


Casalinho: Taxa de juro média em 2016 será de 3,5%
- A responsável do Tesouro sublinha as previsões de redução do rácio de dívida pública, alicerçando-se nas metas macroeconómicas. Mas alerta para o impacto do fim das compras do BCE, apesar de haver países que têm mais a recear.


BCE quer que "bancos sejam bem geridos, não que sejam detidos por nacionais"
- "É absolutamente vital que se evolua em direcção a bancos pan-europeus", defende Peter Praet, conselheiro executivo do BCE, ao Público, desvalorizando "bancos detidos por nacionais". Praet diz que Portugal tem de "desenvolver um mercado para o malparado".


Bancos mundiais já pagaram 1,4 vezes o PIB de Portugal em multas
- Quase 275 mil milhões de dólares. Este é o valor que 26 bancos mundiais já desembolsaram em custos legais desde 2008. Os EUA lideram o registo, cujo principal factor é a crise do "sub-prime".


BES "mau" regista prejuízos de 2,6 mil milhões em 2015
- A troca de dívida sénior do Novo Banco para o BES, determinada pelo Banco de Portugal, contribuiu para o prejuízo de 2,6 mil milhões de euros no ano passado. A situação patrimonial negativa deteriorou-se para 5,3 mil milhões de euros.


Teixeira dos Santos a caminho do BIC
- O ex-ministro das Finanças do PS foi convidado para presidente não executivo do BIC Português, em substituição de Fernando Teles. Nomeação de Teixeira dos Santos, cuja escolha foi avançada pelo Público, para banco de Isabel dos Santos aguarda luz verde do Banco de Portugal.


Apollo já tem autorização de Bruxelas para ficar com a Açoreana
- A seguradora que pertencia ao grupo de herdeiros de Horácio Roque já pode ser adquirida pelo fundo americano Apollo. Não há problemas de concorrência. A autorização foi dada esta segunda-feira.


Fisco proibido de despejar famílias para cobrar dívidas
- É já esta terça-feira que começa a vigorar a nova lei, aprovada pela esquerda, que evita que as famílias com dívidas fiscais sejam despejadas de casa. Marcelo deu abertura para alargar a nova regra a privados, como a banca.

Grécia deverá receber 11 mil milhões após completar primeira avaliação - Um documento da Comissão Europeia a que a Bloomberg teve acesso revela que a Grécia terá finalmente superado a primeira avaliação ao cumprimento do memorando de entendimento assinado no Verão do ano passado.


Há mais de 60 anos que não se descobria tão pouco petróleo
- Tanto nos EUA como no resto do mundo, a descoberta de novas jazidas de ouro negro ficou em mínimos de 63 anos. A prazo, a travagem na descoberta pode abrir um gap entre procura e oferta, alerta o Morgan Stanley.

Concorrência espanhola multa Galp em 400 mil euros. Empresa contesta - A Comissão Nacional dos Mercados e da Concorrência espanhola sancionou a empresa portuguesa por violar o direito à livre escolha de fornecedor de electricidade e gás. A empresa portuguesa diz que não é responsável.


Bayer lança OPA de 62 mil milhões de dólares à Monsanto
- Está em perspectiva um dos maiores negócios do ano e a maior OPA de sempre de uma empresa alemã. A Bayer oficializou a oferta pública de aquisição sobre a Monsanto, com um prémio de 37%.


Rússia emite dívida em dólares pela primeira vez desde 2013
- A última vez que a Rússia emitiu dívida em dólares foi em 2013. Agora, depois da grave crise económica provocada, em parte, pelas sanções internacionais, o país tem em marcha o regresso aos mercados. Mas continua isolado no panorama internacional.


Suíça poderá pagar mais de 2.000 euros por mês aos cidadãos para não fazerem nada
- A introdução de um rendimento básico incondicional no país vai a votos num referendo agendado para o próximo dia 5 de Junho. As sondagens apontam para a vitória do "não".

 

O que vai acontecer amanhã

 

Resultados em Lisboa – A Mota-Engil e a Ibersol vão apresentar as contas dos primeiros três meses do ano aos investidores.


Ajuda à Grécia
– Os ministros das Finanças discutem a conclusão da revisão ao programa de assistência financeira à Grécia. Um encontro que será seguido por uma reunião dos ministros das Finanças de toda a União Europeia.

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