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Fecho dos mercados: Petróleo recupera, bolsas estáveis e BCP em mínimos

Numa sessão com a agenda dos investidores preenchida, as bolsas europeias mostraram estabilidade. Já o petróleo, após ter reagido em baixa à reunião da OPEP, recuperou após os dados das reservas nos EUA.

Bloomberg
02 de Junho de 2016 às 17:27
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Os mercados em números

PSI-20 deslizou 0,01% para 4.850,00 pontos

Stoxx 600 ganhou 0,07% para 344,35 pontos

S&P 500 desvaloriza 0,13% para 2.096,65 pontos

"Yield" da dívida de Portugal a 10 anos subiu 4,4 pontos base para 3,163%

Euro desce 0,29% para 1,1156 dólares

Petróleo ganha 0,50% para 49,97 dólares por barril, em Londres

Bolsas europeias pouco alteradas

 

A agenda desta quinta-feira até era preenchida, com as reuniões do BCE e da OPEP a centrarem a atenção dos investidores. Mas o desenlace destes dois eventos, com o banco central e a organização dos países exportadores de petróleo a não anunciarem novidades, acabou por não levar a grandes surpresas. O Stoxx 600 terminou a sessão com um ganho ligeiro de 0,17% com as subidas das cotadas dos sectores automóvel, químico e de retalho a compensarem as perdas das cotadas de serviços de utilidade pública e das petrolíferas.

"Talvez a OPEP tivesse feito algo se os preços do petróleo estivessem abaixo de 40 dólares. Com os preços perto de 50 dólares, há menos incentivo. Também o BCE não teve surpresas, não se esperava nada na reunião de hoje", referiu Pierre Mouton, gestor da Notz Stucki & Cie, citado pela Bloomberg.

Já o PSI-20 deslizou 0,01%. Apesar de ter estado a ganhar mais de 1% durante a sessão, a queda abrupta do BCP nos últimos instantes da negociação impediu o índice de encerrar em terreno positivo. As acções do banco perderam 2,24% para 0,0267 euros, o valor mais baixo de sempre. A contrabalançar a queda do BCP estiveram as subidas da EDP, da EDP Renováveis e da Jerónimo Martins.

Juros portugueses sobem, taxas italiana e espanhola estáveis

Em dia de reunião do BCE, na qual a autoridade monetária não fez alterações nem nas medidas nem no discurso, a taxa das obrigações portuguesas divergiu das "yields" de Espanha e Itália. A taxa exigida pelos investidores para deterem obrigações nacionais a dez anos aumentou 4,4 pontos base para 3,163%. Já a "yield" italiana ficou estável em 1,374%, enquanto a espanhola teve uma descida ligeira de 1,2 pontos base para 1,483%.

Já a taxa das obrigações germânicas caiu 2,2 pontos base para 0,114%, o que contribuiu para um agravamento do prémio de risco da dívida portuguesa face à alemã para 305 pontos base.

Euribor a três meses com novos mínimos

As taxas Euribor renovaram mínimos nos prazos a três e a nove meses. Já a seis meses a Euribor ficou inalterada no valor mais baixo de sempre, enquanto o indexante a 12 meses subiu esta quinta-feira. A Euribor a três meses baixou 0,001 pontos percentuais para -0,262% e no prazo a nove meses baixou para -0,088%. A seis meses manteve-se em -0,153% e a 12 meses aumentou 0,001 pontos percentuais para -0,017%.

Euro desce com cautela do BCE

A moeda única desvaloriza 0,29% para 1,1156 euros, numa sessão em que a actualização das projecções económicas do BCE aparenta ter ficado um pouco aquém do esperado pelo mercado. Apesar da entidade liderada por Mario Draghi ter aumentado a estimativa para a inflação em 2016, manteve as projecções inalteradas, e abaixo da meta de 2%, nos anos seguintes.

"Penso que algumas pessoas esperavam revisões mais altas, dada a subida dos preços do petróleo", disse Lyn Graham-Taylor, estratego do Rabobank, citado pela Bloomberg.

Petróleo entre a falta de acordo da OPEP e as reservas nos EUA

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo manteve tudo na mesma e não chegou a acordo para limitar a produção. Apesar da decisão já ser esperada pelo mercado, os preços do ouro negro ressentiram-se. No entanto, foi pressão de pouca dura. A cotação do ouro negro regressou ao "verde" após a Agência de Informação de Energia ter divulgado que as reservas de crude nos EUA caíram em 1,37 milhões de barris na semana passada.

Assim, depois de ter estado a perder quase 2%, o Brent segue a ganhar 0,50% para 49,97 euros. Já o West Texas Intermediate, negociado em Nova Iorque, valoriza 0,27% para 49,14 dólares.

Açúcar em máximos de quase dois anos

Os problemas na produção em países como o Brasil e a Tailândia, devido a condições meteorológicas adversas levaram o preço do açúcar a subir 3,16% para 17,96 cêntimos por libra-peso. A matéria-prima leva já uma valorização de 17,85% desde o início do ano e transacciona perto do valor mais máximo dos últimos dois anos. Além das condições de produção menos favoráveis os "stocks" de açúcar estão no valor mais baixo desde 2011, segundo dados do Departamento da Agricultura dos EUA, citados pela Bloomberg.

 

Destaques do dia

SG corta "target" do BCP para 3,2 cêntimos com "assuntos por resolver". O SG está mais cauteloso para o BCP. O banco francês reduziu a sua recomendação e preço-alvo para os títulos, apontando os assuntos por resolver no sector bancário português, que podem pressionar as acções.

Forte queda no fecho atira BCP para novo mínimo histórico. As acções do BCP estiveram durante quase toda a sessão a recuperar do tombo da véspera. Mas uma forte pressão vendedora no último minuto atirou as acções para novo mínimo histórico.

Bruxelas empurra resolução e injecção no Banif para Portugal. O BCE não é mencionado nas respostas que a Comissão Europeia dá aos eurodeputados do PSD sobre o Banif. Já as autoridades nacionais não escapam: é delas a responsabilidade pela resolução da instituição financeira.

Economista-chefe do FMI: "Ninguém quer austeridade desnecessária". Maury Obstfeld, no cargo há oito meses, vem pôr água na fervura sobre o alegado debate interno no FMI em relação ao sucesso da agenda "neoliberal" dos últimos anos. "Há limites para a dor que as economias podem aguentar", reconhece contudo.

BCE espera mais crescimento e inflação este ano na Zona Euro. A autoridade monetária liderada por Mario Draghi reviu em alta as projecções para a inflação este ano, antecipando agora um crescimento de 0,2% nos preços. O PIB crescerá mais duas décimas do que o previsto.

Espanha levanta mais de metade da dívida prevista para todo o ano. Com as emissões desta quinta-feira, o Tesouro de Madrid já soma mais de 61.800 milhões de euros em dívida colocada, contra os 120,3 mil milhões de euros que prevê levantar em todo o ano.

OPEP volta a falhar acordo para limitar produção. Petróleo recua. A matéria-prima reagiu em queda ao anúncio de que os países membros do cartel não chegaram a acordo sobre as quotas de produção de petróleo. O barril está abaixo dos 49 dólares.

Libra pode afundar 9% com saída do Reino Unido da UE. A moeda britânica pode afundar 9% após o referendo à permanência dos britânicos na União Europeia, caso a votação a favor de um Brexit saia vencedora. As acções também cairiam na mesma ordem, prevêem os especialistas.

O que vai acontecer amanhã

Zona Euro

São divulgados os números das vendas a retalho, referentes a Abril.

EUA

Divulgação dos dados da balança comercial, relativos a Abril

São conhecidos os dados da criação de novos postos de trabalho ("payrolls") e outros indicadores laborais, relativos a Maio, incluindo a taxa de desemprego.

Divulgação dos dados sobre as encomendas industriais, relativas a Abril.

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