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Fecho dos mercados: Bolsas sobem, juros recuam e dólar afunda

As principais praças europeias encerraram em alta esta quinta-feira, impulsionadas pela perspectiva de que a Fed irá subir os juros já em Dezembro. Por essa mesma razão, o dólar está em forte queda, ao passo que o ouro está a tirar partido desse desempenho.

Bloomberg
19 de Novembro de 2015 às 17:20
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Os mercados em números

PSI-20 deslizou 0,78% para 5.378,60 pontos

Stoxx 600 subiu 0,43% para 380,96 pontos

S&P 500 cai 0,23% para 2.078,85 pontos

"Yield" a 10 anos de Portugal recuou 2,5 pontos base para 2,448%

Euro valoriza 0,81% para 1,0746 dólares

Petróleo desce 0,93% para 40,37 dólares por barril, em Nova Iorque


Bolsas europeias avançam com empurrão da Fed

As principais praças europeias encerraram em alta esta quinta-feira. Desempenhos impulsionados pela perspectiva de que, apesar de a um ritmo lento, a Fed irá avançar com a primeira subida em 10 anos da taxa de juro de referência já em Dezembro. O Stoxx 600, índice europeu de referência, avançou 0,43% para 380,96 pontos, mas a liderar esteve o alemão DAX, que valorizou 1,14% para 11.085,44 pontos. Um desempenho seguido pelos espanhol IBEX e britânico Footsie que valorizaram, respectivamente, 0,91% para 10.354,70 pontos e 0,81% para 6.329,93 pontos.

Por cá, o PSI-20 encerrou a contrariar a tendência europeia. O principal índice português caiu 0,51% para 5.351,38 pontos, pressionado pelos desempenhos dos CTT e da Jerónimo Martins. As acções da empresa de correios nacional afundaram 5,53% para 8,551 euros. Isto apesar de ter anunciado que vai pagar um dividendo de 0,47 euros. Já a retalhista nacional cedeu 2,74% para 12,94 euros, no dia em que foi conhecido o imposto sobre o retalho na Polónia poderá ser progressivo, o que afectará a Biedronka. Em destaque esteve ainda o BCP. Apesar de ter passado o dia em alta, na última hora de negociação inverteu, encerrando a cair 3,80% para 5,06 cêntimos.

Juros continuam em queda à espera do BCE

As taxas de juro da dívida soberana da Zona Euro continuam a registar sucessivas quedas. Numa altura em que faltam apenas duas semanas para a próxima reunião, os investidores cada vez mais acreditam que serão anunciados mais estímulos à economia da Zona Euro. A "yield" das obrigações portuguesas a 10 anos recua pela quinta sessão consecutiva, desta feita deslizando 2,5 pontos base para 2,448%. Uma tendência acompanhada pelos restantes países da periferia, mas também pela taxa de juro a 10 anos da Alemanha, que caiu 2,7 pontos para 0,479%. Desta forma, o "spread" de Portugal subiu para 196,89 pontos.

 

Euribor renovam mínimos históricos

As taxas Euribor voltaram a fixar mínimos históricos esta quinta-feira. A taxa a seis meses, a mais utilizada em Portugal como indexante no crédito à habitação, caiu de -0,015% para -0,019%. Já a Euribor a 12 meses recuou de 0,076% para 0,074%, também este o valor mais baixo de sempre. Inalterada ficou a taxa a três meses. Manteve-se em -0,092%, o actual mínimo histórico.

 

Dólar afunda com subida lenta dos juros

A moeda norte-americana está a negociar em forte queda esta quinta-feira. O índice que segue o desempenho do dólar face às 10 principais congéneres mundiais cai 0,75% para 1.226,44 pontos, numa sessão em que já esteve a cair 0,84%. A pressionar a moeda está a perspectiva de que a Fed deverá subir lentamente a taxa de juro de referência, indicada nas minutas da última reunião. Esta posição do banco central reflecte a falta de confiança em relação à robustez da economia dos EUA, o que tem efeito no desempenho do dólar.

 

Aumento das reservas nos EUA leva petróleo às quedas

Os EUA continuam a registar sucessivos aumentos das reservas de petróleo. Aumentaram em 252 mil barris na última semana, um factor que leva a crer que o excedente de matéria-prima no mercado deverá continuar por algum tempo. Por isso mesmo, a cotação do West Texas Intermediate, em Nova Iorque, está a recuar esta quinta-feira. Cai 0,93% para 40,37 dólares por barril, tendo chegado a perder um máximo de 2,11%. Em sentido contrário está o Brent, em Londres, que valoriza 0,25% para 44,25 dólares.

 

Ouro dispara com forte queda do dólar

Após ter tocado no valor mais baixo desde 2010 na quarta-feira, o ouro está a disparar nesta sessão. O metal precioso valoriza 1,18% para 1.083,40 pontos, tendo já chegado a subir um máximo de 1,28%. A impulsionar o desempenho do ouro está a indicação revelada nas minutas da Fed de que, a acontecer a subida dos juros, será com um ritmo lento. Uma indicação que que levou a uma forte queda do dólar, abrindo caminho para os investidores apostarem no ouro enquanto activo seguro.

 

Destaques do dia

 

BCE já ponderou mais estímulos monetários na última reunião. A instituição monetária da Zona Euro já está a analisar mais estímulos à economia, mas houve quem defendesse a aplicação imediata dos mesmos na última reunião. Um corte na taxa de depósitos foi ponderado, mas seria "arriscar ainda mais em território desconhecido".

 

Dívida pública volta a superar 130% do PIB no terceiro trimestre. O peso da dívida pública no PIB deu um salto de quase dois pontos percentuais entre o segundo e o terceiro trimestre deste ano, regressando a valores superiores a 130%. Ao contrário do Estado, as empresas e famílias estão menos endividadas.

 

CTT propõem aumento de dividendo para 0,47 euros. Os CTT vão propor pagar um dividendo de 0,47 euros por acção referentes a 2015, totalizando 70,5 milhões de euros. Este valor corresponde a um "dividend yield" de 5,2%.

 

Francisco Lacerda: "Não fazemos questão de manter 100% do capital do Banco CTT para sempre". O presidente dos CTT, Francisco Lacerda, adiantou que os Correios "não fazem questão de manter 100% do capital" do Banco CTT "para sempre". No entanto, "até o banco estar claramente a voar, é uma condição essencial", frisou.

 

José de Mello Saúde investe 100 milhões em novo hospital. Fica localizado em Alcântara, numa área conhecida como "triângulo dourado". O terreno foi adquirido em hasta pública em Janeiro deste ano. O novo hospital chama-se CUF Tejo.

 

Lucros da Mota-Engil caem 68% pressionados por África. A Mota-Engil terminou os primeiros nove meses do ano com um resultado 68% inferior ao obtido no mesmo período do ano passado. A contribuir para esta evolução esteve África, onde a quebra de vendas superou os 20%.

 

O grande desafio da banca em 2016: mais exigências de solidez. A partir de Janeiro, os bancos vão ter novas exigências de solidez impostas pelo Banco de Portugal e pelas regras da resolução. Subida pode penalizar regresso aos lucros.

 

Como é possível ter juros negativos com tensão na dívida? Portugal foi ao mercado e emitiu dívida de curto prazo com taxas de juro negativas. Numa altura em que ainda reina a instabilidade, o mesmo não seria possível com obrigações, dizem os analistas. É que o risco de crédito dos títulos é diferente.

 

O que vai acontecer amanhã

 

OPA à Glintt – Termina o período de venda dos títulos no âmbito da OPA da Farminveste sobre a tecnológica portuguesa.

 

Discurso de Mario Draghi – O presidente do BCE irá discursar em Frankfurt, no encerramento da Euro Finance Week. No mesmo dia, será divulgado o indicador de confiança dos consumidores.

 

Preços na produção alemã – É divulgado o índice de preço na produção na Alemanha. As estimativas apontam que deverá melhorar ligeiramente de -2,1% para -2,0%.

 

"Rating" para a Grécia – A Moody’s tem agendada uma possível revisão à notação financeira para a dívida grega.

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